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INPI reconhece Região dos Inhamuns (CE) como centro produtor de algodão agroecológico
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De acordo com a documentação apresentada ao INPI, a produção de algodão na Região dos Inhamuns remonta ao século 18. Porém, foi apenas no fim do século 20 que essa área geográfica do interior cearense passou a ganhar notoriedade pelo cultivo, sobretudo com o aumento da produção.
Nesse sentido, a partir da década de 90, o desenvolvimento do algodão com características orgânicas estimulou o surgimento de uma rede de relações econômicas e sociais que tornaram a Região dos Inhamuns reconhecida pelo cultivo algodoeiro.
Deve-se ressaltar que a referida região do interior cearense é uma das grandes produtoras de algodão do Brasil, com clima e solo favoráveis ao cultivo, capazes de fortalecer uma cadeia produtiva que movimenta toda a localidade e vem proporcionando o crescimento da atividade.
Esse crescimento transbordou as fronteiras nacionais, com aumento das exportações para os Estados Unidos e a União Europeia (principalmente a França), ainda na última década do século 20, sobretudo com a inserção do algodão em arranjos produtivos sustentáveis e agroecológicos, que valorizam, por exemplo, a biodiversidade local.
O algodão produzido na Região dos Inhamuns é responsável pelo sustento de centenas de famílias envolvidas no plantio, cultivo, colheita, transporte, beneficiamento e comercialização. Conhecido como "ouro branco", o produto transforma a vida dos agricultores, enquanto seu sistema agroecológico auxilia na proteção da natureza.
Especificações
Segundo o Caderno de Especificações Técnicas da IG, o sistema agroecológico possibilita o fornecimento de produtos livres de qualquer resíduo químico tóxico. O documento também dispõe que os resíduos gerados na cadeia produtiva precisam ser tratados, por exemplo, para fins de alimentação animal.
Outra determinação presente no Caderno é que as práticas de manejo empregadas devem contribuir para a manutenção da tradição do plantio do algodão e o equilíbrio do meio ambiente.
Essa preocupação com a biodiversidade rendeu, inclusive, um prêmio da Fundação Banco do Brasil na categoria especial Gestão Comunitária e Algodão Agroecológico, o que reforça a importância e o reconhecimento do trabalho realizado na Região dos Inhamuns, que abrange os municípios de Tauá, Independência, Parambu, Boa Viagem e Novo Oriente, todos no estado do Ceará.