Notícias
Pesquisador do Inpa é agraciado com o Prêmio Samuel Benchimol pela terceira vez
Banner: Thalita Bandeira.
Pela terceira vez, o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Luiz Antonio de Oliveira, ganhou o prêmio Samuel Benchimol – Edição 2020/2021 na categoria Iniciativa de Desenvolvimento Local. Com coautoria do professor José Luiz Zanirato Maia (Fucapi), o reconhecimento se deu pela proposta de uma pesquisa científica sobre enriquecimento das florestas de propriedades rurais da Amazônia com bromélias e filodendros de valor econômico.
Oliveira é pesquisador do Inpa há mais de 40 anos e é formado em Ciências Agronômicas, mestre em Ciências do Solo e doutor em microbiologia de solo. Já contribuiu com pesquisas relacionadas a microrganismos para a sustentabilidade da Amazônia, agricultura familiar, recuperação de solos e biotecnologia. Além disso, foi coordenador de Ações Estratégicas e diretor substituto do Inpa (2014-2016).
O agrônomo explica que o trabalho agraciado surgiu a partir de uma ideia ligada à sustentabilidade e valor econômico. Segundo ele, “ 80% das propriedades rurais são obrigadas, por lei, a manter suas florestas. Então o produtor só pode desmatar 20%. Eu pensei que essa porcentagem não aproveitada poderia dar uma renda a mais, então a ideia da pesquisa é botar bromélias e filodendros dentro da floresta. Calculei que em uma propriedade de três hectares ele poderia faturar de 1 a 5 milhões de reais ao ano caso vendesse sua produção no valor de mercado, e no mínimo 200 mil a 1 milhão de reais se vendesse por um preço equivalente a apenas 20% desse valor”, esclarece Oliveira.
A pesquisa ainda não foi desenvolvida, mas o pesquisador declara que a expectativa é que os resultados causem um impacto altamente positivo na propriedade dos produtores e na preservação da floresta. “Ainda precisamos realizar uma pesquisa de mercado, de comercialização e desenvolver uma tecnologia de produção de mudas, mas é uma ideia que com certeza contribuirá para uma renda fabulosa que terá impacto na propriedade dos produtores. Além disso, será um avanço realmente muito grande e estratégico, de exploração da Amazônia sem destruir a floresta. ”
Bromélias e Filodendros
As bromélias são um gênero vegetal que compreende mais de 3.000 espécies distintas, todas pertencentes à família Bromeliácea . Elas possuem cores vibrantes (que variam principalmente entre o amarelo, o vermelho e o laranja), e é uma ótima opção para colocar em ambientes internos e externos de casa, necessitando, de forma geral, apenas de luminosidade. Já os Filodendros são um gênero botânico pertencente à família das Araceae. São plantas bonitas e fáceis de cultivar. Usualmente, diferentes tipos de filodendros precisam de cuidados semelhantes: um clima quente e úmido; brilhante, luz indireta; e solo uniformemente úmido.
Apesar das Filodendros possuírem folhas que contêm oxalato de cálcio, gênero tóxico para gatos, cães e humanos quando consumidas , esse gênero de plantas, tal como as bromélias, faz parte do setor de plantas e flores que tiveram um crescimento de 10% no faturamento em 2020, movimentando R$ 9,6 bilhões em todo o Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor). Portanto, é possível destacar a grande possibilidade de resultados positivos com o investimento no ramo.
Sobre a premiação
O Prêmio Professor Samuel Benchimol tem como objetivo reconhecer iniciativas e trajetórias pioneiras à compreensão da Amazônia e desvendar novos caminhos em prol do desenvolvimento sustentável da região. A condecoração está dividida em duas categorias: a primeira contempla trabalhos economicamente viáveis, ecologicamente adequados, politicamente equilibrados e socialmente justos, intitulada Projetos de Desenvolvimento Sustentável na Região Amazônica, e a segunda homenageia personalidade do meio empresarial ou acadêmico, que se destacou em prol do desenvolvimento sustentável na região, chamada Personalidades dedicadas ao Desenvolvimento Sustentável da Região Amazônica. O Dr. Luiz Antonio de Oliveira já havia ganhado esse prêmio na categoria Projetos de Desenvolvimento Sustentável na Região Amazônica em 2013 e 2019.