Decomposição ponto-a-ponto
Um simples cálculo pode demonstrar que a técnica de descontami-nação por subtração direta dos componentes Galácticos é inapropriada. Suponha que a intensidade de um componente Galáctico seja conhecida com precisão absoluta numa freqüência ν₁, mas com um erro σ₂ na freqüência ν₂ > ν₁. Se o objetivo for determinar o nível da intensidade Ι ∝ νb numa freqüência ν0 > ν2 com um erro inferior a σ0, então
Ou seja, tomando o mapa de Haslam como base, o erro em 1420MHz teria que ser no máximo ∼ 3 vezes o erro em 31,5GHz, enquanto que o erro relativo σ/I não poderia exceder 29% do erro relativo em 31,5GHz. Isto é bastante desanimador, não só porque o mapa de Haslam está longe de ser perfeito mas, também, porque erros de ganho (erros relativos) podem facilmente mascarar flutuações genuínas da temperatura da RCF.
Baseados em simulações, Brandt et al. (1994) concluem que uma técnica multifreqüencial seria muito mais adequada para separar a RCF da emissão Galáctica em escalas angulares de 1°, mas só se o ruído por pixel em cada freqüência for bem menor do que o nível de ruído verificado nos experimentos atuais. O processo de descontaminação neste caso consistiria em ajustar o sinal observado a um sinal composto pela RCF e os componentes Galácticos numa determinada faixa do espectro e em regiões com flutuações mínimas no sinal do céu. Porém, o processo de extração da RCF é não-linear e sua viabilidade depende da introdução de simplificações a respeito do comportamento médio esperado dos parâmetros que descrevem a natureza dos mecanismos de emissão. Segundo este enfoque, na região do espectro onde a contribuição Galáctica é mínima, sua remoção por esta técnica não funcionaria porque o espectro Galáctico se aproxima de um espectro térmico.
Carlos Alexandre Wuensche - Criado em 2005-06-02