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Inpa entrega revitalização de estruturas de tecnologia social voltadas à criação de abelhas-sem-ferrão
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) inaugura nesta terça-feira (07/03 ) a revitalização do Meliponário Científico e da Unidade Demonstrativa de Tecnologia Social: Colmeias Padronizadas para criação de abelhas-sem-ferrão, conhecido como Condomínio das Abelhas. O evento terá início às 9h, nos arredores do Paiol da Cultura, no Bosque da Ciência, área de visitação pública do Inpa.
A revitalização das estruturas é fruto de investimento do projeto Rede Amazônica de Tecnologia Social do Inpa, ligado à Coordenação de Tecnologia Social (Cotes), e coordenado por Denise Gutierrez. A ação vai melhorar a ambientação dos cientistas no meliponário (coleção de colmeias de abelhas-sem-ferrão) e dos visitantes no condomínio das abelhas, que agora conta com placas informativas ampliando o conhecimento do público sobre as abelhas sem ferrão e seus benefícios.
Para Denise Gutierrez, a revitalização representa ainda um reconhecimento institucional para as atividades realizadas pelo Grupo de Pesquisa em Abelhas (GPA/Inpa), liderado pela pesquisadora Gislene Zilse, que estuda biologia e genética da reprodução de abelhas-sem-ferrão amazônica e atua no desenvolvimento de técnicas para criação e manejo dessas abelhas (Meliponicultura) com fins comerciais e manutenção de suas populações naturais, além capacitação e formação de pessoas.
“Esta revitalização é uma ação significativa do nosso projeto, pois dá destaque às pesquisas do GPA e à assistência levada aos produtores de mel da região, ou seja, uma importante resposta social para aqueles que utilizam o mel para a geração de renda e o seu sustento”, ressaltou Gutierrez.
Atividade econômica em expansão no Amazonas, a Meliponicultura reúne mais de mil produtores no Estado ligados à associações. Alia a geração de renda com a produção de mel - principal produto - , pólen e própolis às próprias colmeias que têm importância ambiental vital para a conservação da Amazônia, já que as abelhas são os principais polinizadores da flora nativa e cultivada.
No Amazonas são encontradas cerca de 120 espécies de abelhas-sem-ferrão, um grupo particular de abelhas sociais, aquelas que vivem em colônias e formam a tribo Meliponini. Na meliponicultura do estado, as duas espécies mais comumente criadas são a Melipona seminigra (popularmente conhecida como Uruçu-boca-de-renda ou Jandaíra) e a Melipona (Melikerria) interrupta Latreille (conhecida como Jupará), ambas presentes no Bosque da Ciência.
O Meliponário do Inpa existe há mais de 20 anos. É utilizado nas pesquisas em biodiversidade, educação, visitas institucionais de autoridades e gestores, popularização da ciência e treinamento de criadores.
De acordo com a pesquisadora do Inpa Gislene Carvalho-Zilse, líder do Grupo de Pesquisas em Abelhas (GPA), os estudos sobre as abelhas que vivem sob o solo amazônico e a amplificação de pesquisas envolvendo as biodiversidades são importantes passos para que se possa conhecer e entender como estes pequenos insetos se desenvolvem e vivem em diferentes ecossistemas.
“O compromisso com a atividade de Meliponicultura também tem valor social e importância ambiental, uma vez que as abelhas são os principais polinizadores do ecossistema nativo e cultivado", destaca Zilse.
Projeto Rede Amazônica de Tecnologia Social
Financiado pelo CNPq, o projeto visa fortalecer o sistema de inovação e o desenvolvimento de iniciativas de tecnologia social (TS) na Amazônia, com mapeamento de experiências para composição de banco de dados e catálogo, socialização do conhecimento, além de implantação e revitalização de unidades demonstrativas de TS do Inpa.