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INPI reconhece região de São Joaquim como denominação de origem para maçã fuji
O INPI concedeu nesta terça-feira (03/08) a indicação geográfica, na espécie denominação de origem, para a maçã fuji da região de São Joaquim, em Santa Catarina. A área coberta pelo registro abrange cinco municípios: São Joaquim, Bom Jardim da Serra, Urupema, Urubici e Painel. A publicação saiu na Revista da Propriedade Industrial nº 2639.
De acordo com a documentação apresentada ao Instituto, a maçã fuji apresenta alto grau de adaptabilidade às condições da região de São Joaquim, resultando em características diferenciadas na qualidade dos frutos quando comparada às demais regiões produtoras. O plantio deve ser feito a 1.100m de altitude, de forma que as espécies fiquem, pelo menos, 700 horas em temperaturas abaixo de 7,2°C no inverno, o que proporciona seu desenvolvimento fisiológico com boa indução natural da brotação e do florescimento.
Maçãs
Sob temperaturas mais amenas, a maçã fuji de São Joaquim desenvolve-se mais lentamente. O clima tipicamente mais frio da região induz um ciclo vegetativo mais longo, com floração antecipada e colheita tardia, favorecendo um processo de maturação prolongado. O resultado é a colheita de frutos com maior tamanho, peso e teor de cálcio.
Também são maçãs mais arredondadas, ou seja, é menor o percentual de frutos achatados ou deformados. A qualidade do produto permite períodos mais longos de armazenagem e abastecimento no mercado.
Sabor característico
As temperaturas baixas também favorecem a ocorrência do chamado pingo de mel, distúrbio fisiológico que deixa o fruto mais doce.
Além disso, a ocorrência de noites frias no período de quatro a seis semanas que antecede a colheita corresponde a amplitude térmica suficiente para a síntese de antocianina, favorecendo uma coloração vermelha mais intensa da casca. Relata-se ainda que as frutas da região são mais crocantes e suculentas.
Todas essas características levam a um preço de comercialização mais vantajoso para os produtores.
Fatores humanos
No que tange aos fatores humanos envolvidos na produção da maçã fuji, como a região de São Joaquim distingue-se das demais pela presença de relevo bastante acidentado e pedregoso, há dificuldade de mecanização dos pomares. A população de origem japonesa, que se estabeleceu nessa localidade a partir do século XX, identificou características próprias para o cultivo realizado em seu país natal.
O saber-fazer nipônico original teve acrescido ao longo do tempo práticas e técnicas adaptadas às características de solo, clima, relevo e temperatura encontradas na região de São Joaquim, incluindo o predomínio da mão de obra familiar. Por apresentar tradição no cultivo de maçãs e grande conhecimento relacionado ao manejo e tratos culturais da macieira, atualmente a região possui não apenas o maior número de produtores, mas também a maior produtividade do Brasil.