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Dia Internacional da Mulher
Em 1975 a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou a data de 8 de março como o Dia Internacional das Mulheres, como uma ação voltada ao combate das desigualdades e discriminação de gênero em todo mundo. Naquela época, as mulheres lutavam por melhores condições de trabalho e para que seus salários fossem equiparados aos dos homens. E ainda hoje continuam lutando para serem respeitadas nos espaços de trabalho, nas ruas, até mesmo dentro da própria casa, para que não sejam vítimas da violência ou do preconceito por seu gênero, reivindicando por seus direitos e por espaço na sociedade, almejando serem respeitadas por suas habilidades e virtudes, e serem reconhecidas em sua integridade.
Para ilustrar a situação da mulher no mercado de trabalho, em números, segue estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referente ao 4º trimestre de 2023, publicada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), entidade criada com o objetivo de desenvolver pesquisas que subsidiassem as demandas dos trabalhadores:
Algumas Leis que protegem as mulheres e autorizam a concessão de medidas protetivas de urgência, em caso de assédio e/ou violência:
Lei 11.340/06: Lei Maria da Penha
Lei 12.737/12: Lei Carolina Dieckmann
Lei 12.845/13: Lei do Minuto Seguinte
Lei 12.650/15: Lei Joana Maranhão
Lei 13.104/15: Lei do Feminicídio
Lei 13.718/18: Lei de Importunação Sexual
Lei 14.245/21: Lei Mariana Ferrer
Sobre a participação das mulheres no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foi publicado no dia 11 de fevereiro de 2024 alguns dados levantados. Estes dados estão disponíveis na nota publicada sobre o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, acessada em:
E a luta incansável por reconhecimento em várias esferas da vida das mulheres e por seu espaço na sociedade não para por aí. É diária.
Como mulher, o que as inpeanas pensam sobre ter um dia comemorativo para elas?
Elas dizem o que pensam e o que esperam receber da sociedade, para quem quiser ouvi-las, em seus depoimentos dados ao Serviço de Comunicação Social (SECOM/INPE). Apenas esclarecendo que as falas lidas nestes depoimentos são as falas de muitas outras mulheres que não se manifestaram abertamente por n-razões. Assim, propositalmente se omitiu seus nomes nesta nota, não por que elas não querem ser identificadas, mas para que se dê VOZ a muitas outras de nós, mulheres que somos.
“Algo que se constata no dia internacional da mulher é que o tema tem provocado nas pessoas o interesse de falar sobre o assunto, de entender melhor o porquê de um dia especialmente dedicado às mulheres. Este despertar, por si só, já seria um bom começo para o processo de reconhecimento da importância da mulher, mas ainda temos uma longa caminhada pela frente. O tema é amplo, e é digno de ser explorado, merece contemplar diferentes visões e perspectivas, e ter a contribuição de vários atores, pessoas de vários gêneros, raças, faixas etárias, posições econômicas e sociais. Enfim, em um contexto de maior diversidade. Fala-se muito do espírito de luta, resiliência, persistência e empenho da mulher, e fica evidente que ser mulher, e ao mesmo tempo, ter que lutar contra todas as consequências provocadas pelo tratamento desigual que coloca a mulher em condição de inferioridade na vida social, acaba por exigir gigantesca dose de persistência da mulher. Não que essa luta, de alguma forma, não contribua para o seu crescimento. Mas fica a pergunta: Por que este caminho árduo, com tantos espinhos e obstáculos? Em que medida, a discriminação e o preconceito, aos quais a mulher está submetida interferem negativamente, para o resultado final? Não estariam estes fatores afetando bem estar, o equilíbrio da saúde mental, física e espiritual deste ser humano? Finalizo com um questionamento (do qual não devo ser a primeira a fazê-lo) – quem disse que lutar continuamente também não cansa? Pelo direito de se sentir cansada, e ainda assim não desistir de cruzar a linha de chegada, desejo à todas um Feliz Dia Internacional da mulher!”
“O dia 08 de março costuma ser uma data em que as mulheres recebem da sociedade parabéns, flores e bombons por serem inteligentes, belas, cuidadoras, guerreiras. Mas o que nós queremos é sermos vistas como seres humanos. Com algumas características biológicas diferentes dos homens que demandam equidade, mas, acima de tudo, humanas, e com o mesmo valor. Então, acima das gentilezas, esta data representa um desafio à toda a incoerência e injustiça que ainda persiste no mundo em relação às mulheres, que elas não silenciem diante disso, e que todos (homens e mulheres) estejamos conscientes e solidários com esse propósito.”
“O Dia Internacional da Mulher é um dia para relembrar o esforço, a força e a luta de todas, tanto no passado quanto no presente. E é triste pensar que ainda precisamos de um dia para nos lembrar disto e dos direitos arduamente conquistados. Talvez neste ano de eleição um direito conquistado que deve ser fortemente lembrado é o de votar e ser votada. Mais mulheres na política pode trazer um novo olhar sobre a luta das mulheres. Embora tenhamos evoluído nos últimos anos, a situação atual está longe de ser considerada ideal.”
“Celebrar o Dia Internacional da Mulher nos remete à reflexão da igualdade de gênero no mercado de trabalho e a todas as barreiras ainda enfrentadas na sociedade atual pelas mulheres para garantir sua independência econômica, sem causar constrangimentos nas relações familiares. A luta vai além da busca por aumentar a presença e liderança feminina nas corporações, envolve a transformação dos papéis sociais atribuídos ao homem e à mulher. Assim como as mulheres enfrentam barreiras para adentrar e ascender no ambiente corporativo, é preciso reconhecer que os homens também enfrentam obstáculos ao abraçarem proativamente as funções domésticas. Desde os primórdios da humanidade, à natureza materna das mulheres foram agregados os cuidados com os filhos e a liderança organizacional da família. Desvincular da maternidade tais tarefas é um desafio e cria lacunas na estrutura familiar que somente serão preenchidas com a distribuição mais equitativa das responsabilidades domésticas. Não se trata de falta de capacidade ou preparo, mas da necessidade de reconhecimento e valorização das competências e complementaridade que cada gênero traz para todos os aspectos da vida. Contudo, a sociedade ainda não está preparada para realizar uma integração eficaz, é fundamental que haja um esforço na formação da nova geração para superar as barreiras institucionais e culturais que limitam a participação de ambos os gêneros em todas as áreas da vida. Isso implica não apenas promover a inclusão de mulheres em espaços de liderança corporativa, mas valorizar a participação dos homens em esferas dominadas por mulheres. As homenagens neste 8 de março são para todas as mulheres protagonistas de quebra de paradigmas de gênero na época em que viveram, independente da magnitude da sua contribuição, restrita a atitudes de bravura e persistência no escopo familiar, ou iniciativas de posicionamento à frente do seu tempo que as tornaram reconhecidas mundialmente.”
“Eu até gostaria de participar da nota e te responder. Se encontrar um tempo te mando, mas não tenho noção de prazo. Sinto muito, estamos com vários BOs aqui. Preciso realmente priorizar atividades. Acho que ser mulher é isso, rsrsrsrsr... priorizar.”
“O que dizer,... DA MULHER
M aravilhosa
U nica
L inda
H eroina
E ncantadora
R eal
Assim somos.”
“Dia que celebramos a força, a resiliência e a determinação das mulheres ao redor do mundo. Que cada conquista seja um lembrete do poder que reside em cada uma de vocês. Que possamos continuar a lutar por um mundo onde todas as mulheres possam prosperar, serem respeitadas e alcançarem seus sonhos.”
“Ao contrário do que muitos pensam, o Dia Internacional das Mulheres não foi criado em forma de homenagem às mulheres, mas sim uma data proposta em prol dos movimentos que reivindicavam o mínimo de dignidade e direitos básicos para elas. Assim, a proposta da data 8 de março era de uma reflexão sobre os nossos avanços e movimentos. Como mulher, digo que há muitos anos não temos de fato uma reflexão sobre isso. Ainda que existam portais de comunicação que comuniquem mensagens importantes sobre nós, a data foi comercializada, assim como o Dia das Mães e Dia dos Namorados, por exemplo. Sendo assim, o 8 de março merece ser comemorado por nós mulheres, e devemos nos apropriar disso, já que só nós sabemos a luta diária que é ser uma mulher. Por isso, que não deixemos o capitalismo e a hipocrisia de muitos que durante a vida reproduzem atos machistas e apenas hoje homenageiam as mulheres que os rodeiam, tomarem conta dessa data. Desejo que possamos relembrar do significado da data 8 de março, mas que todo dia seja um bom dia para as mulheres serem tratadas com amor. Feliz dia das mulheres!”
“Ser mulher para mim é uma alegria imensa, apesar dos desafios. Todas as vezes que me perguntam se eu queria ser homem, eu respondo: Jamais. E o porquê dessa resposta é o que define o motivo que me faz ser feliz como mulher. A primeira delas é a capacidade de gerar um ser humano no seu próprio ventre. Sei que algumas mulheres não podem ou não querem, mas isso não as diminui como mulheres. Somos um ser muito belo por natureza, o que nos leva ao próximo motivo, que é a propensão natural à sensibilidade com outros seres. A capacidade de ter empatia e acolher costuma ser muito maior entre as mulheres. É quase que natural e predominante que mulheres prezam pelo bem-estar nos locais onde estão. Se cuidar, querer estar bem consigo mesmo, pensar nos seus sentimentos e ainda ser capaz de se doar. Todos os mimos que às vezes damos a nós mesmos, como um cabelo cheiroso de um creme novo, uma unha bem-feita, um batom, uma roupa qualquer com um pequeno detalhe que te faz se sentir especial, não para os outros, mas para si mesmo. A capacidade de não desistir dos nossos sonhos mesmo quando tudo luta contra. Se reinventar, se render, buscar ajuda e ajudar. Tentar se inserir em um universo ao qual se é essencial, mas que o tempo todo outros desprezam o seu valor tentando transformá-la em um homem. Penso que celebrar o Dia da Mulher é enfatizar os valores e valorizar o que nos fazem diferentes. Encontrar nossas referências e nos fortalecer, saber que não estamos sozinhas e que não precisamos nos esconder atrás de um estereótipo forçado que tentam nos colocar para nos diminuir. Somos o que quisermos ser. Vamos estar onde quisermos. Estamos juntas.”
“Posso dizer que é dia de refletir que diferença as mulheres fizeram e fazem em nossas vidas, como exemplo de mãe, e de mãe que protege com seu manto, força de amiga, benção de madrinha, vó que dá o colo, tia que protege e diverte, valentia de sobrinha ou afilhada, presteza da que serve com amor, irmã, que mesmo não de sangue, aconselha e corrige, e todas presentes nas mulheres e sendo uma parte do que somos. A todas elas e a muitas mais delas, um dia de minha reverência e gratidão!”
“Acredito que, assim como eu, muitas pessoas já se questionaram sobre a necessidade de haver um dia para se celebrar as mulheres. Contudo, ao avaliar com mais profundidade a história da mulher na sociedade, e a minha própria, modifico o meu pensar. De maneira irônica, aquilo que denominamos como “minoria” representa, muitas vezes, a parcela majoritária da população. No contexto sociológico, o termo "minoria" diz respeito a grupos sociais que, ao longo da história, foram excluídos do acesso garantido aos direitos fundamentais devido a razões étnicas, de origem, financeiras, assim como por questões de gênero e orientação sexual. As disparidades entre os gêneros não são inatas, mas sim socialmente construídas. Há responsabilidade incumbida aos pais, professores e chefes em proporcionar experiências variadas, porém semelhantes tanto a homens quanto a mulheres. Ao abrir a porta de um quarto de bebê, torna-se evidente como o universo infantil é moldado mesmo antes do nascimento da criança. Os presentes recebidos delineiam as expectativas sociais para cada gênero: bonecas, simulando bebês, para que as meninas compreendam seus futuros papéis maternos; pias com panelinhas decoradas para familiarizá-las com tarefas domésticas. Já para os meninos, super-heróis, esportes e jogos transmitem a mensagem de que devem ser destemidos, salvadores de donzelas em perigo, atléticos e sonhadores. Essa dinâmica de diferenciação, atribuição de papéis e comportamentos representa pequenos exemplos de como a cultura influencia e condiciona a identidade, chegando a obscurecer a linha entre a vontade individual e a realidade socialmente imposta. Olhando para esse contexto me pergunto, como uma menina se sentirá interessada pela ciência, tecnologia e instigada a ocupar cargos superiores? Ademais, ainda existe uma disparidade enorme na distribuição de tarefas domésticas e no cuidado com a família, o que torna desafiadora a conciliação entre a carreira profissional e as responsabilidades familiares. A maternidade também se destaca como um fator que, para muitos empregadores, ainda torna a contratação de mulheres menos atrativa. Entretanto, ao longo da história, muitas mulheres desempenharam papéis cruciais na construção de uma sociedade mais diversificada, marcando presença significativa tanto no cenário profissional quanto na arena política. Suas contribuições não apenas quebraram barreiras, mas também moldaram um futuro mais inclusivo e igualitário. No ambiente de trabalho, mulheres notáveis abriram caminho em campos tradicionalmente dominados por homens, desafiando estereótipos e inspirando gerações subsequentes. Líderes empresariais, cientistas, engenheiras e profissionais de diversas áreas demonstraram não apenas competência, mas também a capacidade de liderar e inovar, quebrando preconceitos arraigados. Pela minha experiência de vida, percebo que quanto mais diverso for um time, maior a chance de um conhecimento amplo e maior a criatividade e o potencial de inovar. Como já dito anteriormente, ao aprofundar meu olhar para “trás”, muitas coisas que eu e você mulher fazemos hoje em dia, só são possíveis por conta de outras mulheres que, no passado, lutaram para mudar a realidade a qual pertenciam. Comemorar o Dia das Mulheres no ambiente de trabalho transcende a simbologia; é um compromisso palpável com a formação e fortalecimento de equipes mais resilientes e dinâmicas. Assim como sei que antes de mim muitas mulheres abriram portas para que eu pudesse ter tido as experiências que tive, reconheço que nós, mulheres inpeanas, e tantas outras continuamos o legado. Que sejamos caminho, abertura e incentivo para que as meninas de hoje sejam aquilo o que elas quiserem ser.”
A poesia de Meiriele Alvarenga Cumplido, Julian Sampaio da Costa, Jessica Cristina Gabriel da Silva e Taina Costa Maia, publicada no Instagram da ABPG-INPE em 2023 (https://www.instagram.com/p/Ca2G08XuNB9/?igsh=MTAyM21qODdsNDh2ag), sintetiza bem o que são e o que querem as mulheres:
O INPE tem profissionais mulheres excelentes, que amam o que fazem e o fazem muito bem, e ainda tem talentos excepcionais, cujas habilidades são usadas em prol da comunidade e da sociedade. Alguns exemplos podem ser citados: Mulheres que criam peças customizadas usando materiais que seriam descartados pelo INPE (mesas, cadeiras, bancos, eletrônicos, etc) e os transformam em peças criativas e decorativas, como aquelas expostas na Biblioteca do INPE, e que tornaram este espaço aconchegante e convidativo à leitura; outras fazem trabalho social em favelas e presídios; outras são obreiras e cuidam da capela do INPE; tem aquelas que em seus blogs falam de ciência e tecnologia e outras que leem textos/crônicas/poesias retirados de livros, audíveis no spotify, que promovem ampla reflexão para aqueles que as ouvem falar sobre os temas abordados; tem aquelas que cuidam com todo amor dos pets (cachorros e gatos) abandonados no Instituto até que encontrem um lar que os acolham; tem as atletas que fazem um trabalho excepcional no Grupo de Caminhada e Corrida da ADC/INPE, levando na camiseta de competição o nome INPE; aquelas que cantam de forma amadora ou profissionalmente encantando à todos com suas vozes melodiosas, e as que tocam um instrumento musical, todas animando os encontros de trabalho ou o ambiente fora dele; tem aquelas que escrevem livros que são publicados e vendem em livrarias ou online; as que bordam tecidos, costuram e fazem trabalhos manuais/artesanais maravilhosos; tem aquelas que estão envolvidas no bloco de carnaval do INPE, levando a ciência para as marchinhas e desfilando pelas ruas de são José dos Campos; tem as aposentadas do INPE, que já deram sua parcela de contribuição para que a Instituição seja o que é hoje, e que continuam ativas, contribuindo para a sociedade como voluntárias em entidades de sustentabilidade, sendo empreendedoras, e atuando em outras atividades de natureza social; Muitas e muitas outras poderiam ser citadas ainda. Muitas dessas mulheres inpeanas na ativa ainda tem a tarefa de cuidar de seus pais idosos ou entes queridos que precisam de cuidados especiais, e se desdobram para conciliar a carreira e o acolhimento familiar, que vai muito além de ser mãe de seus próprios filhos.
Hoje é dia de parabenizar todas essas mulheres, na ativa e aposentadas do Instituto, fortes, líderes natas, resilientes, determinadas, que agregam valor e amor em tudo que fazem, que fazem a diferença dentro e fora do INPE! Mulheres são mil facetas e nunca descansam. Assim, Dia da Mulher não é só hoje, mas todos os dias!
Nesta oportunidade, a Direção do INPE, seus Coordenadores, Chefes e colegas de trabalho, expressam seus parabéns pelo Dia Internacional da Mulher e agradecem a todas as colaboradoras, pesquisadoras, técnicas, gestoras, bolsistas, alunas e funcionárias terceirizadas, que contribuem para tornar o INPE uma Instituição de excelência, lutando diariamente para se ter um ambiente agregador e acolhedor.
Serviço de Comunicação Social - SECOM