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Pesquisa desenvolvida pelo INSA/MCTI é destaque no jornal A União
Reprodução: Jornal A União
Foi publicado no jornal A União desse domingo, dia 14, um texto sobre estudo do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), referente ao processo de dispersão de sementes de cactácea. Destaque no caderno Diversidade, a pesquisa divulgada é uma proposta de conservação dos cactos do semiárido brasileiro, com ênfase para espécies ameaçadas de extinção.
Reproduzimos abaixo o texto de Beatriz de Alcântara:
Uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Nacional do Semiárido (INSA/MCTI) em parceria com o biólogo Ricardo Koroiva, professor doutor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) descobriu uma relação mutualista entre o Melocactus Ianssensianus, conhecido popularmente como coroa-de-frade, e duas espécies de lagartos do gênero Tropidurus, o único avaliado ao longo da pesquisa. A dispersão das sementes por parte dos lagartos auxilia na manutenção do cacto, que é uma espécie considerada em risco de extinção.
O consumo de frutos e a dispersão dessas sementes pelos lagartos é chamada de saurocoria. A interação entre as espécies é classificada como mutualista porque ambas se beneficiam. “Os lagartos, ao se alimentarem dos frutos oferecidos pelo cacto, obtêm água e nutrientes; 80% da composição dos frutos dessa espécie é água, um recurso muito importante em um ambiente sazonal como a Caatinga. A planta, por sua vez, tem as suas sementes dispersadas para longe e um incremento na germinação”, observou a ecóloga Vanessa Gomes, bolsista do Programa de Capacitação Institucional (PCI) do INSA/MCTI.
A dispersão acontece através das fezes dos animais, que, inclusive, potencializam a germinação das sementes. O estudo verificou que cerca de 40% das sementes coletadas diretamente dos frutos germinaram em comparação aos 85% de germinabilidade das sementes encontradas nas fezes dos lagartos. “Os lagartos desempenham um importante papel espalhando sementes e permitindo a colonização de novas áreas, bem como incrementando o sucesso da germinação, contribuindo para o sucesso reprodutivo e, consequentemente, para sobrevivência de novos indivíduos dessa espécie ameaçada”, argumentou Gomes.
A matéria na íntegra está disponível no link. Caderno Diversidade, página 20.