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Satélite CBERS-5 e novo supercomputador devem contribuir em cooperação para enfrentar mudanças climáticas
A cooperação em ações voltadas para a redução dos efeitos das mudanças climáticas foi discutida durante reunião nesta quarta-feira (30/10) entre Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e Celeste Saulo, secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência especializada das Nações Unidas (ONU) para meteorologia, hidrologia, clima, recursos hídricos e questões ambientais.
No encontro, a ministra apresentou as principais iniciativas e a atuação de unidades de pesquisa do MCTI que atuam diretamente com dados meteorológicos, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Luciana Santos ressaltou a instalação do novo supercomputador do INPE, que garantirá um avanço significativo na capacidade de processamento de dados, especialmente para aprimorar os modelos numéricos de previsão do tempo, de clima e ambientais, além de permitir simulações mais detalhadas e precisas, fundamentais para as previsões de eventos extremos e para estudos sobre mudanças climáticas.
A ministra também falou sobre a parceria com a China para o desenvolvimento do satélite CBERS-5, que fornecerá dados cruciais para a previsão de tempo e o monitoramento de eventos climáticos extremos, como secas, tempestades e enchentes no Brasil e na América do Sul.
Na audiência, Luciana Santos reforçou a criação pelo MCTI de um grupo de trabalho para elaborar o Programa de Serviços Climáticos. O grupo já definiu como prioridades de atuação a questão das queimadas no Brasil, a preservação dos biomas, além das previsões climáticas sazonais e de longo prazo.
“Os desafios climáticos precisam de grandes acordos, em nível de cada governo e também internacional”, afirmou a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo. Ela destacou a disposição do MCTI em contribuir com os países do sul global. Segundo Celeste, o objetivo está alinhado à agenda da Organização Meteorológica Mundial de reduzir as diferenças entre os países mais desenvolvidos e os menos desenvolvidos.
A secretária-geral da OMM apontou que a tecnologia e a ciência são essenciais para fornecer informações sobre os eventos climáticos. Outra possibilidade importante, segundo ela, é a utilização da inteligência artificial para melhorar as práticas e os serviços meteorológicos.
Para Celeste Saulo, o Brasil tem um papel importante, que pode ser fortalecido, nas possibilidades de cooperação com a América Latina e com a África. “O momento é agora. As intenções devem ser traduzidas em ações que melhorem a vida das pessoas. Para isso, precisamos de autoridades comprometidas como as que participaram desta audiência”, reforçou.
A ministra destacou o objetivo de fortalecer as capacidades do Brasil na agenda de mudanças climáticas e a intenção de compartilhar dados e a experiência adquirida com países da América do Sul e de língua portuguesa. “As mudanças climáticas exigem uma atuação coordenada para colher o que há de melhor na produção científica e tecnológica de dados para ajudar os países a enfrentarem esse desafio”, destacou Luciana Santos.
O diretor de Clima e Sustentabilidade do MCTI, Osvaldo Morares, sustentou que o Brasil tem muita potencialidade e condições de ajudar os países mais vulneráveis no enfrentamento aos desafios climáticos. Ele disse que o ministério vai trabalhar na formulação de propostas para um acordo de cooperação entre o governo brasileiro e a OMM.
Também participaram da audiência o diretor-substituto do INPE, Gilvan Sampaio, e a diretora-substituta do Cemaden, Regina Alvalá. Eles destacaram os principais projetos e a atuação das unidades de pesquisa do MCTI. O INPE, por meio do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), atua na redução dos efeitos das mudanças climáticas e dos impactos ambientais, e o Cemaden, na prevenção de desastres naturais no Brasil.
Com informações do MCTI