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INSS inaugura espaço sensorial para crianças autistas na Bahia
As crianças com Transtorno do Espectro Autista que comparecem à Agência da Previdência Social em Poções, no Sudoeste da Bahia, agora contam com um espaço projetado especialmente para elas. A sala de acolhimento é um espaço sensorial, ou seja, a arquitetura envolve todos os sentidos humanos, e foi totalmente adaptada para proporcionar um atendimento humanizado aos pequenos que comparecem à unidade para a avaliação social e perícia médica para concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
O gerente da Agência Poções, Alberto Sobral, explica que a iniciativa surgiu da observação da rotina de atendimento e da identificação da necessidade de um tratamento diferenciado para crianças autistas. Inicialmente, a equipe do INSS disponibilizou papeis e canetas para desenho, de forma improvisada. “Ainda não atendia a necessidade e, então, buscamos alternativas”, conta o gestor.
E a solução veio com o apoio de empresários locais e de profissionais da área de saúde, inclusive peritos médicos federais que atuam na própria unidade. Cada detalhe do ambiente segue as orientações técnicas: o tipo de material do mobiliário, os brinquedos adquiridos, a cor da pintura da parede.
“A criança brinca em uma sala adaptada para autistas, mas o contrário não acontece. Por isso, tivemos esse cuidado na montagem da estrutura”, explica Alberto Sobral.
Audiência pública
A iniciativa despertou a atenção da Câmara de Vereadores do município de Poções, que promoveu audiência pública na manhã de hoje (15) para que o projeto fosse apresentado a outras organizações governamentais ou de iniciativa privada como modelo a ser seguido. Os cidadãos também puderam conhecer o espaço, que inicia oficialmente as atividades na segunda-feira (18).
A expectativa de Alberto Sobral é ter uma unidade totalmente adaptada. Além da sala de acolhimento, existe a previsão de instalação de abafadores de ruídos e de ajustes da iluminação nas salas onde são realizadas a avaliação social e a perícia médica. O gestor destaca, ainda, que os parceiros que abraçaram o projeto também promoverão, voluntariamente, treinamento para os servidores, estagiários e terceirizados sobre o trato com as pessoas que estão no espectro autista. “Estrutura sem equipe não funciona”, diz Sobral.
O gestor destaca que a legislação brasileira atual prevê a adaptação dos ambientes para pessoas com deficiência e também para pessoas autistas, mas que ainda não é uma realidade para todas as organizações. “A gente precisa fazer com que essas coisas saiam do papel para o mundo real. O que estamos fazendo aqui é apenas o reconhecimento dos direitos destas crianças e estou bem feliz com a receptividade da equipe, que está bem engajada”, finaliza Sobral.
Conceição Menezes, com colaboração de Raquel Gomes (estagiária de Jornalismo) - Secom/BA
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