Conclusão
Apresentamos um esboço abrangente do contexto astrofísico e cosmológico da emissão Galáctica baseados no atual conhecimento e entendimento da sua distribuição espacial e espectral. Em baixas freqüências, os mapas existentes se mostram insuficientes para definir clara e precisamente a forma como a Galáxia contamina as medidas da RCF. Em particular, as medidas espectrais da RCF em baixas freqüências apresentam um elevado grau de contaminação pelo contínuo não-térmico da Galáxia que impede evidenciar distorções espectrais como assinaturas da origem e evolução das estruturas observáveis no universo atual.
Medidas mais precisas da distribuição do índice espectral do componente síncrotron da emissão Galáctica poderia não só reduzir as barras de erro que afetam a interpretação do sinal cosmológico em baixas freqüências como seria muito importante para colocar limites superiores à contaminação pelos outros componentes de emissão Galáctica. Desta forma, a aparente correlação nas distribuições angulares da emissão livre-livre e da poeira ajudaria a elucidar se a emissividade da poeira é realmente realçada em microondas. Essas medidas também implicariam em avançar nosso conhecimento a respeito da constituição e dinâmica do meio interestelar. Mais especificamente, poderíamos melhorar as estimativas de parâmetros básicos como a densidade de elétrons ao longo da linha de visada e a intensidade média do campo magnético; além de possibilitar a identificação das quebras no espectro entre 1-2GHz e contribuir para esclarecer a questão sobre a modulação solar dos raios cósmicos observados no topo da atmosfera terrestre.
Em suma, são estas as motivações que deram origem ao projeto GEM, cujo compromisso com a obtenção de novos mapas do brilho total do céu, em comprimentos de onda decimétricos e centimétricos, será o tema do próximo capítulo e objetivo desse trabalho.
Carlos Alexandre Wuensche - Criado em 2005-06-02