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Artigo de pesquisador do INPE (DIIAV/CGCT/) mostra como um raio se ramifica
São José dos Campos-SP, 22 de outubro de 2020
Por que um raio pisca? Por que se ramifica? Para responder estas perguntas o pesquisador Marcelo Saba do INPE/DIIAV junto com pesquisadores dos Estados Unidos, da África do Sul e com um estudante universitário de Oxford na Inglaterra, acabam de publicar na revista Nature Scientific Reports um estudo inédito. Ele se baseia em imagens de vídeos de raios em super slow motion, ou seja, na análise de imagens de câmeras que fotografam milhares de imagens por segundo.
O raio é uma descarga elétrica que dura milésimos de segundo. Para estudá-lo com detalhes, não é possível fazer uso de uma câmera de vídeo normal. Afinal, as câmeras de vídeo comuns filmam entre 30 a 60 imagens por segundo. No estudo publicado os autores analisam imagens obtidas a cada 100 microsegundos.
O que foi encontrado?
Em janeiro de 2012 os pesquisadores fizeram o primeiro registro de um raio ascendente no Brasil. A partir desta e de outras centenas de raios ascendentes filmados no Brasil e nos EUA, publicaram um estudo sobre como eles se iniciam em torres ( https://www.nature.com/articles/s41598-019-46122-x ).
Foto de um raio ascendente iniciado em uma torre no Pico do Jaraguá em S. Paulo, SP.
Entre outros resultados, o trabalho mostra como um raio se ramifica e, ao ramificar, deixa para trás estruturas luminosas piscantes nunca antes vistas em vídeo. Ver detalhes no vídeo associado ao nosso último trabalho na Nature Scientific Reports : https://rdcu.be/b8yJA .
Figura ilustrando como o raio se ramifica e cria estruturas de plasma que piscam (ver vídeo em
https://rdcu.be/b8yJA
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Essa recente descoberta pode explicar algo que há muito tempo intriga os cientistas: como se dá a ramificação de um raio e porque os raios costumam ter várias descargas.
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