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Egresso do Curso de Pós-Graduação do INPE tem pesquisa destacada na Revista Forbes
Sistema solar completo com cinturão de asteróides (planetas fora de escala!). (Fonte: https://www.forbes.com/sites/brucedorminey/2024/04/11/mass-of-early-main-asteroid-belt-was-shockingly-small-says-new-paper/?sh=3838ddf468ce).
Egresso do Curso de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia Espaciais/Mecânica Espacial e Controle do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Rogerio Deienno, atualmente trabalhando no Southwest Research Institute (SwRI) em Boulder, Colorado, Estados Unidos da América, foi destaque na imprensa internacional por ter liderado um projeto de pesquisa intitulado “Accretion and Uneven Depletion of the Main Asteroid Belt” (Aumento e redução de massa do cinturão de asteroides). Os resultados de sua pesquisa foram aceitos em 2024 para publicação na revista científica “The Planetary Science Journal” (https://arxiv.org/abs/2404.03791). A idéia principal deste trabalho foi determinar quanto de massa poderia ter existido no cinturão de asteróides entre as órbitas de Júpiter e Saturno nos primórdios do sistema solar. Para isso foram feitas simulações numéricas assumindo valores diferentes para as massas envolvidas em um Sistema Solar primordial. Os resultados foram então comparados com o que é hoje observado. Com isso foi possível verificar as condições iniciais nos tempos de formação do Sistema Solar. Tal pesquisa foi realizada baseando-se em modelos matemáticos elaborados para gerir as simulações numéricas.
Os resultados da pesquisa mostraram que a massa total que gerou o cinturão de asteroides, é bem menor que o esperado. Os resultados de muitas pesquisas anteriores sugeriam a possibilidade uma massa total de cerca de 2 a 3 vezes maior que a massa da Terra, mas o trabalho liderado por Deienno indicou que essa massa deve ser ao contrário do especulado, isto é, muito menor do que isso. Deienno e colaboradores demostraram que a massa do cinturão de asteroides, nos primórdios do sistema solar, deveria ser 500 menor do que a Terra! Atualmente, essa massa é da ordem de 2.000 vezes menor que a Terra. Caso a massa primordial do cinturão fosse maior do que reportado (aproximadamente 500 vezes menor do que a Terra) o atual cinturão de asteroides deveria ser diferente do que é observado. Além disso, essa pesquisa demonstrou que os maiores objetos observados dentro do cinturão de asteroides não são originais daquela região. Tais objetos, como o asteroide (4) Vesta, provavelmente se formaram fora do cinturão de asteroides e foram espalhados para aquela região como resultado de efeitos dinâmicos. Isso significa que essas massas maiores não eram parte do material que gerou o cinturão de asteroides. Em geral os resultados desta pesquisa são de extrema importância para a nossa contínua busca em desvendar as origens do nosso sistema solar. Com estes resultados, agora sabemos porque planetas não se formaram entre as órbitas de Marte e Jupiter. Isso é porque naquela região (onde se situa o cinturão de asteroides) nunca houve massa o suficiente para isso.
Segue o link da entrevista publicada na Revista Forbes:
Rogerio Deienno obteve seu doutorado no INPE em 2014 com o trabalho intitulado “Satélites de Saturno: Estabilidade, Captura e Análise das Excitações nas Excentricidades e Inclinações dos Satélites Regulares na Migração Planetária”, com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), tendo como orientador o Dr. Tadashi Yokoyama e coorientador o Dr. Antonio Fernando Bertachini de Almeida Prado.
Dentro de seu programa de doutoramento Deienno também trabalhou com simulações numéricas do sistema solar, usando técnicas similares a utilizada na pesquisa recentemente publicada.
Nesse sentido, a Divisão de Pós-Graduação do INPE tem grande orgulho em ver um de seus egressos seguir uma carreira científica com grande sucesso, podendo colaborar no aumento do conhecimento científico global.
Maiores informações sobre o artigo:
Deienno, R.; Nesvorny, D.; Clement, M. S.; Bottke, W. F.; Izidoro, A.; Walsh, K. J. Accretion and Uneven Depletion of the Main Asteroid Belt. The Planetary Science Journal, 2024 (disponível em: arxiv.org/html/2404.03791v1).
Créditos: Divisão de Pós-Graduação (DIPGR).
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