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INPE Monitora Tempestade Solar dos Últimos Dias
O INPE monitora a tempestade solar dos últimos dias pela equipe do Centro de Previsão do Clima Espacial (EMBRACE)
O INPE, por meio do Centro de Previsão do Clima Espacial (EMBRACE), acompanha a evolução das atividades solares através de seus boletins diários de análise do ambiente espacial. Nosso grupo emitiu diariamente um alerta aos usuários cadastrados sobre o risco de tempestade solar com tempo de chegada à Terra entre 17 horas e 5 dias em alerta diárias desde o dia 4 de maio passado para as regiões ativas solares AR13663 e AR 13663. Esse alerta tem o intuito de informar sobre a alta probabilidade de um “flare” ou ejeção de massa ocorrer num certo janela intervalo de tempo de atenção que informamos ser o dia 11.
Como sabemos, estas tempestades geomagnéticas produzem autoras realmente muito impactantes visualmente! Mas além de apreciarmos as auroras e nos inspirarmos nelas, é essencial manter-nos informados através de fontes oficiais e entendermos os riscos potenciais que representam para o nosso mundo dependente da tecnologia. Compreender as causas e os impactos das tempestades geomagnéticas é crucial para mitigar os seus efeitos nas nossas infraestruturas e na sociedade.
A exibição da aurora boreal no fim de semana correspondeu às expectativas, hipnotizando os espectadores em todo o Canadá e outros países em alta latitude ao norte da globo terrestre e Uruguai e outros ao Sul. As plataformas de redes sociais foram inundadas com imagens vibrantes de céus roxos, verdes, amarelos e rosa, mostrando o fenômeno impressionante em vários países.
Para aqueles que perderam o espetáculo, espera-se que as oportunidades de testemunhar as luzes do norte e do sul continuem, uma vez que a fase máxima atividade solar persiste até ao final de 2025 e anos vindouros. Embora tenham sido levantadas preocupações sobre perturbações nos satélites e nos equipamentos de comunicação, os impactos globais informados até o momento, foram mínimos, destacando-se a melhoria da resiliência da tecnologia moderna.
Este evento serve não apenas como uma maravilha visual, mas também como uma oportunidade valiosa para o estudo científico, oferecendo insights sobre o campo magnético da Terra e fenômenos espaciais mais amplos, contribuindo em última análise para a nossa compreensão das relações Sol-Terra.
Saiba Mais Sobre a Tempestade Solar
A magnitude dessas explosões solares é tão significativa que todos os centros de pesquisa estão dedicando esforços à compreensão desse fenômeno e seus impactos desde o fim de semana. No INPE, o grupo de pesquisadores e engenheiros de satélites se reuniu na sala de situação do EMBRACE nesta segunda-feira, dia 14, para discutir a dinâmica completa da tempestade e os efeitos já identificados até o momento. Novas análises serão divulgadas após uma modelagem mais detalhada.
O nosso planeta foi atingido por uma sequência de explosões solares intensas, a partir do dia 10 às 15:30 com um poder de penetração na nossa proteção magnética que não era visto desde as famosas tempestades de Halloween em 2003 que impactaram muitas tecnologias e serviços em missões embarcadas em satélites.
Esta tempestade começou com uma forte Ejeção de Massa Coronal (CME) que atingiu a Terra em 10 de maio, com origem no dia 08 na região ativa AR13664 com visto na imagem, causando condições de tempestade geomagnética G4. Essa tempestade, com ejeção de massa solar, saiu do Sol dois dias antes com velocidade de aproximadamente 900 km/s (ou 3 milhões de Km/h). Esse índice G4 é considerado de impacto severo na escala que usamos entre os centros de monitoramentos para classificar as tempestades geomagnéticas. Esta tempestade continuou com outras ejeções de massa, três delas muito intensas e direcionadas à Terra, que podem ser descritas como um evento incomum e potencialmente histórico que desencadeou uma rara tempestade geomagnética G5 (considerada extrema). Essa sequência resultou em espetaculares luzes ao norte e ao sul do planeta conhecidas como Auroras boreais e austrais, respectivamente. Foram visíveis em latitudes bem mais distantes das regiões onde são normalmente vistas.
Outras poderosas explosões solares, com ejeção de massa, ocorreram desde o dia 8 de maio, originadas da região de manchas solares 13663 e 13664. Estas explosões solares, classificadas como explosões de intensidade de emissão de raios X do tipo M e X, que alcançam escalas de R1 à R5, representam riscos para a atmosfera superior da Terra e para a infraestrutura tecnológica. Veja o número imenso de alertas emitidos para essas emissões em raios X na figura do fluxo de Raios-X. Foram explosões fortes (R3) e moderadas (R2). Contamos nesse período 8 R3, 3 R2 e muitas de menor impacto R1.