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Observatório da Caatinga e Desertificação: Principais resultados da COP16 da UNCCD

Tecnologista da área de Desertificação do INSA, o Dr. Aldrin Perez integra o Observatório da Caatinga e Desertificação - Foto: Divulgação/INSA
O Observatório da Caatinga e Desertificação (OCA) lançou um relatório síntese com os principais resultados da 16ª Conferência das Partes (COP16) da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), realizada em Riad, na Arábia Saudita, entre 2 e 14 de dezembro de 2024.
O evento reuniu delegações de aproximadamente 200 países, com mais de 20 mil participantes, incluindo 3.500 representantes da sociedade civil, para discutir e definir estratégias eficazes no combate à degradação da terra, desertificação e secas extremas.
Durante as intensas negociações, foram anunciados investimentos superiores a 12 bilhões de dólares para restaurar terras degradadas e fortalecer a resiliência à seca. Dentre os compromissos, destaca-se a promessa de 10 bilhões de dólares do Grupo de Coordenação Árabe, voltada ao suporte a países vulneráveis até 2030.
- Participação do Observatório da Caatinga e Desertificação na COP16 resultou em relatório síntese com os principais resultados da programação
Principais Deliberações da COP16
A COP16 consolidou compromissos fundamentais para reforçar a governança ambiental global e acelerar ações de mitigação e adaptação climática. Entre as decisões estratégicas tomadas, destacam-se:
- Lançamento do Observatório Internacional de Resiliência à Seca (IDRO): Plataforma inovadora que utiliza inteligência artificial para monitoramento de secas e desenvolvimento de estratégias preventivas.
- Inclusão e Representatividade: Criação de espaços de diálogo permanentes para Povos Indígenas e Comunidades Locais, garantindo sua participação na formulação de políticas ambientais.
- Transferência de Tecnologia e Inovação: Ampliação da cooperação entre cientistas e tomadores de decisão para implementar soluções baseadas em tecnologia e dados na gestão sustentável da terra.
- Criação da Parceria Global de Resiliência à Seca de Riad: Com um financiamento de 12,15 bilhões de dólares, essa iniciativa beneficiará os 80 países mais impactados pela seca e desertificação.
- Proteção e Conservação de Pastagens: Medidas inéditas foram debatidas para proteger ecossistemas essenciais à segurança alimentar e ao equilíbrio climático, preparando terreno para as diretrizes da COP17, prevista para 2026 na Mongólia.
O documento na íntegra está disponível aqui.
Impacto Global e Próximos Passos
Estima-se que serão necessários investimentos de 2,6 trilhões de dólares até 2030 para restaurar mais de 1 bilhão de hectares de terras degradadas. A COP16 reforçou a necessidade de ampliar a participação do setor privado, que atualmente responde por apenas 6% dos recursos destinados à resiliência à seca.
Com a COP17 no horizonte, a expectativa é de avanços significativos na implementação das diretrizes estabelecidas em Riad, consolidando soluções sustentáveis para a conservação de pastagens e o combate à desertificação.
A mobilização global seguirá sendo fundamental para garantir a segurança alimentar, a adaptação climática e a proteção dos recursos naturais para as futuras gerações.