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INPI mapeia clusters de inovação em saúde no Brasil
Pesquisadores do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) realizaram levantamento de depositantes nacionais de patentes na área da saúde no Brasil, a fim de identificar a geolocalização das micro e pequenas empresas inovadoras com potencial para contribuir em soluções tecnológicas de combate à Covid-19.
A pesquisa ocorreu no âmbito da parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e do Programa INPI Negócios, voltado à expansão do uso do sistema de PI e estímulo à inovação no País. Os resultados foram apresentados no dia 30 de junho, no webinar “Mapeamento dos clusters de inovação na área da saúde no Brasil”.
Durante o evento, o presidente do INPI, Cláudio Vilar Furtado, destacou a importância desse primeiro estudo e da parceria, com foco no crescimento dos pedidos de patentes, desenhos industriais, marcas e programas de computador pelas empresas brasileiras, além da própria gestão desses ativos de propriedade industrial. Desde a assinatura do convênio entre as duas instituições, em novembro de 2019, houve aumento de 15% na solicitação de PI dos projetos Embrapii.
O diretor-presidente da empresa, Jorge Guimarães, reforçou que o estudo é o passo inicial de um novo desafio nacional na área de saúde, considerando que os países precisarão se defender internamente para enfrentar novas crises que possam surgir no cenário mundial, principalmente no setor da biotecnologia e produção de fármacos.
Por sua vez, o superintende da ABIMO, Paulo Henrique Fraccaro, afirmou que a implementação de uma política industrial para o fortalecimento das empresas brasileiras é o caminho para preparar o Brasil aos novos desafios pós-pandemia do novo coronavírus.
Mapeamento de clusters
O estudo identificou 801 micro e pequenas empresas em todo o Brasil atuantes nas áreas de biotecnologia, produtos farmacêuticos, tecnologia aplicada à medicina e outras. A análise dos dados mostrou que 44,4% dessas empresas estão localizadas nos estados de São Paulo (22,7%), Paraná (12,6%) e Minas Gerais (9,1%). Os dados permitiram ainda a construção de um ranking dos estados com maior concentração de micro e pequenas empresas inovadoras do setor de saúde (tabela abaixo).
O segmento de tecnologia aplicada à medicina concentrou a maioria das empresas (58%), enquanto biotecnologia abrangeu o menor número, mas com 233 patentes e forte localização nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Todos os setores apresentaram número importante de pedidos de patentes (1.763 no total), revelando o potencial inovativo das empresas mapeadas pela pesquisa.
A metodologia envolveu o levantamento de patentes em cada segmento tecnológico, a identificação das empresas titulares e a verificação de quais delas mantinham cadastro ativo na Receita Federal.
Segundo a Embrapii, o setor de saúde corresponde a 10% dos projetos incluídos em seu portfólio de investimentos e apenas vinte das suas 42 unidades trabalham com projetos nessa área. O resultado da pesquisa poderá ajudar a alavancar esse segmento por meio da desburocratização de processos de fomento à inovação e melhor direcionamento de recursos financeiros pela Embrapii.
Por meio do Programa INPI Negócios, outros estudos serão desenvolvidos na área da saúde. Já está em elaboração uma pesquisa sobre inovação em médias e grandes empresas e instituições. Em seguida, trabalho semelhante será feito com depositantes nacionais de registros de desenhos industriais e de marcas.