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Em sessão temática, especialistas alertam para impactos dos desastres climáticos
Dia 26 de outubro de 2023 no Plenário do Senado Federal diversas autoridades participaram da Sessão de Debates Temáticos com a finalidade de enriquecer a discussão “Debater os fenômenos climáticos como o 'El Niño' e os desastres naturais cada vez mais frequentes no País". O Diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) Clezio Marcos De Nardin esteve presente e a sessão contou com a participação de autoridades, como o vice-presidente da República Geraldo Alckmin, e representantes de entidades ligadas ao meio ambiente.
A seca atual da Amazônia acende um alerta especialmente preocupante quanto aos impactos dos fatores climáticos sobre a disponibilidade de água doce. O agravamento da estiagem pode dar início a um ciclo que se estenderá além de 2023, caso os rios não se recuperem antes da próxima estação de seca. Nesse cenário, os rios ingressariam em uma próxima estiagem com níveis baixos e com o clima ainda provavelmente influenciado pelo El Niño, o que tornaria possível a ocorrência de períodos de seca cada vez mais severos. Este alerta foi feito pelo senador Esperidião Amin (PP-SC) durante sessão de debates temáticos sobre os fenômenos climáticos e desastres naturais que atingem o Brasil.
O Vice-Presidente da República e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços Geraldo Alckmin afirmou que as mudanças climáticas já são uma realidade que afeta a vida de milhões de pessoas, causando perdas humanas e materiais. Em todos os quadrantes do globo, a ocorrência desses fenômenos vem desafiando a capacidade de resposta e da sociedade tanto na prevenção de desastres como na mitigação de seus danos, afirmou.
A Secretária de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Márcia Cristina Bernardes Barbosa ressaltou que o mundo enfrenta atualmente escassez de água. Ela também afirmou que a população e os municípios devem estar preparados para enfrentar futuros desastres decorrentes das mudanças climáticas.
O cientista Carlos Nobre disse que é importante o Congresso Nacional apoiar o Brasil na busca de políticas de adaptação às mudanças, emergências e extremos climáticos, que já estão cada vez mais frequentes.
Coordenadora-geral de Meteorologia Aplicada e Desenvolvimento e Pesquisa do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Márcia dos Santos Seabra destacou que o El Niño vai atuar do próximo semestre, provocando chuvas acima da média na Região Sul, ao contrário do que ocorrerá na Região Norte. Ela ressaltou ainda que o Rio Grande do Sul teve neste ano o setembro mais chuvoso desde 1916.
Coordenadora de Monitoramento da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Rosane Duque Estrada Vieira disse que a seca na Amazônia deve permanecer até novembro, quando começa a estação chuvosa local. Segundo ela, os estados do Sul do Brasil têm Defesas Civis sólidas e constituídas, visto que a região sofre o ano inteiro com intempéries naturais devido a entrada natural de frentes frias na região.
Ex-deputado federal, o jornalista Fernando Gabeira disse que preparar o Brasil para enfrentar o El Niño significa preparar o país para todos os eventos extremos que venham a ocorrer. Para avançar nessa questão, ele defendeu o fortalecimento das Defesas Civis e a preparação da população para encarar os desastres.
Analista técnico da área de Defesa Civil da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Johnny Amorim Liberato disse que o Brasil falha na prevenção de desastres naturais, que provocou prejuízo de R$ 586 bilhões nos últimos dez anos. Desse total, R$ 325 bilhões foram provocados pela seca. A seca e a chuva são os desastres que causam mais prejuízos aos municípios brasileiros. O gargalo do Brasil é a prevenção. No Brasil não se fala em prevenção, a prevenção é extremamente precária. O Brasil deixa primeiro acontecer para depois remediar. A doença tomou conta e depois a gente gasta um grande número de recursos financeiros para tentar minimizar os efeitos causados pelos desastres naturais — afirmou.
O Diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Clézio Marcos De Nardin adiantou que a seca atual no oeste da Amazônia se estenderá para o leste daquela região. A Região Nordeste também sofrerá a com chuvas muito abaixo da média a partir de fevereiro do próximo ano. “Isso já motiva os órgãos que têm competência para tal para que que tomem as ações adequadas de prevenção, principalmente [de caráter] social”, afirmou.
Secretária de Articulação Nacional de Santa Catarina, Vânia Franco registrou que o estado está sendo assolado e passa por situação extremamente difícil nos últimos 20 dias em decorrência dos desastres naturais.
Já a deputada licenciada e secretária de Saúde de Santa Catarina, Carmen Zanotto, disse que o tema saúde precisa estar agregado nas questões dos fenômenos climáticos, tendo em vista a tendência de ocorrência futura de momentos mais complexos que o atual.
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Fonte: Agência Senado
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