SECOM APRESENTA: Os impactos das atividades solares na vida terrestre.

O primeiro post aborda o Clima Espacial, tema de pesquisas da Divisão de Clima Espacial, da Coordenação-Geral de Engenharia, Tecnologia e Ciência Espaciais, do INPE/MCTI. Nessa área os pesquisadores, como o Dr. Joaquim Costa, investigam os fenômenos solares e suas interferências no globo terrestre.

Responsável pela vida na terra, o sol tem um ciclo de 11 anos onde oscilam os altos e baixos registros de atividade. Os momentos de explosões são os picos de emissão de radiação localizada e impulsiva, que alteram a quantidade de íons na nossa atmosfera, criando irregularidades eletrônicas na ionosfera.

Para que um satélite seja enviado ao espaço é preciso saber quais fenômenos alteram o ambiente espacial, e como impactam no objeto lançado. Uma das responsabilidades da Divisão de Clima Espacial é identificar o excesso de radiação que é lançado em direção a terra com as explosões solares. Essa radiação ionizante pode perturbar a ionosfera e assim prejudicar as estações de rádios terrenas.

Outro fenômeno preocupante é o da ejeção de massa do sol que acontece quando há ou não explosão. Ela impacta a terra com a chegada de cargas elétricas, através de campos magnéticos que interagem com o campo magnético da terra e pode preencher uma região em torno do globo, chamado de cinturão de radiação.

Esse cinturão preenche o nosso espaço próximo de cargas elétricas que ficam ali por algum tempo e depois acabam precipitando e atingindo a superfície dos satélites, dependendo da altura, no cinturão interno ou externo. Na superfície dos satélites o fluxo de partículas causa um fenômeno chamado eletrostática.

Voos transpolares não são permitidos durante auroras  boreais, já que isso significa que nas tempestades solares as partículas que penetram na terra se aproximam muito da altura dos voos transpolares. As partículas ficam refletindo de um polo ao outro,  e quando chegam próximo à atmosfera realizam uma interação que causa a luminosidade.

Os serviços de linhas de alta tensão sofrem influência das injeções de massa, que podem induzir correntes elétricas em oleodutos e cabos de alta tensão, gerando o risco de sobrecarga nos transformadores e causando incêndios. O prejuízo tanto financeiro como para as nações que dependem deles, seriam incalculáveis.

Essas atividades interferem no sistema GNSS, dificultando o bom funcionamento de satélites como o GPS, o que afeta diretamente o cotidiano da sociedade. Transação bancária na bolsa de valores, aparelhos eletrônicos, mineração, agricultura, aviação, navegação marítima entre outros setores sofreriam com esse impacto.

Os estudos sobre o sol mostram sua importância para o bom desenvolvimento da sociedade, não apenas para realização de atividades do dia a dia, mas também para o monitoramento do meio ambiente feito com satélites.