CONVITE: SEMINÁRIOS PGCST (24/05/2019): Há mais no clima que a Oscilação do Atlântico Norte: uma nova perspectiva da dinâmica climática para explicar a variabilidade nas taxas de crescimento populacional de uma ave marinha de vida longa
Seminarios PG-CST
Data: 24/05/2019 – sexta-feira
Local: Auditório Lambda– Prédio Lambda – INPE/SJC
Horário: 15h00min
Título: Há mais no clima que a Oscilação do Atlântico Norte: uma nova perspectiva da dinâmica climática para explicar a variabilidade nas taxas de crescimento populacional de uma ave marinha de vida longa
Palestrante: Dr. Michel d. S. Mesquita – Senior Research Scientist at NORCE Norwegian Research Centre and the Bjerknes Centre for Climate Research
Resumo: Prever o impacto da mudança climática global na biosfera tornou-se um dos esforços mais importantes da ecologia. Os ecossistemas em todo o mundo estão mudando rapidamente como conseqüência do aquecimento global, embora nossa compreensão das conseqüências dessas mudanças nas populações seja limitada. A Oscilação do Atlântico Norte (NAO) tem sido usada como uma proxy para o “clima” em vários estudos ecológicos, mas este índice nem sempre explica os padrões de variação nas populações examinadas. Outras técnicas para estudar a relação entre séries temporais ecológicas e clima são, portanto, necessárias. Um método padrão usado em climatologia é trabalhar com mapas de pontos, onde a correlação de pontos, a regressão de pontos ou outras técnicas são usadas para identificar pontos quentes de regiões que podem explicar a variabilidade observada nas séries temporais. Esses hotspots podem fazer parte de uma teleconexão, que é um modo atmosférico de variabilidade que afeta regiões remotas ao redor do mundo. O NAO é um tipo de teleconexão, mas nem toda a variabilidade climática pode ser explicada através dele. No presente estudo, utilizamos técnicas relacionadas ao clima e analisamos a variação anual do crescimento populacional de uma colônia Ury aalge comum na região do Mar de Barents, com 30 anos de existência. Mostramos que o NAO não explica essa variação, mas essa análise pontual pode ajudar a identificar índices que podem explicar uma parte significativa dela. Esses índices estão relacionados a mudanças na pressão média do nível do mar no Mar de Barents, através do Pacífico – formando um padrão tipo teleconexo. As dinâmicas são as seguintes: nos anos em que a taxa de crescimento populacional é maior, os padrões observados são os de um sistema anômalo de baixa pressão no Mar de Barents. Estes sistemas de baixa pressão são uma fonte de transporte de calor para a região e forçam a ressurgência da mistura no oceano, criando assim condições favoráveis para uma sobrevivência mais bem sucedida e melhoramento da Guillemot Comum.