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Inpa participa da COP da Biodiversidade na Colômbia
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Fotos: Daniel Lage/ Rede Bioamazonia e Verónica Puga / CAF
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) participa da 16ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre a Biodiversidade - COP 16, em Cali, na Colômbia. Foi neste importante espaço de discussão e negociação para proteger a biodiversidade, que foi lançada oficialmente a Rede BioAmazônia, uma iniciativa que une esforços científicos e de inovação para a conservação e uso sustentável da biodiversidade, além de soluções para a bioeconomia amazônica.
O diretor do Inpa, o professor Henrique Pereira, é o vice-presidente da Rede Bioamazônia – Institutos de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade. A presidente é a diretora do Instituto Sinchi (Colômbia) Luz Marina Mantilla. Oito instituições do Brasil, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia integram a Rede.A iniciativa transfronteiriça nasceu do consenso de que a cooperação e a ação coletiva são essenciais para enfrentar os desafios sociais, econômicos e ambientais do bioma amazônico. A Rede Bioamazônia conta com o apoio técnico e financeiro do Programa Amazônia Sempre, coordenado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
“A presença da Rede nesta conferência representa um marco histórico, simbolizando a transição de uma fase em que o trabalho colaborativo vinha sendo desenvolvido através da cooperação e da troca de informações de forma mais independente, para um novo patamar em que se trabalha de forma mais interdependente e integrada, o que implica uma união mais profunda e estratégica, onde, pela primeira vez na história, os institutos funcionam como uma entidade única na busca de objetivos comuns.”, destacou o professor Henrique Pereira.
A COP 16 reúne líderes e representantes de mais de 190 países, que discutem mecanismos de financiamento e a avaliação da implementação das 23 metas para a biodiversidade até 2030, prevista no Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal (GBF, na sigla em inglês) estabelecidas 2022. Entre as metas estão preservar 30% das áreas mais biodiversas do mundo até 2030 e zerar a perda de áreas relevantes para a biodiversidade até o fim da década.
Em painel da Rede BioAmazonia, o diretor do Inpa destacou que o Brasil vem implementando uma série de iniciativas e ações importantes para alcançar os objetivos da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), em diversas áreas. Entre os mais significativos para a Amazônia, no campo da conservação e restauração, citou o Programa Áreas Protegidas na Amazônia - Programa Arpa, que já consolidou 6,5 milhões de hectares em 33 Unidades de Conservação na Amazônia, visando proteger a biodiversidade e promover o desenvolvimento sustentável.
O diretor ressaltou ainda importantes serviços prestados pelos institutos científicos brasileiros membros da RedeBioAmazonia em áreas voltadas à proteção, conservação e ao desenvolvimento sustentável da região: pesquisa e monitoramento da biodiversidade, desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, apoio à formulação de políticas públicas e na formação profissional e educação ambiental. O Inpa, uma instituição científica com 70 anos de trajetória científica, exemplificou Pereira, realiza pesquisas sobre o impacto do desmatamento e das mudanças climáticas na biodiversidade amazônica, fornecendo informações relevantes para o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).
“No campo da pesquisa e monitoramento da biodiversidade, o Inpa, o Museu Goeldi e o Instituto Mamirauá, como importantes centros de pesquisa na Amazônia e ligados ao MCTI, podem fornecer dados científicos essenciais para avaliar a biodiversidade, identificar espécies ameaçadas e monitorar ecossistemas. Essas informações são cruciais para definir estratégias de conservação eficazes”, assegurou Pereira.
Membros da Rede Bioamazonia
• Instituto de Pesquisa de Recursos Biológicos Alexander Von Humboldt (HUMBOLDT) - Colômbia
• Instituto Amazônico de Pesquisas Científicas SINCHI (SINCHI) - Colômbia
• Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (MAMIRAUÁ) - Brasil
• Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) - Brasil
• Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) - Brasil
• Instituto de Pesquisas da Amazônia Peruana (IIAP) - Peru
• Instituto Nacional de Biodiversidade (INABIO) - Equador
• Instituto de Ecologia da Universidade Mayor de San Andrés (IE/UMSA) – Bolívia
Inovação e desenvolvimento
A coordenadora de Gestão da Inovação e Empreendedorismo do Inpa, Deuzanira Santos, também participa das discussões da COP-16, mas no Pavilhão do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF). Em painel e roda de conversa promovidos pelo CAF, em parceria com a Universidade de Oxford, Santos destacou iniciativas do Inpa na área da inovação baseada na biodiversidade amazônica.
Santos colaborou na construção dos compromissos do CAF para a COP 16, a Declaração do CAF para um desenvolvimento positivo para a natureza, a coordenadora foi convidada a participar da assinatura do documento.
No painel sobre Biodiversidade e desenvolvimento produtivo - revisão do panorama econômico na América Latina e no Caribe, a discussão se concentrou em duas metas do Marco Global da Biodiversidade (Metas 20 e 21). O Marco visa reverter a perda da natureza até 2050.
Na Meta 20, a coordenadora focou em como tornar tecnologias desenvolvidas em instituições como o Inpa mais acessíveis por meio de oferta tecnológica e da cooperação para a inovação com instituições localizadas no interior do Amazonas e da Amazônia.
“O movimento de promoção da inovação para o desenvolvimento baseado na bioutilização e conservação da Biodiversidade amazônica deve ser feito com e a partir das comunidades locais, do apoio ao desenvolvimento das capacidades existentes e disponíveis nos territórios”, contou.
Para atingir a Meta 21, Santos destacou a implementação de um consórcio formado por três incubadoras do Amazonas: incubadora do Inpa (Manaus), incubadora de Mamirauá (Tefé) e InPACTAS (Benjamin Constant). A proposta é fazer uma gestão integrada de ações para a promoção da inovação com foco na bioeconomia (bioutilização, conservação e biomimética) e para a geração e disponibilização de dados, informações e conhecimentos para subsidiar a tomada de decisões sobre políticas públicas e privadas de investimento na Amazônia Ocidental. A ação leva em conta a comunicação, a articulação e a conectividade como fundamentais para o apoio ao desenvolvimento das capacidades locais, visando um desenvolvimento positivo para a natureza e para as populações.