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Inpa e Samsung concluem o Ieté - primeiro projeto de PD&I do Instituto com uma empresa do Polo Industrial de Manaus
O projeto Ieté implantou uma rede integrada de monitoramento ambiental na Bacia Hidrográfica do Educandos e um sistema de injeção artificial de água para estudos continuados - Fotos: Débora Vale
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), em parceria com a Samsung Eletrônica da Amazônia Ltda (Seda-M), apresentou na sexta-feira (7/7), a fase final da implementação da primeira rede integrada de monitoramento ambiental na bacia hidrográfica do Educandos, região urbana de Manaus - inserida no Polo Industrial de Manaus (PIM). A implantação foi fruto do projeto Ieté e objetivou desenvolver tecnologias para o tratamento de águas residuais e reinjeção de água potável no aquífero local. Justificado pela poluição das águas dos igarapés de Manaus, aliada ao uso sistemático e indiscriminado das águas subterrâneas pelo PIM e pela população ali inserida (bacia hidrográfica do Educandos).
Ieté significa “todas as águas, água verdadeira” - na língua indígena Tupi. O projeto Ieté é o primeiro projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação - PD&I do Inpa com uma empresa privada, e recebe recursos da Lei de Informática (Lei Federal nº 8.387/1991; Decreto 10.521/2020 - Art. 39º), administrados pela Faepi. O projeto conta com o apoio da equipe do Laboratório de Química Ambiental e do Laboratório de Modelagem Climática do Inpa.
A diretora do Inpa, a pesquisadora Dra. Antonia Franco, esteve presente no evento e enfatizou o caráter pioneiro do projeto e destacou sua satisfação com os pesquisadores que promoveram contato com outras instituições parceiras, bem como com as entregas que foram feitas, especialmente em relação aos objetivos iniciais.
“É um dos primeiros PD&I na área de meio ambiente (feito pelo Inpa) sendo mantido pela lei da informática, os resultados foram positivos e o que nós vemos agora é o interesse de continuidade entre o Inpa e a Samsung, no que diz respeito ao monitoramento de todas as ações realizadas e com os resultados que eles conseguiram, vamos continuar”, pontuou a diretora.
Além da diretora do Inpa, estiveram presentes o subsecretário de Unidades de Pesquisas e Organizações Sociais - MCTI, Dr. Cesar Augusto; o coordenador do Projeto, o pesquisador do Inpa Márcio Luiz da Silva; o diretor de PD&I da Samsung/SRBR, Mr. Lucas Kim, e representantes da Samsung, da Suframa, do Ifam e Faepi.
Durante o evento, o projeto homenageou seus parceiros e os pesquisadores que integraram a equipe de execução. Após a cerimônia, no Auditório da Ciência, os convidados se deslocaram até o Bosque da Ciência onde houve a inauguração da Unidade Demonstrativa no Bosque da Ciência.
Entre diversas pesquisas conduzidas no âmbito do projeto Ieté, houve o desenvolvimento de um filtro para tratar águas residuais, produzido a partir de argilas. Sâmia Dourado, pós-graduanda em química e pesquisadora do projeto Ieté, explica o processo de pesquisa realizado durante a execução do projeto Ieté:
“Desenvolvemos um filtro usando argilas da região de Iranduba e Manacapuru e ele tem objetivo de tratar águas residuais contaminadas com metais pesados, íons e coliformes. O filtro está apresentando resultados significativos e inéditos. Ele é produzido a partir de pequenas pelotas de argila de vários tamanhos para verificar a eficiência para tratamento dessas águas residuais”, ressalta Dourado.
O projeto Ieté teve duração de quatro anos e foi realizado em cinco fases: o diagnóstico ambiental, implantação da rede, ampliação e consolidação do projeto, monitoramento ambiental e por fim, a divulgação dos resultados obtidos.
Coordenado pelo pesquisador do Inpa, Dr. Márcio Luiz da Silva, o projeto contou com uma rede de pesquisa integrada entre pesquisadores de várias áreas do Inpa, como mapeamento vegetal, hidrologia, meteorologia, hidrogeologia e química ambiental e ainda, com diversos pesquisadores externos/bolsistas. Ao todo, o projeto contou com a participação de mais de 60 pesquisadores e desenvolveu mais de duzentos produtos, como participação em workshops, publicações de artigos e livros, ao longo dos seus quatro anos de desenvolvimento.
Pedro Sosa, gerente júnior de PD&I da Samsung destaca a relevância e o impacto social do projeto para a região implantada. “É um projeto pioneiro e que toca um tema muito importante que é a poluição das bacias hidrográficas que atravessam a cidade de Manaus, especificamente a bacia do igarapé do Quarenta que atravessa uma área densamente povoada - o Distrito Industrial. Também, abre portas para o poder público promover ações para a recuperação dessas bacias hidrográficas”, destaca.