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Inpa e Samsung inauguram adequação do prédio do Laboratório de Química Ambiental onde funciona o Projeto Ieté
O prédio construído na década de 70 foi modernizado, o que possibilitará melhorar a análises de dados, favorecendo as pesquisas do Inpa e da comunidade científica . Foto: Cimone Barros/ Inpa
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e a Samsung Eletrônica da Amazônia inauguram a adequação do prédio do Laboratório de Química Ambiental, também conhecido como prédio de recursos hídricos. No local funciona o Projeto Ieté, desenvolvido em conjunto com a empresa do ramo eletrônico, que prevê a implantação de uma rede de monitoramento ambiental integrado na Bacia Hidrográfica do Educandos em Manaus, onde está instalado o Polo Industrial de Manaus.
Construído nos anos de 1970, o prédio que já abrigava vários laboratórios de pesquisas e salas de pesquisadores, foi modernizado e equipado com novos aparelhos. A adequação permite melhorar as análises de dados, favorecendo os pesquisadores do Inpa e da rede de instituições parceiras.
Este é o primeiro projeto PD&I do Inpa com uma empresa privada, e recebe recursos da Lei de Informática (Suframa/ Capda), administrados pela Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa, Extensão e Interiorização do Ifam (Faepi).
O Projeto Ieté prevê a implantação de uma rede de monitoramento integrado, que inclui as áreas de hidrologia, química ambiental, hidrogeologia e meteorologia, focada na gestão de efluentes da Bacia do Educandos. Outra área importante do projeto são os testes de devolução de água para aquífero, com o desenvolvimento de um sistema pioneiro de recarga artificial de água tratada e filtrada para o reservatório subterrâneo de água, via poços tubulares secos. Durante décadas, empresas do distrito extraem água via poços artesianos, já sendo sentido um rebaixamento do lençol freático na área.
Para a diretora do Inpa, a pesquisadora Antonia Franco, ter o desenvolvimento do projeto Ieté, incluindo a modernização do Laboratório de Química Ambiental, é motivo de satisfação, diante das dificuldades enfrentadas, principalmente impostas pela pandemia da Covid-19. “Fico muito feliz, porque tivemos esse resultado e a obra de fato aconteceu. Foram recuperados todos esses laboratórios e o pessoal está trabalhando bastante para fazer entregas relevantes para a sociedade”, ressalta a diretora.
O Projeto está finalizando a primeira de três fases, que serão desenvolvidas em quatro anos de projeto (2019-2023). A primeira fase do Ieté é a implantação da rede de monitoramento e a adequação do Laboratório, crucial para o processamento das análises de dados e do diagnóstico do monitoramento.
“Além de uma rede de monitoramento permanente da Bacia do Educandos, que sofre com a água de esgotos das indústrias, o projeto traz a ideia de retorno da água tratada, via injeção artificial, para o aquífero”, explicou o coordenador do Projeto Ieté, o pesquisador Marcio Silva. “Faremos os testes. Se o resultado for viável e seguro para o meio ambiente, vamos disponibilizar a técnica para que a sociedade manifeste o seu interesse de uso, e quem sabe vire uma Lei que obrigue as empresas a devolverem uma parte da água utilizada e tratada para o aquífero”, completou Silva, que é geólogo com doutorado em Geociências e Meio Ambiente e líder do Grupo de Pesquisa em Recursos Hídricos em Ambientes Naturais e Impactados na Amazônia (GP-RHANIA/ Inpa).
De acordo com o diretor da Samsung R&D Institute Brazil (SRBR), Lucas Kim, dentre os diversos projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação que a Samsung financia, o Projeto Ieté representa para a empresa o compromisso e a responsabilidade com o meio ambiente, com os recursos hídricos da região. “Nesta tarde, celebramos o Laboratório de Química Ambiental, uma importante ferramenta para o desenvolvimento científico, tecnológico e social da região, e necessário para execução do Projeto Ieté”, disse em seu discurso e agradeceu pela oportunidade de parceria com o Inpa e a Faepi na realização deste projeto.
Na oportunidade, foi lançado o livro Projeto Ieté – Rede de Monitoramento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Educandos, Manaus-AM. Fase 1 Diagnóstico Ambiental ( https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/38199/3/iete.pdf ). A obra traz 19 capítulos, que tratam sobre urbanização e impacto do clima em Manaus (meteorologia), mapeamento vegetal da área de estudo, hidrologia, hidroquímica, hidrogeologia e legislação ambiental.
Também há outros dois capítulos que abordam a sustentabilidade ambiental: A Experiência da Samsung Eletrônica da Amazônia em projetos nessa área, escrito por Pedro Luis González, Priscila Ribas, Erickson dos Santos, Cleideane da Costa, e “Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia: desafios da ciência na Amazônia Ocidental” de autoria da diretora Antonia Franco e da coordenadora de Ações Estratégicas, Hillandia Brandão.
Saiba mais
Segundo o coordenador do Projeto Ieté, o pesquisador Márcio Luiz da Silva, a construção da rede é aberta e o desenvolvimento das pesquisas está aberto a parcerias. “A rede de monitoramento não é apenas do Inpa, mas também está aberto a organizações de pesquisa, ao governo do estado, governo municipal, universidades através dos cursos de Mestrado, Doutorado, Iniciação Científica. Todos terão a oportunidade de ter uma rede para desenvolver suas pesquisas”, explica o pesquisador.
Vídeo - Inauguração da adequação do Laboratório de Química Ambiental
https://www.youtube.com/watch?v=llP24mt68tE&t=13s
Vídeo – Visita ao Laboratório de Química Ambiental – Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do Inpa / 2021