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Processo de dispersão de sementes de cactácea ameaçada de extinção é tema de artigo publicado pelo INSA/MCTI
- Foto: Vanessa Nóbrega
O trabalho foi desenvolvido em Tacima e Caiçara, no agreste paraibano, e faz parte de uma ampla proposta de estratégias de conservação dos cactos do Semiárido brasileiro com financiamento da Rufford Foundation.
Publicado recentemente na revista Plant Ecology, o artigo “Endangered globose cactus Melocactus lanssensianus P. J. Braun depends on lizards for effective seed dispersal in the Brazilian Caatinga” (“Cacto globoso ameaçado de extinção Melocactus lanssensianus P. J. Braun depende de lagartos para a dispersão efetiva de sementes na Caatinga brasileira”), avaliou o processo de dispersão de sementes de Melocactus lanssensianus, conhecida popularmente como coroa de frade, que atualmente está classificada como uma espécie ameaçada de extinção na categoria em perigo (EN) de acordo com a Lista Vermelha da IUCN.
Para realização do estudo, os pesquisadores do Instituto Nacional do Semiárido, Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), contabilizaram ao longo de um ano a produção de frutos e realizaram observações focais dos frugívoros (animais que se alimentam de frutos sem danificar as sementes), registros de frequência e duração das visitas, bem como distância de dispersão. Como resultado da pesquisa, foram encontradas duas espécies de lagartos consumindo os frutos (Tropidurus semitaeniatus e Tropidurus hispidus). Ao todo, foram registradas 76 visitas dos animais em 116 horas de observação, sendo as interações intensificadas nos meses de seca. Sendo que 132 sementes foram coletadas intactas em 29 bolos fecais com uma distância média de 5 metros de dispersão.
Os lagartos desempenham um importante papel na dispersão de sementes incrementando a germinação, e garantindo o sucesso reprodutivo e a sobrevivência dessa cactácea. Prova disso, é que as sementes que passaram pelo trato digestivo desses animais apresentaram uma taxa de germinação de 85% enquanto sementes coletadas diretamente dos frutos foi de apenas 40%.
A pesquisa foi realizada entre os meses de abril 2020 a maio 2021, teve como autores os pesquisadores da área de Biodiversidade do INSA Vanessa Nóbrega Gomes, Carlos Cassimiro, Fabiane Batista e Ricardo Koroiva da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), e também contou com o apoio da Associação Plantas do Nordeste - APNE e Rufford Foundation.
Acesse aqui o artigo na íntegra.
Confira o folder elaborado sobre a pesquisa.
Pesquisadora responsável: Fabiane Costa