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Inpa é a terceira instituição no mundo com mais produção científica sobre a Amazônia
Referência em estudos da biodiversidade amazônica, ecologia tropical e mudança climática, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) é a terceira instituição no mundo e no Brasil que mais produz pesquisa científica sobre a Amazônia. O Inpa ficou atrás apenas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Pará (UFPA). É o que aponta levantamento feito com base em artigos indexados e publicados de 2012 a 2021, na base Scopus, mantida pela Editora Elsevier.
No ranking das 20 instituições que lideram os estudos científicos sobre a Amazônia no mundo, 16 são brasileiras e 6 seis estão localizadas na região. Além da UFPA (2º lugar) e Inpa (3º), estão localizadas na Amazônia a Universidade Federal do Amazonas (Ufam, 4º), o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG, 9º), a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufram, 18º) e a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT, 19º).
“É um orgulho, e ainda maior por ser pesquisadora do Inpa, por conhecer o quanto nossos pesquisadores têm capacidade de desenvolver os estudos em nossa instituição aqui na Amazônia, ainda que o nosso quantitativo de recursos humanos seja ínfimo comparado com o de outras instituições que estão nessa lista. Parabéns aos nossos pesquisadores, alunos, servidores, pela competência interna de nossa instituição”, comemorou a diretora do Inpa, a pesquisadora Antonia Franco.
Na lista das 20 instituições, as quatro estrangeiras são o Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS) da França (7º lugar), a Academia Chinesa de Ciências (13ª), o Instituto de Pesquisa Tropical Smithsonian (17ª) e a Universidade da Flórida (20ª), ambos dos Estados Unidos. Conforme os dados da Elsevier, os Estados Unidos lideraram as pesquisas sobre a Amazônia por três décadas (1975-2005) e só a partir de 2006 o Brasil assumiu o topo do ranking.
“É gratificante ver que o Inpa se destacou na sua produção de pesquisas sobre a Amazônia, sendo a terceira instituição no mundo, e também no Brasil, em termos de número de publicações indexadas sobre a região. O Inpa ficou atrás apenas de duas instituições bem maiores: USP e UFPA”, disse o pesquisador do Inpa, Philip Fearnside, líder no país em publicações sobre ecologia e evolução, conforme ranking da Research.com publicado neste ano.
Para Fearnside, “também é gratificante” ver o destaque de instituições brasileiras quando comparadas às de outros países. “Nove das dez instituições que mais publicaram sobre a Amazônia são brasileiras, a única exceção sendo CNRS, da França, em 7ª lugar”, completou Fearnside.
O levantamento foi feito pelo físico Carlos Henrique de Brito Cruz, vice-presidente sênior de Redes de Pesquisa da Elsevier, com informações da base Scopus, sobre a participação de países, instituições e centros de pesquisa, agências de financiamento e áreas de pesquisa.
Para a pesquisadora do Inpa Maria Teresa Piedade, o Inpa estar entre as três instituições que mais produzem informações relevantes sobre a Amazônia “é muito importante”. “Apesar das distâncias e dificuldades do trabalho nesta imensa e fascinante região, e de períodos com grande escassez de recursos, a perseverança e a dedicação dos pesquisadores e estudantes atuando na região são indiscutíveis, e mostram seus frutos ao nos colocar nessa honrosa posição”, destaca Piedade, referência nos estudos de áreas alagáveis da Amazônia.
Dentre todas as publicações, a principal área de pesquisa sobre a Amazônia com autores no Brasil é a de Ciências da Agricultura e da Biologia, seguida de Ciências Ambientais e na terceira posição Ciências da Terra e Planetária.
Financiamento
O levantamento também trouxe dados sobre as agências que financiam as investigações científicas na Amazônia, o bioma mais biodiverso do mundo e no qual o Inpa atua há décadas. Destaque para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) e para a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC). Entre as dez primeiras, estão três fundações estaduais de amparo à pesquisa: São Paulo (Fapesp, 4º), Amazonas (Fapeam, 5º) e Rio de Janeiro (Faperj, 10º).
O Inpa não é uma agência de financiamento, mas apareceu na 8ª posição do ranking. Para Fearnside, uma possível explicação pode estar no fato de que o levantamento é feito em termos de número de publicações, não em valor monetário, e talvez a análise levou em consideração as fontes de apoio financeiro mencionadas nos agradecimentos dos trabalhos.