Notícias
Inpa dialoga com produtores em oficina virtual sobre experiências de transição agroecológica no Amazonas
Atividade faz parte da disciplina Agroecologia do curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Agricultura no Trópico Úmido. Banner: Mateus Bento - Cotes/Inpa
Como as práticas e o modo de vida de produtores agroecológicos podem nos ajudar a desenvolver uma agricultura sustentável na Amazônia? O assunto será debatido nesta quinta-feira (25) na oficina virtual “Experiências de transição agroecológica no Amazonas”, às 15h (de Manaus), com a participação de representantes de produtores regionais para o diálogo de saberes que promova mudanças institucionais e sociais em direção à agricultura sustentável.
A atividade faz parte da disciplina de Agroecologia do Programa de Pós-graduação em Agricultura no Trópico Úmido (PPG-ATU) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e recebe apoio do Projeto Rede Amazônica de Tecnologia Social do Inpa. O mestrado do PPG-ATU possui duas linhas de pesquisa: Agroecologia e Uso, manejo e tecnologia de recursos tropicais.
O termo agroecologia passou a ter muitos significados nos últimos anos. Na disciplina do PPG- ATU do Inpa, é usada a definição que trata a agroecologia como uma nova disciplina científica (o estudo das interações entre a agricultura e os ecossistemas), mas que também pode ser entendida como uma prática agrícola que busca desenvolver a produção de alimentos saudáveis e de forma sustentável. Ao mesmo tempo, trata-se de um movimento social e político mais amplo que integra atores sociais que promovem mudanças institucionais e sociais em direção à agricultura sustentável.
A coordenadora da atividade, a pesquisadora do Inpa Sonia Alfaia, explica que, ao contrário do que ocorre com a proposta da agricultura convencional, onde os produtores são receptores passivos do conhecimento da ciência moderna e da agronomia, a agroecologia agrega ainda saberes populares e tradicionais provenientes das experiências de agricultores familiares, dos agricultores indígenas, quilombolas e extrativistas. Para a pesquisadora, a agroecologia tem avançado principalmente na Amazônia, onde ocorrem transformações socioculturais e ambientais profundas, e surge como alternativa ao agronegócio, que vem destruindo grandes áreas de florestas para a implantação de pastos e plantios de soja transgênica, com o uso intensivo de agrotóxicos, e outras práticas que levam à degradação do solo, além de ocupar irregularmente as Terras Indígenas e áreas protegidas.
“Daí a importância desse diálogo de saberes com os produtores agroecológicos do Amazonas, que têm muito a nos ensinar sobre suas práticas e modo de vida, que são ancestrais! Assim, é com muita honra que recebemos esses agricultores numa Instituição pública de pesquisas como o Inpa, como professores, valorizando o conhecimento tradicional e local. Essa troca de conhecimentos científico e tradicional torna-se então em um dos objetivos fundamentais da pesquisa agroecológica”, destaca Alfaia, que é graduada em Engenharia Agronômica, mestre em Agronomia e doutora em Ciências Agronômicas.
Participam como convidados da oficina Raimundo Moura, da Associação dos Produtores Orgânicos no Amazonas (Apoam); Obadias Garcia, do Consórcio dos Produtores Sateré-Mawé (CPSM); Joed de Melo, da Associação de Produtores Orgânicos de Iranduba (Apoi); Etelvina da Silva, da Associação dos Agricultores da Comunidade São Francisco de Assis no Rio Preto da Eva (APRCSFA); e Jorge Luiz dos Santos, da Associação Renascer no Careiro da Várzea. A doutora em Engenharia Agroflorestal e professora da UEA, Katell Uguen, será a mediadora do encontro.
Além dos conhecimentos sobre a agroecologia e as iniciativas existentes no Amazonas, o público receberá uma declaração de participação de 3h. Os interessados devem se inscrever no link a seguir https://www.even3.com.br/Ofic_Experiencias_Transicao_Agroecologica_no_Am para ter acesso à oficina. Para mais informações, enviar mensagem para o e-mail: sonia.alfaia@inpa.gov.br.