Animais
Peixe-boi da Amazônia
Nem peixe nem boi, o peixe-boi é mamífero aquático e parente do elefante. Legal, não é? O peixe-boi da Amazônia, conhecido cientificamente como Trichechus inunguis, é uma espécie exclusiva dos rios amazônicos. Ele é considerado o maior mamífero de água doce do mundo, chegando a medir três metros de comprimento e pesar cerca de 400 quilos. Que gigante! Sua pele é muito espessa, de cor cinza escuro com uma mancha branca ou rosada na barriga. Os peixes-bois são herbívoros, ou seja, na natureza se alimentam de plantas aquáticas e nos tanques do Parque Aquático Robin Best eles comem, além dessas plantas, abóbora, couve, repolho, cará, feijão de corda, entre outras plantas cultivadas.
No INPA, você pode ver de perto esses animais no Parque Aquático Robin Best, onde estão os tanques com os peixes-bois. A maioria chega ao Instituto ainda filhote vítima da caça ilegal ou da captura acidental em redes de pesca, e aqui recebe os cuidados necessários para que seja reabilitado e retorne à natureza.
Ariranhas
Ariranha (Pteronura brasiliensis), também conhecida como onça d'água, é um animal semiaquático, aquele que vive na terra e na água. Este mamífero pesa entre 26 e 30 quilos e chega a medir 1,80 metro de comprimento, sendo considerada a maior espécie entre todas as lontras. Seu corpo é alongado, a cauda comprida e achatada, sua pelagem é curta e densa de tom amarronzado, com manchas bege claras na região do pescoço. Estas manchas são únicas e funcionam como impressões digitais. Possui membranas entre os dedos das patas ligando os cinco dedos para facilitar a natação. Seu alimento principal é peixe, mas também se alimenta de pequenos animais. No INPA, as ariranhas comem bastante jaraqui, aracu, piranha, pacu e mapará!
Poraquê: O Peixe-elétrico
Você sabia que existe um tipo peixe que dá choque? O nome dele é poraquê, que significa, na língua tupi, “o que coloca para dormir para sempre”. Estudo realizado por instituições brasileiras e estrangeiras, com a participação do INPA, descobriu que existem pelo menos três espécies de peixes-elétricos conhecidos como poraquês e não apenas uma - a Electrophorus electricus - como se pensou por mais de dois séculos e meio.
E olha que incrível: uma das espécies novas, a Electrophorus voltai, emite a maior voltagem já registrada para um animal, chegando a 860 volts, e supera o recorde anterior de 650 volts do E. electricus. A outra espécie nova, a Electrophorus varii, alcança uma descarga elétrica que varia de 151 a 572 volts.
O poraquê pode chegar a dois metros e meio de comprimento e é o único peixe-elétrico que produz descargas elétricas fortes, usadas para defesa e caça. Ele possui o corpo alongado e cilíndrico, com apenas uma nadadeira anal que se estende por quase todo o abdome. Sua forma lembra a de uma enguia: sua cabeça é achatada e a boca é equipada com uma fileira de dentes cônicos e afiados. A cor desse animal é escura, porém o ventre é amarelado. Ele é um peixe carnívoro, aquele que come carne de outros animais como peixes, invertebrados aquáticos e terrestres, mamíferos e insetos.
Recinto dos Jacarés: uma volta à pré-história
A Amazônia possui a maior diversidade de jacarés do mundo, sendo que das oito espécies existentes em todo o planeta cinco estão na nossa região. No Bosque podem ser observadas duas espécies de jacarés amazônicos. Uma delas é o jacaré-açu (Melanosuchus niger), o maior do Brasil e que pode atingir mais de 5 metros de comprimento total. A segunda espécie é o jacaré-tinga (Caimam crocodilus), que pode chegar até a 2,5 metros de comprimento total. Essa espécie recebeu esse nome popular por ter o corpo de cor mais clara em relação às outras espécies de jacarés da região, sendo que "tinga" significa "branco" na língua tupi-guarani, enquanto que "açu" significa “grande". Esses vertebrados possuem biologia e ecologia muito peculiares e necessitam se aquecer ao sol, pois a sua fisiologia varia em função da temperatura do ambiente. Eles são predadores, muito pacientes, observadores, inteligentes e adaptáveis ao meio ambiente.
Condomínio das abelhas: Trabalho em comunidade
Na natureza cada ser vivo cumpre uma importante função para o equilíbrio do ecossistema, trazendo importantes benefícios aos seres humanos. É o caso das abelhas, insetos que prestam o serviço ecossistêmico de polinizar a floresta e plantações, auxiliando na reprodução das plantas com flores e, consequentemente, produção de alimentos, além da manutenção dos habitats para outros animais.
No Bosque há o Condomínio de Abelhas, um conjunto de colmeias em caixas verticais com abelhas nativas e sem-ferrão. Elas são assim conhecidas por possuírem ferrão atrofiado, incapaz de ferroar. No Condomínio das Abelhas, uma tecnologia social aprimorada pelo Inpa, são mantidas duas das espécies de abelhas nativas sem-ferrão mais comumente criadas no Amazonas: a Uruçu-boca-de-renda (ou Jandaíra, como também é conhecida), e a Jupará. Mas no Bosque podem ser encontradas quase 20 das cerca de 120 espécies de abelhas-sem-ferrão existentes na Amazônia.
Fauna livre
Ver animais livres na natureza é encantador! No Bosque da Ciência existem diversas árvores frutíferas, e isso atrai muitos animais como macacos, cutias, preguiças, iguanas, pássaros e vários tipos de insetos. Algumas espécies que vivem nessa área verde estão ameaçadas de extinção, como o macaquinho sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), mascote de Manaus. Fique atento, com sorte, poderá ver o sauim.
Durante as visitas você pode encontrar vários animais, inclusive alguns animais peçonhentos, como aranhas e cobras. Por isso é importante estar atento durante a visita e usar calçado apropriado. Fique de olho!