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Inpa participa de I Encontro de Tecnologias Sociais da Amazônia
Foto: Divulgação - 1º Encotro de Tecnologia Social da Amazônia
Buscar soluções para problemas como acesso à água potável, produção de alimentos, questões ambientais e inclusão social na Amazônia usando tecnologias de baixo custo e acessíveis pelas comunidades ribeirinhas e tradicionais. Este é o foco do I Encontro de Tecnologia Social da Amazônia, que acontece até este sábado (25), no Museu Paraense Emílio Goeldi, no Pará.
O evento é fruto de uma parceria entre várias instituições de ensino e pesquisa da Amazônia, como o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), Universidade Federal do Pará (UFPA), Instituto Peabiru, Associação Brasileira de Ensino, Pesquisa e Extensão em Tecnologia Social (ABEPETS), e outras.
De acordo com a coordenadora de Tecnologia Social do Inpa, Denise Gutierrez, o Encontro busca ampliar a voz dos diversos segmentos da sociedade, em especial as comunidades amazônicas. “O evento está trazendo a voz das comunidades muito fortemente, a participação de lideranças comunitárias, de associações, de cooperativas. Isso muito nos alegra, porque significa que, de fato, cumprimos nossa missão em criar um ambiente democrático, no qual os diversos grupos interessados e militantes na área da tecnologia social estão representados”, destacou.
Na programação do evento, Gutierrez participou da composição de mesas e da Reunião da Coordenação Norte da ABEPETS. Na tarde desta sexta-feira (24), atuou na mediação da mesa temática “Avanços e desafios do campo da tecnologia social”, quando foram compartilhadas experiências, desafios e oportunidades em tecnologia social na Amazônia com reflexões mais teórico-críticas sobre esse campo do conhecimento.
Na ocasião foram apresentados os resultados do mapeamento de experiências em tecnologia social na Amazônia, realizado em parceria com MPEG e IDSM, e debatidos os potenciais das tecnologias sociais para o desenvolvimento social na região.
Para a coordenadora do Encontro, Vania Neu, da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), as Tecnologias sociais são relevantes e importantes, principalmente para os enfrentamentos atuais, como mudança climática, seca, pessoas com falta de comida e acesso à água.
“As tecnologias sociais são tecnologias de ponta. Elas nasceram, cresceram e amadureceram no cerne do problema. As tecnologias sociais são criadas nas comunidades, frutos de muito diálogo entre povos, comunidades e a academia”, enfatizou. “Elas também são tecnologias de ponta, porque conseguem chegar a lugares que nenhuma outra chega, ou que não é eficiente ou efetiva”, completou.
O evento tem como objetivos organizar o Observatório de Tecnologia Social da Amazônia, e instituir um fórum regional de discussões sobre o tema. Entre as publicações lançadas durante o evento está a edição especial da Revista Terceira Margem Amazônia, abordando a tecnologia social na Amazônia e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da qual a titular da Cotes do Inpa foi um dos editores.
O Inpa também contribuiu nas discussões da mesa “Tecnologia social e gestão ambiental na Amazônia”, com o pesquisador George Henrique Rebelo. O debate foi mediado por Regina Oliveira da Silva (MPEG) e contou ainda com a participação de Katiuscia Miranda (IEB) e Glenn Shepard Jr. (MPEG).
Tecnologias Sociais
As tecnologias sociais são iniciativas que incluem novos produtos, equipamentos, processos, procedimentos, técnicas, metodologias e serviços, além de inovações sociais, organizacionais e de gestão. Usam os saberes tradicionais de comunidades em situação de vulnerabilidade social para combater as desigualdades e proporcionar qualidade de vida e desenvolvimento social para essas populações.
Essas tecnologias são de uso aberto (sem patente); baixo custo; simplicidade, que permitem reaplicação; construídas em processo de interação da ciência com os grupos beneficiados em algum momento; e são destinadas a resolver problemas concretos e relevantes para os beneficiados.