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Doutorando do INPE/MCTI é agraciado com Prêmio Internacional de Sensoriamento Remoto
São José dos Campos-SP, 23 de março de 2021
Celso Silva Junior, estudante de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Sensoriamento Remoto do INPE/MCTI, foi o vencedor do prêmio “Remote Sensing 2021 Young Investigator Award”, promovido anualmente pelo periódico especializado Remote Sensing (Fator de Impacto: 4.509), um dos mais renomados da área.
O prêmio visa reconhecer o conjunto da obra de jovens cientistas por sua excelência no campo da Sensoriamento Remoto. A seleção do ganhador passa por uma avaliação de um Comitê Internacional.
A produção científica inovadora do estudante na área de Sensoriamento Remoto foi reconhecida internacionalmente, consolidando a qualidade da Pós-graduação em Sensoriamento Remoto do INPE/MCTI, e a atuação moderna e colaborativa de seus pesquisadores. Luiz Aragão um dos orientadores de Celso Silva Junior destaca que “ao longo de sua carreira, Celso conduziu e produziu trabalhos de excelência atacando temas de extrema relevância nacional e internacional”.
Celso liderou um recente artigo publicado no renomado periódico Science Advances, junto com seus orientadores, outros estudantes da pós-gradução e colaboradores nacionais e internacionais, apresentando um novo método para quantificação da perda de carbono em florestas tropicais devido aos efeitos de fragmentação. O estudo utilizou o estado da arte em tecnologias de processamento de Big Data em ambiente de computação em nuvem. A integração dos dados de cobertura da terra multitemporais e dados aerotransportados de um sensor a laser (LIDAR) forneceram pela primeira vez uma quantificação espacialmente e temporalmente explícitas dos impactos da fragmentação nos estoques de carbono da maior floresta tropical do mundo. Em outra publicação de impacto na Scientific Data, do Grupo Nature Publishing, o estudante liderou um grupo de colaboradores nacionais e internacionais para produzir primeiro diagnóstico da idade das florestas secundárias no Brasil com uma resolução espacial de 30 m. O estudo exigiu o processamento em nuvem de 33 anos de informações anuais da cobertura do solo com base nos dados do satélite Landsat. O resultado foi a disponibilização aberta da base de dados para a comunidade.
Os dois estudos em destaque não só ratificam a importância da coleta de dados de observação da Terra, tecnologia dominada pelo INPE/MCTI com o lançamento do Satélite Amazônia-1, como também abrem novos caminhos para apoiar ações de monitoramento, reporte e de verificação das emissões de Carbono nos trópicos. Na prática, estes fornecem conjuntos de dados críticos, necessários para estimar as perdas e assimilação de C em florestas degradadas e em regeneração respectivamente.
O domínio deste conhecimento e das tecnologias são essenciais para aprimorar a gestão de estoques de carbono, para dar suporte a políticas nacionais para mitigação de mudanças climáticas, para o cumprimento das metas acordadas na Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) brasileira submetida às Nações Unidas (ONU) e para elaboração de estratégias para o cumprimento de metas globais de desenvolvimento sustentável (ODS). A habilidade em concatenar essas informações são a base para o estabelecimento de Soluções Baseadas na Natureza para a manutenção da estabilidade planetária, inserindo-se no âmbito da Década da Restauração dos Ecossistemas, proposta pela ONU.
A nomeação foi publicada hoje, podendo ser acessada no seguinte link:
https://www.mdpi.com/journal/remotesensing/awards.pdf/0/pdf_16_2021_1_award.pdf
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