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Pesquisadora do Inpa é nova membra da Acadêmia Brasileira de Ciências
Neusa é líder do Laboratório de Citotaxonomia e Insetos Aquáticos (Lacia) do Inpa, com cerca de 37 anos contribuindo para a ciência - Banner: Débora Vale/Foto: Cimone Barros
A pesquisadora Neusa Hamada, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), foi nomeada como membra titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC). A cerimônia de nomeação ocorreu na última semana na Escola Naval, no Rio de Janeiro. Hamada foi agraciada com a honraria na presença de amigos pesquisadores do Inpa, como Adalberto Val, Vera Val e Philip Fearnside, seu esposo e também pesquisador do Inpa. Da região norte, além de Neusa, o Professor Titular da Universidade Federal do Pará (UFPA) Luís Carlos Bassalo Crispino também se tornou membro.
O diretor do Inpa, Henrique Pereira, diz que a posse representa vários significados para o Instituto e para a comunidade científica brasileira. “Certamente é motivo de júbilo e de orgulho ter mais um membro da comunidade científica do Inpa compondo o rol de imortais da Academia e, de modo especial, uma pesquisadora, assegurando a presença e participação feminina nesse seleto grupo”, parabeniza.
Adalberto Val, vice-presidente da ABC para a região Norte, explica que o processo de ingresso na Academia é muito criterioso, o nome é indicado por um ou mais membros e passam por uma análise minuciosa no âmbito de uma das dez áreas de conhecimento da ABC. Após essa fase são selecionados dois nomes para cada vaga e são novamente analisados minuciosamente por todos os membros de todas as áreas. Processo pelo qual Neusa Hamada foi selecionada como uma das profissionais reconhecidas nesse ano de 2024, ao lado de 20 outros cientistas brasileiros.
“É muito difícil ter alguém da Amazônia nesse time, mas dessa vez tivemos uma mulher do Inpa que vem contribuindo de forma brilhante com a Entomologia na Amazônia. Além de seu fantástico Currículo, Neusa vem se preocupando muito com a difusão da Ciência”, felicita.
De acordo com Hamada, a ABC é composta por aproximadamente 900 membros de diversas áreas científicas, distribuídos em diferentes categorias. Na categoria de membros titulares há cerca de 600 integrantes, com uma predominância de 80% de homens e 20% de mulheres, proporção que vem mudando, como demonstrado pela recente nomeação de novos membros, dos quais 60% eram mulheres.
Neusa foi admitida na área de Ciências Biológicas, onde a proporção entre homens e mulheres é mais equilibrada, com cerca de 56% de homens e 44% de mulheres. Ao ver a relação dos pesquisadores da região Norte, é possível constatar que há apenas 15 pesquisadores como membros titulares da Academia, sendo sete do Amazonas, seis deles pertencentes ao Inpa, e oito do Pará, sendo quatro mulheres.
A pesquisadora ressalta, ainda, que sua nomeação é um avanço para reduzir as desigualdades de gênero e que existe entre as regiões, além de valorizar a ciência básica, uma vez que poucos taxonomistas, morfologistas e outros desse segmento fazem parte desse seleto grupo de pesquisadores.
“Esse reconhecimento acadêmico é fruto de um esforço conjunto com todas as pessoas, alunos, colaboradores e outros com as quais trabalhei ao longo da minha carreira, portanto, é uma conquista compartilhada com muitos e ajuda a elevar a visibilidade do Inpa e da Amazônia, mostrando que apesar de estarmos distantes dos grandes centros do Brasil, conseguimos fazer pesquisa de qualidade e formar recursos humanos preparados para trabalhar na Amazônia”, enfatiza.
Líder do Laboratório de Citotaxonomia e Insetos Aquáticos (Lacia) do Inpa, Neusa tem mais de 30 anos de contribuição para a ciência com mais de 200 artigos, 10 livros e 30 capítulos de livros publicados. Hamada pesquisa sobre áreas de taxonomia de insetos aquáticos, ecologia, estrutura de comunidade, biodiversidade, biogeografia e impactos das mudanças climáticas sobre as comunidades de insetos aquáticos.
Além disso, Hamada é coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Entomologia (PPG-ENT) do Inpa e vem contribuindo na formação de mestres e doutores através da orientação de discentes no curso de pós-graduação mencionado acima. Ela também colabora com diversos outros grupos de pesquisa, gerando oportunidades, e é uma das grandes incentivadoras de projetos de divulgação e popularização da ciência, tendo produzido livros infantis, jogos, vídeos, maquetes e exposições.
Alunos e ex-alunos do Laboratório da pesquisadora utilizaram as redes sociais para felicitar a conquista da pesquisadora. “Parabéns, Dra. Neusa! Ficamos muito felizes com o reconhecimento a sua excelência científica e sua tomada de posse como membro titular da ABC. Nós do Lacia somos gratos pela oportunidade de aprender com você. É uma imensa honra tê-la como líder do nosso laboratório”, comemoram.