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Festival Labverde O Amanhã é Agora celebra Dia do Meio Ambiente
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Festival Labverde acontece de 02 a 05 de junho. - Foto: Labverde
Com o tema O Amanhã é Agora, a segunda edição do Festival Labverde une arte, natureza, ciência e saberes ancestrais produzidos na (e a partir da) Amazônia, de quarta a sábado desta semana (02 a 05). On-line e gratuita, a programação celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente (05 de junho) com shows, dança, mostras de arte e fotografia, performances e palestras, transmitidos pelo Youtube do Festival (https://bit.ly/3yvs97C). O evento conta com parceria e participação de pesquisadores e egressos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI).
Pandemia, desmatamento, redução das áreas de proteção ecológica no planeta. Para a coordenação do Festival, talvez este seja o tempo mais oportuno para abrir as janelas do conhecimento e vislumbrar novos horizontes para além da matriz do pensamento cartesiano, iluminista, eurocentrista, deixando para trás o conceito da centralidade humana, que se apresenta cada vez mais falido, ultrapassado. O pensamento contemporâneo, o conhecimento que nos coloca no presente e no futuro é múltiplo, pautado justamente na fusão do saber ancestral e científico, em que os povos originários e o homem ocidental dividem o centro com os não humanos, com a natureza.
Imerso no conceito da sustentabilidade e da coexistência, o Labverde, em parceria com o Inpa, propõe através da conexão entre Arte, Natureza e Ciência um novo olhar e uma nova proposta para se pensar o mundo. Em meio à floresta Amazônica, a proposta é trabalhada desde o início de sua concepção, juntamente com pensadores, pesquisadores, cientistas, artistas e ativistas. A partir de uma vivência profunda e sensível com a natureza se busca estabelecer pontes entre a ciência, a arte e os saberes ancestrais para entender os fenômenos ambientais da Amazônia e os impactos sofridos nos últimos anos que afetam a vida das populações locais.
Nesta segunda edição do Festival Labverde - ‘O Amanhã é Agora’ será reunido um time de profissionais atuantes na questão ambiental para debater soluções acerca de temáticas urgentes como 'A História profunda da Amazônia, A abertura da ciência e intersecção com outras disciplinas, O impacto da pandemia e das doenças tropicais e o Futuro da Floresta enquanto projeto de construção coletiva. A cada encontro, diálogos vão se construindo a partir de diferentes modelos de conhecimento.
Daniel Munduruku (filósofo), Carolina Lévis (bióloga), Lilian Fraiji (curadora), Mario Cohn-Haft (ecólogo), Denilson Baniwa (artista), Lucy Souza (paleontóloga), João Paulo Barreto (antropólogo), Márcia Castro (demógrafa), Rita Mesquita (ecóloga), Charles Clement (agrônomo), Paulina Chamorro (comunicadora de ciência) e Flávia Delgado Santana (ecóloga) compartilham seus saberes, moldados a partir de suas lutas e práticas pessoais, em busca de uma nova forma de compreender e de se relacionar com o mundo.
Paralelo aos debates, serão apresentados trabalhos artísticos ilustrando uma cronologia que conecta passado profundo e futuros utópicos: colagens para retratar o genocídio indígena diante de doenças e epidemias, vídeo em homenagem à árvore mais antiga da Amazônia e seu lento processo de extinção, dança ao ar livre para refletir sobre os paralelos entre corpo humano e corpo floresta, ensaio fotográfico que convida a pensar sobre novas possibilidades para a Amazônia e desenhos para aprendermos com as formiga sobre a biodiversidade.
A programação cultural conta com nomes como o músico e produtor musical Nelson D (AM), a multiartista Aoruaura (PE), o artista antropófago Denilson Baniwa (AM), a artista visual Moara Tupinambá (PA), a cantora e compositora Anne Jezini (AM), a fotógrafa da Amazônia Negra Marcela Bonfim (SP), a cantora e primeira jornalista indígena formada no Amazonas Djuena Tikuna (AM).
“O encontro entre os saberes das diversas áreas é como o funcionamento da própria floresta, uma interconexão constante. Esse entendimento da coexistência de saberes e modos de viver que a floresta nos ensina se apresenta como a possibilidade de seguirmos vivendo nesse planeta. Por isso acredito que quebrarmos as barreiras entre os saberes, a monocultura do conhecimento, as especialidades que conversam apenas entre si, é uma ação urgente tanto para gerar conhecimento como para sua divulgação”, comenta a artista Renata Cruz, que apresentará a obra Taoca, na quinta-feira (03), às 19h.
O Festival tem o patrocínio da Serrapilheira, instituto voltado para a produção de conhecimento e divulgação da ciência no Brasil, Programa Pontes de fomento à cultura, uma parceria entre o Oi Futuro e o British Council e programa Coincidência pro-Helvetia Suíça.
A curadoria é assinada pela curadora manauara Lilian Fraiji, em parceria com a ecóloga e pesquisadora do Inpa Rita Mesquita e o fotógrafo Rogério Assis. De acordo com Fraiji, a proposta do evento é ter uma visão estendida sobre as múltiplas temporalidades da Amazônia, olhar o passado profundo, para compor o presente e imaginar o futuro que se quer. “A situação de pandemia, a disputa de terra, a opressão dos povos indígenas e as queimadas que castigam a natureza e afetam o país econômica e politicamente, tornam ainda mais urgente a tarefa de imaginar o futuro e propor caminhos para as diversidades humana e não humana da Amazônia.”, avalia Lilian.
Programação:
Festival LABVERDE: https://www.labverdefestival.com/
Programa LABVERDE: https://pt.labverde.com/
Instagram: https://www.instagram.com/labverde/
Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCuh-6niPmWD5c72wYdGr7ag/featured
Dia 02, quarta-feira
19h - IARA / Artista Invisible Flocks
19h10 - Amazônia Tempo Profundo
Palestrantes: Daniel Munduruku e Carolina Levis
Mediação Lilian Fraiji
20h30 - Apresentação musical / Artista: Nelson D
Dia 03, quinta-feira
19h - Taoca / Artista Renata Cruz
19h10 - Subverter o Presente e Resistir ao Tempo
Palestrantes: Mario Cohn-Haft e Denilson Baniwa
Mediação: Lucy Souza
20h30 - Performance Artística / Aoruaura
Dia 04, sexta-feira
19h - Yuíre / Artista: Moara Tupinambá
19h10 - Pandemia, epidemias, doenças tropicais e o ciclo eterno retorno
Palestrantes: João Paulo Barreto e Marcia Castro
Mediação: Rita Mesquita
20h30 - Fantasmas da Floresta / Artistas: Yara Costa e Marcus Maeder
Dia 05, sábado
19h – Ver o tempo. Fotógrafos: Alberto César Araújo, Bruno Kelly, Marcela Bomfim, Paula Sampaio e Rogério Assis
19h10 - Sonhos Coletivos e a Expansão do Amanhã
Palestrantes: Charles Clement e Paulina Chamorro
Mediação: Flávia Delgado Santana
20h30 - Show de encerramento / Artistas: Anne Jezini e Djuena Tikuna