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A importância do diagnóstico da criação animal e suporte forrageiro
O projeto “Segurança Forrageira e Produção Madeireira em Bases Agroecológicas no Semiárido Brasileiro” é uma iniciativa do Instituto Nacional do Semiárido (INSA/MCTI), e atua nos municípios de Frei Martinho - PB e São Fernando - RN desde 2018. Os municípios possuem um Gabinete Municipal da Palma, que é parte da proposta metodológica do projeto e tem como objetivo colaborar na gestão, multiplicação e continuidade das atividades do campo.
Além disso, a iniciativa busca fortalecer os espaços de diálogo e a construção de políticas públicas de fortalecimento da segurança forrageira. Um exemplo disso é o Projeto de Pesquisa “Diagnóstico Participativo da Criação Animal e Suporte Forrageiro”, realizado pela Pesquisadora Bolsista do INSA/MCTI Jaqueline Oliveira.
A proposta do projeto é pesquisar e construir informações sobre o diagnóstico da Criação Animal e da situação do Suporte Forrageiro nos referidos municípios, a partir do acompanhamento e participação da comunidade nas ações que fazem parte das atividades do Gabinete.
Como parte da metodologia foram aplicados questionários com algumas famílias agricultoras desses municípios, além de entrevistas sobre os rendimentos da criação animal. Os resultados apontam que há uma despesa muito alta para a manutenção dos rebanhos durante os períodos de estiagens mais severas, especialmente nas regiões onde as famílias ainda não dispõem da palma forrageira. Isso acontece porque há um aumento significativo nos valores da “ração de armazém”, que muitas vezes é utilizada por essas comunidades.
- Banco Forrageiro
O projeto “Segurança Forrageira e Produção Madeireira em Bases Agroecológicas no Semiárido Brasileiro” dedica-se ao estudo de três variedades de palma forrageira, popularmente conhecidas como “Orelha de Elefante Mexicana”, “Baiana” e “Doce Miúda”, em consórcio com outras espécies forrageiras e madeireiras, nas cidades de Frei Martinho e São Fernando. Desse modo, se as famílias da região possuírem um banco forrageiro para alimentar os animais - produzido a partir da produção da palma, somada a outras espécies também forrageiras - elas poderão conseguir uma redução de despesas, incluindo a diminuição dos gastos com compras de ração.
Também foram realizadas, a partir do projeto, ações com estudantes do ensino médio nesses municípios. As práticas tiveram como foco compreender a percepção desses jovens a respeito das atividades pecuárias na região, com reflexões sobre o histórico e a importância dessa cultura para os municípios. Como resultado, o grupo produziu fotos das atividades pecuárias de suas respectivas famílias, fortalecendo o reconhecimento dessa prática como um trabalho importante para a comunidade, a partir do olhar de cada um.
Os próximos passos da pesquisa preveem a realização de rodas de conversas e oficinas, que devem acontecer entre abril e maio, para análise coletiva das informações e elaboração de propostas de superação dos desafios; além da construção de um Plano Municipal, que deve ajudar na promoção da segurança forrageira e das potencialidades da criação de animal nessas cidades.
Pesquisadora responsável: Jucilene Araújo