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INSA/MCTI desenvolverá projeto voltado para preservação, conservação e multiplicação da raça Cavalo Nordestino
Animais da Raça Cavalo Nordestino com diferentes pelagens - Foto: Associação Brasileira do Cavalo Nordestino (ABCCN)
Conhecidos pela vitalidade, beleza e versatilidade, os cavalos têm se consolidado cada vez mais como uma importante fonte de bons negócios. No Semiárido, algumas raças, a exemplo do Cavalo Nordestino (CN), passaram a viver soltos nas diversas condições ambientais da região, onde se adaptaram e se reproduziram por meio de cruzamentos. Esses equinos foram moldados pelas condições ambientais do Semiárido, região que é notadamente conhecida pelas chuvas irregulares, escassez de forragem no período seco do ano, solos pedregosos, baixa nebulosidade, elevada insolação e temperatura, mantendo, geração após geração, características de adaptação, resistência e rusticidade que os permitem viver em equilíbrio com a região.
Estima-se que o efetivo de equinos da raça Nordestino e de mestiços de Nordestino é de aproximadamente 500 mil animais, porém, não há um estudo definitivo a respeito da população de CN puros na região Nordeste. A maioria dos machos são utilizados para lida do campo e encontram-se castrados, revelando que os genes desses animais não poderão ser mais disseminados na população.
Na tentativa de atenuar este problema, um forte movimento vem sendo feito nas redes sociais, a partir de um grupo denominado “Cavalo Nordestino", que é composto por quase 130 pessoas, entre criadores, vaqueiros, domadores, técnicos e simpatizantes. A ideia é discutir e trocar experiências sobre a raça, no que concerne à identificação e localização de criadores ou de plantéis do CN, características e morfologia dos equinos; doma racional; funcionalidades para o trabalho, lazer e esportes; resgate de aspectos culturais relacionados com o CN, como por exemplo a sela roladeira tradicional; manejo alimentar e nutricional; manejo sanitário; e a formação de núcleos estaduais de conservação para o fortalecimento da Associação Brasileira do Cavalo Nordestino (ABCCN).
Diante dessas discussões e demandas, surgiu o projeto “Conservação para a seleção e valorização do Cavalo Nordestino na Paraíba”, que será desenvolvido pelo Instituto Nacional do Semiárido (INSA), Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), através da área de Produção Animal em parceria com o Núcleo de Conservação do Cavalo Nordestino da Paraíba (NCCN-PB) e ABCCN.
A pesquisa abrangerá municípios das regiões do Cariri e Médio Sertão do Estado da Paraíba, visando alcançar, os seguintes objetivos: Realizar o estudo demográfico e definir a situação de risco ou grau de ameaça do Cavalo Nordestino; Caracterizar os aspectos morfoestruturais da raça; Realizar a caracterização genética dos CN da Paraíba; Mapear animais reprodutores da raça no estado da Paraíba; Desenvolver programa de multiplicação do Cavalo Nordestino por meio de biotécnicas reprodutivas; e Desenvolver ações de formação e difusão tecnológica sobre o CN.
Na instituição, já existem alguns equinos da raça, que são frutos de doação. O objetivo é contribuir com o resgate, preservação e conservação do Cavalo Nordestino. Os animais são mantidos na Estação Experimental do INSA e fazem parte do Núcleo de Conservação do Cavalo Nordestino do instituto.
COMO PARTICIPAR DA PESQUISA
Para a realização do projeto “Conservação para a seleção e valorização do Cavalo Nordestino na Paraíba”, será necessária a ampliação da base de informações sobre onde encontrar cavalos da raça Nordestino. Para isto, a equipe técnica do projeto solicita a colaboração dos criadores no sentido de comunicarem a existência de plantéis de Cavalo Nordestino na Paraíba.
Para participar do estudo, é necessário enviar um e-mail para neila.ribeiro@insa.gov.br ou entrar em contato pelo telefone (83) 9 9817-2665 (Whatsapp), fornecendo as seguintes informações: Nome do proprietário, nome da propriedade/município, telefone, e número de cavalos Nordestino no rebanho.
A responsável pela coleta dos dados é a pesquisadora bolsista/PCI do INSA/MCTI Neila Lidiany Ribeiro. A partir dessas informações será feita uma triagem e contatos com os criadores/as pela equipe técnica.
Pesquisador responsável: Geovergue Medeiros