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Ima Vieira fala sobre biodiversidade e restauração de áreas degradadas em Aula Magna da Pós-Graduação do Inpa
Na próxima terça-feira (26), será realizada a Aula Magna dos Programas de Pós-Graduação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), instituição que é referência nos estudos da biodiversidade, funcionamento da floresta amazônica e mudança climática. A atividade receberá a pesquisadora e ex-diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), a agrônoma com doutorado em Ecologia, Ima Vieira, que falará sobre “As atuais ameaças à conservação da biodiversidade e a importância da restauração de áreas degradadas na Amazônia”.
Docente nos Programas de Pós-graduação em Ciências Ambientais e de Botânica, no Pará, Vieira já coordenou grandes projetos de pesquisa, como o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia e 2ndFOR- Rede de Pesquisa em Ecologia de Florestas Secundárias. A pesquisadora tem como foco o estudo da resiliência da floresta amazônica frente ao desmatamento e queimadas e da restauração florestal, com interesse especial na articulação da ciência com a formulação de políticas públicas.
A Aula Magna dará boas-vindas aos novos alunos da Pós do Inpa e acontecerá de forma virtual, às 15h (de Manaus). A transmissão será feita pelo canal do Inpa no YouTube/INPAdaAmazonia. Participarão da Abertura a diretora do Inpa Antonia Franco, a coordenadora de Capacitação do Inpa Beatriz Teles e o Coordenador da Pós-Graduação Paulo Alencastro.
Para a diretora do Inpa, a Pós-Graduação é uma etapa da vida profissional em que o aluno terá a oportunidade de discutir suas ideias junto ao orientador e de crescer, mas também de contribuir para o desenvolvimento do país, com avanços e descobertas em campos variados como a saúde, agronomia, alimentação, meio ambiente e tecnologias que ajudem a desenvolver a região e a melhorar a qualidade de vida das pessoas. “Parabéns a cada um que entrou nos nossos Programas. É um prazer muito grande para o Inpa receber vocês e estar junto auxiliando no desenvolvimento e crescimento de cada um”, disse Antonia Franco, lembrando que os desafios virão. “Enfrente-os, eles nos fazem crescer”.
De acordo com o coordenador de Pós-Graduação do Inpa, o pesquisador Paulo Maurício Alencastro, a biodiversidade representa a grande riqueza da floresta amazônica, em termos da manutenção de diferentes formas de vida e do potencial para a bioeconomia da região. Mas nos últimos tempos é observado um retorno a uma taxa anual de desmatamento crescente, o qual em 2018 era de 6,9 km2 e em 2021 já alcançou 13,2 mil km2.
“A restauração florestal de áreas degradadas é essencial para recuperarmos os serviços ecossistêmicos da floresta e contribuirmos para a reposição da cobertura florestal perdida pelo desmatamento ilegal e o mau uso do solo”, disse Maurício, destacando que Vieira deve trazer outras informações relevantes para o entendimento dessas questões.
Segundo Maurício, as atividades ilegais na Amazônia, a exploração ilegal de madeira, a grilagem de terras e o aumento da atividade garimpeira em terras indígenas, são importantes ameaças à biodiversidade amazônica e aos serviços ambientais prestados pela floresta. “Um dos compromissos do Acordo de Paris, assinado pelo Brasil em 2015, é de reflorestar 120 mil km² até 2030. Ainda estamos muito longe de atingir essa meta”, lembra o pesquisador que tem se dedicado aos estudos de mapeamento de exploração madeireira utilizando sensoriamento remoto, impactos do desmatamento e incêndios florestais.
Pós-Graduação
Os nove programas próprios de pós-graduação do Inpa recebem anualmente cerca de 100 novos alunos matriculados nos cursos de mestrado e doutorado. Hoje aproximadamente de 520 alunos estão matriculados. O quantitativo é flutuante, alterado com a conclusão do curso pelos alunos ou quando um novo aluno ingressa por fluxo contínuo no doutorado.
De acordo com o coordenador da Pós-Graduação do Inpa, Paulo Maurício Alencastro, com a pandemia houve uma dessincronização no ingresso de alunos nas turmas de mestrado, que iniciam suas aulas em março. Por conta disso, ainda há Programas em que as aulas iniciarão somente no segundo semestre de 2022.
Os programas ainda estão funcionando de forma híbrida, com atividades de aulas teóricas de forma remota e as aulas práticas e atividades de campos de forma presencial, respeitando as medidas sanitárias para evitar a Covid-19. “Acreditamos que com o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional possamos retornar plenamente à atividade presencial em breve”, conta Alencastro.
Apesar das restrições causadas pela pandemia no funcionamento da pós-graduação do Inpa, o coordenador ressalta que a Instituição tem mantido as metas para a formação de alunos dentro do esperado.
Minibio - Ima Vieira
Ima Célia Guimarães Vieira possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal Rural da Amazônia (1983), mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade de São Paulo e PhD em Ecologia pela Universidade de Stirling, na Escócia. É pesquisadora titular do Museu Paraense Emílio Goeldi, do qual foi diretora na gestão 2005-2009 e docente em Programas de Pós-graduação de Ciências Ambientais e de Botânica no Pará. É membro do Conselho da Cidadania da Prefeitura de Belém, do Conselho Científico da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos e do Global Landscapes Forum-Amazon. Especialista em estudos de resiliência da floresta amazônica frente ao desmatamento e queimadas e da restauração florestal. Atua no desenvolvimento de sistemas de indicadores de sustentabilidade e vulnerabilidade de ambientes urbanos e rurais para a criação de políticas públicas mais eficientes. Em 2019 atuou como perita no Sínodo para a Amazônia a convite do Papa Francisco, no mesmo ano, também recebeu a Comenda Mulher Cientista, na categoria Cientista Master, distinção criada pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), para homenagear mulheres que tenham contribuído com suas pesquisas e inovações tecnológicas para o desenvolvimento da ciência do estado do Pará.