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INPE participa de evento sobre o uso de Inteligência Artificial no enfrentamento das mudanças climáticas
- Inteligência Artificial e Mudança do Clima: tecnologia a favor do desenvolvimento sustentável e de uma transição justa
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) participou, no dia 28 de janeiro de 2025, do Seminário Internacional "Inteligência Artificial e Mudança do Clima: tecnologia a favor do desenvolvimento sustentável e de uma transição justa", realizado em Brasília. O evento, organizado em parceria entre o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Fundação Alexandre de Gusmão, reuniu especialistas, autoridades e representantes de instituições nacionais e internacionais para discutir o uso da Inteligência Artificial (IA) no combate às mudanças climáticas. A abertura contou com a presença de autoridades como o Ministro Jorge Oliveira, Vice-Presidente do Tribunal de Contas da União, o Sr. James Grabert, Diretor de Mitigação da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a Sra. Renata Mielli, Coordenadora do Comitê Gestor da Internet no Brasil, a Sra. Marina Silva, Ministra de Estado de Meio Ambiente e Mudança do Clima, a Sra. Luciana Santos, Ministra de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, e o Embaixador Mauro Vieira, Ministro de Estado das Relações Exteriores.
O INPE foi destacado pela Ministra Luciana Santos (MCTI) como uma instituição de referência nacional na área de Pesquisa Espacial e do Clima. Em sua fala de abertura, a Ministra ressaltou: ”Estamos fomentando IA aplicada em áreas como monitoramento ambiental, otimização do uso dos recursos naturais, desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono e prevenção e monitoramento de desastres naturais. Apoiamos ações de grande impacto para a sociedade como o Projeto SIPEC, que está sendo desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Além disso, o INPE e a Embrapa retomaram uma tecnologia com uso de IA chamada TerraClass, que tem como objetivo identificar as áreas que foram devastadas e quais os usos dela, ou quais seriam as intervenções mais adequadas para essas áreas em que houve desmatamento.”
O Dr. Paulo Nobre, pesquisador do INPE, participou do painel "Inteligência Artificial e Infraestrutura Pública Digital no Enfrentamento da Mudança do Clima", em que apresentou os avanços do Sistema Inteligente de Previsão de Extremos Climáticos (SIPEC), projeto liderado pelo INPE. Ele explicou que, com o uso de Inteligência Artificial, o conhecimento físico do planeta e dados de alta qualidade, é possível fazer previsões de ocorrência de eventos extremos com até 12 meses de antecedência. O pesquisador também destacou a importância da cooperação internacional para o desenvolvimento de modelos climáticos e a utilização de satélites como o Amazônia-1, desenvolvido inteiramente no Brasil, e os SCDs, que coletam dados ambientais. Além disso, ele enfatizou a necessidade de uma abordagem colaborativa, propondo a construção de uma Federação de Dados para estabelecer uma governança eficiente na gestão e compartilhamento de informações.
Em sua fala, o Dr. Caetano Penna, Diretor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), também destacou a relevância do PBIA e do SIPEC, afirmando que, para cada uma das 54 ações previstas no Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), há um compromisso de investimento do órgão responsável, o que dá segurança para o plano ser executado. Ele ressaltou que o SIPEC é um projeto altamente ambicioso, com orçamento previsto, e tem como objetivo desenvolver um sistema de previsão de eventos extremos de alta confiabilidade para até 12 meses de antecedência.
O SIPEC é um dos projetos estratégicos do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), lançado em 2024, que prevê investimentos de R$ 23 bilhões até 2028. Com recursos de R$ 15 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o SIPEC visa prever eventos climáticos extremos com alto grau de confiabilidade, removendo vieses e erros sistemáticos de previsão. O sistema é específico para as características brasileiras e aprimora o modelo acoplado oceano-atmosfera BESM-INPE. O projeto tem como meta principal reduzir os danos causados por eventos climáticos extremos, contribuindo para a resiliência climática do país. Para isso, envolve uma coalizão de instituições, incluindo, além do INPE, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Centro de Inovação da USP (INOVA-USP), o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-CIMATEC), a SiDi (ICT especializada em Tecnologia da Informação e Inteligência Artificial), o Centro de Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina da Universidade de São Paulo (CIAAM-USP) e o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), além de parcerias internacionais.
O seminário também serviu como preparação para a COP30, que será realizada em Belém, em novembro de 2025, onde o Brasil pretende destacar suas iniciativas no uso de tecnologias digitais para o combate às mudanças climáticas. O INPE, com sua expertise em monitoramento ambiental e previsão climática, reforça seu papel central na agenda climática nacional e internacional, alinhando ciência, tecnologia e inovação para um futuro sustentável.
Para assistir à íntegra do evento, clique aqui. Mais informações estão disponíveis neste link.