Pesquisadores do Inpa são condecorados no Prêmio Fapeam de Ciência, Tecnologia e Inovação

Dois pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) conquistaram o Prêmio Fapeam de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). Luiz Antonio Oliveira e Philip Fearnside foram premiados na categoria Pesquisador Destaque em Ciências Agrárias e Ciências Biológicas, respectivamente. A diretora do Inpa e pesquisadora Antonia Franco foi finalista na categoria Pesquisador Destaque, Ciências Biológicas. 

Edição inédita no Estado do Amazonas, o Prêmio Fapeam de CT&I teve a cerimônia realizada no dia 12 de novembro, em formato virtual, com transmissão da cerimônia pelo canal do YouTube da instituição. O evento condecorou 14 pesquisadores, profissionais de comunicação e professores de escolas com atuação no Programa Ciência na Escola (PCE) pelas importantes contribuições no conhecimento científico, tecnológico, inovador, social, ambiental e de desenvolvimento econômico para a região. Foram investidos R$248.160,00 no Prêmio.

“Parabenizo os agraciados pelo Prêmio Fapeam. O Inpa muito se orgulha pela excelência das pesquisas desenvolvidas pela nossa instituição”, destacou a diretora Antonia Franco. “Competir na mesma categoria com um pesquisador hors concours como o Philip Fearnside é para mim uma grande honra e gratificante”, contou Franco.

Luiz Antonio de Oliveira é pesquisador do Inpa há mais de 40 anos, desde 1977. É formado em Ciências Agronômicas, mestre em Ciências do Solo e doutor em microbiologia de solo, com experiências no papel de microrganismos para a sustentabilidade da Amazônia, agricultura familiar, recuperação de solos e em biotecnologia; é autor de quase 150 artigos científicos, livros e capítulos de livros; orientador e co-orientador de mais de uma centena de trabalhos da iniciação científica ao doutorado e foi agraciado em duas ocasiões com o Prêmio Prof. Samuel Benchimol (2013 e 2019). Também foi coordenador de Ações Estratégicas e diretor substituto do Inpa (2014-2016).

“Nessas mais de quatro décadas de atuação, eu procurei combinar agricultura com meio ambiente, já que a Região Norte tem esse problema mundial sobre os desmatamentos. Hoje nós podemos resgatar as áreas degradadas e já desmatadas, convertendo-as em sistemas produtivos sem precisar desmatar um hectare sequer da floresta. Agradeço a todos aqueles que deram apoio para eu chegar a esse nível, ao Inpa, meus colegas de trabalho, aos órgãos financiadores como a própria Fapeam, CNPq, Finep e Petrobras que também contribuiu um pouco ao longo das minhas pesquisas ”, disse Oliveira durante a cerimônia do Prêmio. 

O pesquisador e ambientalista Philip Fearnside já tem mais de 40 anos de trajetória científica na Amazônia, onde vive desde 1978. Fearnside tem mais de 600 publicações científicas e suas contribuições à defesa do bioma mais biodiverso do mundo, em especial aos estudos de biologia tropical, aos serviços ambientais da Floresta Amazônica e aos impactos das mudanças climáticas e grandes obras na Amazônia, permeiam sua carreira, que é recheada de reconhecimentos.  

São mais de 30 títulos e prêmios. Destaque para o Prêmio Nobel da Paz pelo Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas–IPCC (2007), Fellow da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, sigla em inglês), a maior sociedade científica do mundo e editora da revista Science (2020), e o cientista mais influente do Brasil na área de mudanças climáticas pela Hot List da Reuters (2021). 

“Ninguém está pagando para evitar o aquecimento global, para reciclar água, coisa fundamental, então essa premiação dá essa visibilidade e ajuda a toda essa tarefa. Agradeço todos os colegas e alunos que participam comigo dos trabalhos sobre esses assuntos. Também agradeço aos agentes financiadores, inclusive a Fapeam, CNPq e Rede Clima”, destacou Fearnside.  

A pesquisadora Antonia Franco foi finalista na categoria Pesquisador Destaque, Ciências Biológicas. Franco é bióloga, com mestrado em Biologia Parasitária e doutorado em Biologia Celular e Molecular, com atuação em estudos de bioprospecção com ensaios in-vitro e pré-clínicos, caracterização e tipagem de parasitos, tratamento e diagnóstico das Leishmanioses. A leishmaniose tegumentar é uma doença infecciosa, com ocorrência em quase 90 países, com cerca de 20 mil novos casos por ano. No Brasil, o Amazonas está entre os estados com o maior número de casos. 

Sobre a premiação 

De acordo com informações do site da Fapeam, 30 profissionais foram classificados pelo Comitê de Especialistas do Prêmio Fapeam de CT&I – Chamada Pública n.º 001/2021para concorrer nas categorias: Pesquisador Destaque; Pesquisador Inovador; Profissional de Comunicação e Pesquisador Ciência na Escola.

Os primeiros colocados nas categorias Pesquisador Destaque e Pesquisador Inovador recebem: troféu e três meses de bolsa no valor de R$ 5.720,00; o 1º colocado na categoria Profissional de Comunicação: troféu e três meses de bolsa no valor R$ 1.650,00; o 1º colocado na categoria Pesquisador Ciência na Escola ganha troféu e três meses de bolsa no valor R$ 1.650,00.

Confira abaixo os vencedores da premiação

• Categoria Pesquisador Destaque:

Ciências Exatas e da Terra: Edgar Aparecido Sanches;

Ciências Agrárias: Luiz Antonio de Oliveira;

Ciências da Saúde: Spartaco Astolfi Filho;

Ciências Biológicas: Philip Martin Fearnside.

• Categoria Pesquisador Inovador:

Inovação para o setor público: Claudia Guerra Monteiro;

Inovação para o setor empresarial: Eduardo James Pereira Souto.

• Categoria Profissional de Comunicação:

Mídia Impressa: Maria Cristina Pires Monte Giovanazzi;

Rádio: Bruno Elander Cavalcante Paulo.

• Categoria Pesquisador Ciência na Escola: 

Engenharias: Alysson Roberto Garcia Azevedo;

Ciências Exatas e da Terra: Persiely Pires Rosa;

Ciências Biológicas: Márcia de Castro Gomes;

Ciências Humanas: Ileia Maria de Jesus Matos;

Ciências Sociais Aplicadas: Jonathan Felix Ribeiro Lopes;

Linguística, Letras e Artes: Romário Neves Coelho.