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Artigo publicado por pesquisadoras do INSA/MCTI alerta sobre importância da preservação de cacto em perigo de extinção
Considerada uma espécie endêmica do bioma Caatinga, pois só ocorre nos estados da Paraíba e Pernambuco, o Melocactus lanssensianus conhecido popularmente como coroa-de-frade, atualmente é uma espécie classificada como em perigo de extinção em listas nacionais e internacionais. Diante destes dados preocupantes, as pesquisadoras da área de Biodiversidade do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Dra. Fabiane Rabelo e a pesquisadora bolsista PCI Dra. Vanessa Nóbrega, em parceria com o pesquisador Dr. Pierre Braun, da University of Bonn, publicaram um artigo na revista alemã Kakteen und andere Sukkulenten, sobre distribuição, ecologia, ameaças e conservação desta espécie na Paraíba.
O estudo que foi realizado no município de Tacima, único lugar de ocorrência da espécie no estado, contou com expedições mensais ao longo de 1 ano (entre abril de 2020 e maio de 2021) para coleta de dados em campo, onde os cactos jovens e adultos foram monitorados e quantificados. Também foi realizada a amostragem das principais ameaças à população no seu ambiente natural.
Devido ao pouco número de plantas, a distribuição restrita e os impactos negativos provocados pela ação humana, o Melocactus lanssensianus, requer uma maior atenção da comunidade científica. Nesse sentido, os pesquisadores do INSA/MCTI, vêm desenvolvendo diferentes estratégias e ações para a conservação da espécie, como explica a Dra. Vanessa Nóbrega.
“Além da pesquisa sobre aspectos ecológicos que subsidiam práticas de conservação, nós realizamos ações educativas de divulgação científica, produzindo e distribuindo materiais didáticos, e também participamos de um programa de rádio local falando sobre a importância da conservação. A participação da população é muito importante para manutenção dessa espécie no seu habitat natural. Entre algumas ações de como todos podem auxiliar na preservação estão: Não jogar lixo, nem colocar fogo no local onde as plantas vivem e não remover os cactos nem outras plantas da natureza”.
Além dessas ações, o INSA/MCTI realiza a conservação de espécimes de Melocactus lanssensianus na coleção do Cactário Guimarães Duque e também no cultivo in vitro. Atualmente, cerca de 300 plantas dessa espécie foram multiplicadas através de propagação in vitro em parceria com outros pesquisadores do instituto e estão sendo aclimatizadas. Futuramente, essas plantas serão utilizadas para estabelecer um programa de restauração ecológica, a fim de recuperar a população em seu ambiente natural.
Acesse aqui o artigo "Fatos novos e interessantes sobre cactos no Brasil: Melocactus lanssensianus na Paraíba - distribuição, ecologia, ameaça e conservação de espécies".
Pesquisadora responsável: Fabiane Rabelo