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VI IBSB destaca a importância de parcerias internacionais para as pesquisas da Amazônia

O evento contou com a participação de pesquisadores do Inpa, do CNPEM e da Chalmers University of Technology - Fotos: Victor Mamede
Nesta quinta-feira (16/05) o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) recebeu a sexta edição do Workshop Biotecnologia Industrial e Biologia Sintética. O evento é idealizado pelo Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e organizado pelo Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR), um dos quatro Laboratórios Nacionais do CNPEM, e contou com a participação de membros da Chalmers University of Technology, visando futuras colaborações entre pesquisadores do Brasil, neste caso do Inpa, e da Suécia.
Na mesa de abertura, estiveram presentes o diretor do Inpa, Henrique Pereira, que enfatizou o potencial das futuras parcerias entre os pesquisadores do Inpa, CNPEM e da Chalmers. Pelo CNPEM, participaram Eduardo Couto, diretor do LNBR, e a pesquisadora Gabriela Persinoti. Representando a Chalmers, estavam presentes Lisbeth Olsson e Carl Franzen, e pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação estava como representante Bruno Nunes, coordenador geral de Ciência para a Bioeconomia. A mesa de abertura ressaltou a relevância da cooperação entre as instituições.
Jorge Porto, chefe de gabinete do Inpa, diz que o evento foi planejado pensando em uma futura parceria entre o Inpa e os pesquisadores suecos da Chalmers University of Technology que estudam sobre a bioeconomia. “É um momento que estamos apresentando o que o Inpa produz de melhor em termos de pesquisa associada a bioeconomia, biotecnologia e biodiversidade. E pensando em uma parceria futura, a principal agregação está associada aos nossos alunos, principalmente de iniciação científica, os bolsistas de mestrado e doutorado e, claro, que está embutido nisso, uma parceria internacional entre os pesquisadores daqui do Inpa e os pesquisadores da Suécia”, pontua.
De acordo com Eduardo Couto, do CNPEM, o LNBR atuou junto ao Inpa estudando a microbiota do peixe-boi da Amazônia, um herbívoro importante, buscando entender como esse mamífero aquático decompõe a biomassa. Com isso, os pesquisadores poderiam aprender mais sobre as enzimas da biodiversidade brasileira, que têm potencial biotecnológico significativo e, no futuro, trazer benefícios para a sociedade. Couto afirma, ainda, que o workshop atual é um segundo passo, para formar uma parceria entre a Chalmers e o Inpa, juntamente com o CNPEM.
“Colocar esses dois parceiros juntos seria de grande valia, já que as três instituições, cada um complementa com um conhecimento bem específico. Então, a gente consegue, dessa maneira, alavancar o potencial existente num centro de referência do país, que é o Inpa e o CNPEM, que é conhecido pela sua atuação também em pesquisa de ponta, e uma universidade que é referência na Suécia, a Chalmers”, pontua.Os participantes do evento tiveram a oportunidade de aprender sobre o Inpa, seus espaços, programas de pós-graduação, reservas e núcleos de pesquisa. Além disso, tiveram a oportunidade de conhecer o Bosque da Ciência e seus atrativos. Pela parte da tarde, os pesquisadores ouviram os pesquisadores do Inpa falando sobre suas áreas de atuação. Gemilson Pontes, Cecília Nunez, e João Vicente, pesquisadores do Inpa, tiveram a oportunidade de apresentar as pesquisas desenvolvidas em parceria com povos originários e integrando saberes tradicionais da Amazônia.
Fernanda Werneck, também pesquisadora do Inpa e coordenadora das coleções, compartilhou dados sobre as coleções do Inpa, divididas entre botânica, microrganismos e zoológicas. Na oportunidade, os pesquisadores ressaltaram os desafios enfrentados na condução das pesquisas e na manutenção da ciência, enfatizando a importância de apoio contínuo para a preservação e avanço do conhecimento científico na região amazônica.
Sobre o VI IBSB
Este workshop faz parte de uma rede colaborativa entre pesquisadores do LNBR, Inpa e Chalmers University of Technology com o objetivo de consolidar esta rede internacional e fomentar novas colaborações entre pesquisadores do Brasil e da Suécia. A exploração do potencial genético da biodiversidade microbiana pode fornecer novas estratégias enzimáticas para a desconstrução da biomassa e para a concepção de circuitos genéticos visando o desenvolvimento de fábricas de células microbianas para a bioprodução de produtos químicos e combustíveis valiosos. As tecnologias inovadoras de base biológica podem, portanto, promover o desenvolvimento de uma bioeconomia circular sustentável.
Sobre o CNPEM
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) compõe um ambiente científico de fronteira, multiusuário e multidisciplinar, com ações em diferentes frentes do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o CNPEM é impulsionado por pesquisas que impactam as áreas de saúde, energia, materiais renováveis e sustentabilidade. Responsável pelo Sirius, maior equipamento científico já construído no País, o CNPEM hoje desenvolve o projeto Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos. Equipes altamente especializadas em ciência e engenharia, infraestruturas sofisticadas abertas à comunidade científica, linhas estratégicas de investigação, projetos inovadores com o setor produtivo e formação de pesquisadores e estudantes compõem os pilares da atuação deste centro único no País, capaz de atuar como ponte entre conhecimento e inovação. O CNPEM é responsável pela operação dos Laboratórios Nacionais de Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio), Nanotecnologia (LNNano) e Biorrenováveis (LNBR), e também pela Ilum Escola de Ciência, curso de bacharelado em Ciência e Tecnologia, com apoio do Ministério da Educação (MEC).