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Público conhece iniciativas de tecnologia social em aniversário de 28 anos do Bosque da Ciência
O evento contou apresentação de unidades demonstrativas e oficinas promovidas por parceiros do projeto da Rede Amazônica de Tecnologia Social. Foto Victor Mamede/ Inpa
Na celebração do aniversário de 28 anos do Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o público pode conhecer iniciativas de Tecnologia Social desenvolvidas na Amazônia. Além das unidades demonstrativas das inovações, foram realizadas oficinas de papel reciclado e de tintas à base de solos amazônicos, promovidas por parceiros do projeto Rede Amazônica de Tecnologia Social.
O Bosque recebeu quase 5 mil visitantes apenas no dia 1º de abril. Crianças, jovens, adultos e idosos participaram das mais de 20 atividades de educação, lazer e popularização da ciência, em contato com a natureza. Entre as ações destaque para as exposições, oficinas, visitas guiadas, entrega de trilha acessível e atrações musicais. Nas oficinas de tecnologia social o público colocou a mão na massa e nem a chuva afastou os participantes.
“O Bosque tem uma vocação educadora. Não basta o Inpa apenas produzir pesquisa, é preciso popularizar o conhecimento, fazer o conhecimento chegar até as pessoas. E aqui estamos com diversas atividades, incluindo as de tecnologias sociais, aquelas de uso aberto, voltadas para as comunidades para melhorar as grandes questões da qualidade de vida na nossa região”, conta Gutierrez.
Oficinas para Popularização da Ciência
As oficinas dos projetos Tons na Terra e Papéis Recicláveis foram adaptadas de forma lúdica e criativa para o público infantil. Pinturas com tintas feitas de terra em papéis produzidos a partir de fibras vegetais e cascas de frutos disponíveis na região, ensinando as crianças sobre a promoção da sustentabilidade e da inovação social.
De acordo com a professora do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Fernanda Villani, idealizadora e coordenadora do Tons da Terra, o projeto desenvolve tintas a partir de materiais naturais, como terra, água e plantas. “Poder transmitir a técnica para a população em geral é de grande valor para nós, pois é uma das técnicas que vinha sendo perdida com o passar do tempo. O resgate desta atividade proporciona, acima de tudo, uma grande possibilidade das pessoas conhecerem e utilizarem esse método para colorir sua vida”, pontua.
Na oficina de papéis recicláveis, a tecnologista do Inpa Marcela Amazonas ensinou como fazer papéis utilizando fibras de frutos e outros materiais orgânicos. “Nós trabalhamos a consciência ambiental, a partir da redução dos resíduos e a utilização deles com a técnica de reciclagem de papéis e fibras de substratos agroflorestais”, contou Amazonas, que é chefe do laboratório de celulose e carvão vegetal, explica a proposta da oficina realizada no Bosque da Ciência.
A participante da oficina Shuany Trajano destacou a interação do público com a iniciativa ecológica. “As crianças estão descobrindo as tintas de terra e como são feitos esses papéis. E isso é muito bom, porque elas podem aprender desde cedo sobre a importância de preservar e dar um novo destino para materiais que geralmente são descartados por nós”, disse Trajano.
Inovações Sociais no Bosque
Um dos atrativos do Bosque da Ciência é o Condomínio das Abelhas, um conjunto de colmeias em caixas verticais com abelhas nativas e sem-ferrão, que servem para mostrar aos visitantes o importante trabalho que o Inpa desenvolve na meliponicultura (criação de abelhas sem-ferrão). Na área, o Projeto Rede Amazônica de Tecnologia Social instalou placas informativas, que permitem ao visitante ampliar o conhecimento sobre as abelhas sem ferrão e seus benefícios.
Outra inovação social presente no Bosque é o Ecolágua, um purificador solar de água capaz de desinfectar águas contaminadas por germes de rios, lagos e igarapés através da radiação ultravioleta tipo C. A unidade demonstrativa passou por recente revitalização.
“Fiquei surpreso quando descobri que este mecanismo purifica a água, não conhecia esta opção que pode contribuir ainda mais para comunidades que vivem com dificuldades de ter acesso à água potável”, disse o visitante Matheus Passos.
Sobre o Projeto
Promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Projeto Rede Amazônica de Tecnologia Social procura consolidar o sistema de inovação desenvolvimento social e sustentável na região Amazônica, em paralelo a popularização do conhecimento e iniciativas que fortaleçam o campo da tecnologia social na Amazônia.