Órbita
A órbita do CBERS é heliossíncrona a uma altitude de 778 km, perfazendo aproximadamente 14 revoluções por dia. Nesta órbita, o satélite cruza o Equador sempre na mesma hora local, 10h30 da manhã, permitindo assim que se tenham sempre as mesmas condições de iluminação solar para a comparação de imagens tomadas em dias diferentes.
O satélite faz a cobertura da Terra em 26 dias. Esse é o tempo necessário para se terem imagens de todo o globo terrestre com suas câmeras CCD e IRMSS, que possuem campos de visada de 113 km e 120 km, respectivamente. Com a câmera WFI, que consegue imagear uma faixa de 890 km de largura, o tempo necessário para uma cobertura global é de cinco dias.
No caso do CBERS-2B, não haverá mais a disponibilidade do IRMSS. Em seu lugar é instalada a HRC - Câmera Pancromática de Alta Resolução, com pixel de 2,7 metros em uma banda larga no visível. Como a HRC cobre uma faixa de apenas 27 km, é adotada uma sistemática especial de imageamento, de modo a que o país tenha cobertura completa em alta resolução a cada cinco ciclos de 26 dias imageamento, ou seja, a cada 130 dias. A cada ciclo de 26 dias, todo o território é coberto pela CCD (que tem 113 km de largura de faixa de imageamento), mas apenas uma parte é coberta pela HRC (27 km de largura de faixa de imageamento). Portanto, são necessários cerca de cinco ciclos de imageamento para que os 113 km da CCD sejam completamente cobertos pelos 27 km da HRC. Assim, para cada cinco coberturas completas do país com a CCD, tem-se uma cobertura completa com a HRC. Isso é conseguido por meio do movimento de rolamento do satélite (movimento do satélite em torno do eixo paralelo à direção do voo) a cada ciclo de 26 dias. Para que os usuários dos dados da CCD não sejam prejudicados por esse movimento do satélite, realiza-se concomitantemente um movimento do espelho de visada lateral desta câmera de modo a compensar o movimento aplicado ao satélite. Assim, embora a HRC passe a imagear novas faixas a cada ciclo de 26 dias, a CCD continua imageando sua faixa a nadir.
A capacidade de apontamento lateral da câmera CCD de alta resolução aliada ao tipo de órbita do satélite torna possível a obtenção de pares estereoscópicos de certa região com um intervalo de até três dias entre duas imagens.
© Todas as imagens poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte: CBERS/INPE – Divulgação.