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INPI celebra o Mês da Consciência Negra discutindo afrotecnologia e afroempreendedorismo
Com os temas Afrotecnologia e Afroempreendedorismo, o INPI realizou, no dia 25 novembro, no Rio de Janeiro, o "2º Encontro Negros e Negras na Propriedade Intelectual: Workshop AfroInovações", em comemoração ao Mês da Consciência Negra.
Na abertura do evento, o presidente do INPI, Júlio César Moreira, destacou as ações do Instituto, por meio do Comitê Estratégico de Gênero, Diversidade e Inclusão (CEGDI), para diminuir as diferenças existentes na sociedade, a fim de dar oportunidade a todos para explorar seu potencial criativo.
Por sua vez, a assessora regional de Propriedade Intelectual para Mercosul, Guianas, Suriname e Venezuela no Escritório Americano de Patentes e Marcas (USPTO, na sigla em inglês), Maria Beatriz Dellore, pontuou algumas iniciativas norte-americanas para buscar a equidade na inovação. Segundo dados divulgados pelo USPTO, os brancos têm três vezes mais probabilidade de se tornarem inventores do que os negros nos Estados Unidos.
Participando de forma remota, a diretora do Escritório da América Latina e Caribe da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), Carol Simpson, elogiou o papel do INPI para aumentar a conscientização sobre o poder da PI como ferramenta para diminuir as desigualdades na proteção de direitos, a fim de impulsionar também a preservação cultural e a inclusão social.
Ao final da abertura, a biomédica Jaqueline Góes de Jesus, professora e pesquisadora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), nomeada embaixadora da Ciência no Brasil pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), enfatizou que o evento é um pontapé para mudar a cultura sobre a PI:
- As pessoas pretas precisam saber que elas têm direito a ter o registro do seu processo, da sua marca, do seu produto. Elas empreendem porque precisam gerar renda. Gasta-se muito tempo tentando sobreviver e perdendo os frutos da criatividade.
Painel AfroTecnologia – A geração de renda e reconhecimento pela ciência e pelas patentes
Após uma breve apresentação sobre o que são as patentes, pela pesquisadora do INPI Marília Beltrão, os participantes trouxeram suas experiências no tema.
Andrezza Rocha, do AfoyáTech, falou da discriminação racial na inteligência artificial; Luciana Carvalheira, do Instituto de Energia Nuclear (IEN), reiterou que o tema das patentes ainda é raro nas universidades e poucos pretos conseguem depositar patentes; Deise Rosas, da Rede Brasil Afroempreendedor, relatou que desde 2004 vem incentivando empreendedores pretos a buscarem o mercado internacional para lançar seus produtos; ao final, Amilton Machado, da Associação Nacional dos Diplomados do Prominp (ANDP), apresentou sua pesquisa para o empoderamento de engenheiros negros no setor de energia do Brasil por meio da PI.
Painel AfroEmpreendedorismo – A expansão dos negócios pela promoção da marca e design
A tecnologista do INPI Ana Cristina Monteiro apresentou as principais características do registro de marcas no Brasil.
Na sequência, Claudia Silva, professora contratada da Febraban Educação, contou que, antigamente, o trabalho autônomo era visto como “bico” e, portanto, pessoas negras não se viam como empreendedoras apesar de empreenderem desde a abolição, uma vez que não tinham oportunidades de emprego.
Rosângela Silva, da empresa Negra Rosa, falou de sua experiência ao criar a marca de cosméticos para pretas e da importância do registro no INPI, e Tainá Salomão, UX Researcher, finalizou o painel falando sobre a área de design, que vai além de desenhar, pois necessita de pesquisa sobre os usuários para que o produto/serviço chegue ao mercado com maior chance de sucesso.
Orientação técnica para negros e negras
Para finalizar as comemorações do Mês da Consciência Negra de 2024 no INPI, no dia 28 de novembro houve o atendimento individual em Propriedade Intelectual para pessoas negras, atividade inédita oferecida pelo Instituto aos seus usuários. Foram realizados 28 atendimentos on-line e seis presenciais por servidores indicados pela Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Propriedade Industrial, Negócios e Inovação (CGDI), Diretoria de Marcas, Desenhos Industriais e Indicações Geográficas (DIRMA) e Diretoria de Patentes, Programas de Computador e Topografia de Circuitos Integrados (DIRPA).