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Estudo de um time internacional que inclui pesquisador do INPE revela os riscos do desmatamento para a estabilidade climática.
À medida que a escassez de água cresce globalmente e o desmatamento ameaça as florestas naturais remanescentes, entender como a vegetação afeta o ciclo da água torna-se cada vez mais importante. Uma equipe internacional e interdisciplinar liderada pela Technical University of Munich - Institute for Advanced Study, demonstrou a existência de dois regimes de umidade potenciais – um mais seco, com umidade adicional diminuindo a importação de umidade atmosférica, e um mais úmido, com umidade adicional aumentando a importação de umidade atmosférica. No regime mais seco, o vapor de água se comporta como um traçador passivo seguindo o fluxo de ar. No regime mais úmido, modifica a dinâmica atmosférica. A equipe baseou sua análise na dependência não linear previamente estabelecida da precipitação no teor de umidade atmosférica – o aumento da umidade absoluta leva a um incremento insignificante de precipitação se a atmosfera estiver seca, mas a um grande incremento quando a atmosfera estiver suficientemente úmida. Combinando essa dependência com uma consideração completa do balanço hídrico, os pesquisadores mostraram que um aumento na precipitação em condições úmidas, facilitado pelo aumento da evapotranspiração (ou seja, com ampliação na cobertura de florestas), deve levar a uma maior importação de umidade. O artigo ilustra esses padrões com os dados da Bacia Amazônica e do Loess Plateau na China.
Esses resultados foram publicados no periódico Global Change Biology, no artigo intitulado The role of ecosystem transpiration in creating alternate moisture regimes by influencing atmospheric moisture convergence (Tradução: O papel da transpiração do ecossistema na criação de regimes alternativos de umidade influenciando a convergência da umidade atmosférica), disponível em: https://doi.org/10.1111/gcb.16644.