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Diplomatas do Instituto Rio Branco visitam o Inpa para aprofundar conhecimentos sobre a Amazônia
A visita faz parte da série de estudos dos diplomatas em formação sobre a Amazônia - Fotos: Camila Barbosa
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) recebeu a comitiva de jovens diplomatas do Instituto Rio Branco (IRBr/Ministério das Relações Exteriores), a escola diplomática do Brasil. A visita faz parte de uma viagem da comitiva de 55 diplomatas do Brasil e de outros países ao Amazonas. O objetivo é aprofundar os conhecimentos sobre a região, considerada estratégica, além de seus desafios e oportunidades para os interesses internacionais do Brasil e demais países Amazônicos.
Os estudantes foram recebidos pela diretora do Inpa, Antonia Franco, que apresentou à comitiva as instalações técnicas do Instituto e projetos das diversas áreas de pesquisa desenvolvidos no Inpa. Franco ressaltou o papel de destaque na promoção da ciência tanto para a Amazônia quanto para o Brasil e a finalidade social da ciência.
"É preciso pensar na sociedade, na possibilidade que temos enquanto pesquisadores de transferir conhecimento e gerar empregos a partir dos benefícios da ciência. É importante fazer a pesquisa básica, mas ela precisa ser aplicada tendo sempre um olhar de melhoria. Precisamos pensar no coletivo e na aplicação do que fazemos e estudamos nos laboratórios, trazendo melhorias para todos", disse Franco.
Na oportunidade os estudantes tiveram a palestra "A ilusão do conhecimento - Atrapalha…e muito" proferida pelo pesquisador Niro Higuchi, que atua principalmente na área de recursos florestais e engenharia florestal, com ênfase em inventário e manejo florestal. Conduzidos pelo coordenador de Extensão, o pesquisador Márcio Silva, os estudantes conheceram ainda a Casa da Ciência e outros atrativos do Bosque, área de visitação pública do Inpa. A visita ocorreu no dia 14 de agosto.
Para a diplomata e aluna do Instituto Rio Branco, Luísa Valadares, conhecer o Inpa é importante, pois a Amazônia é centro de importantes debates internacionais e o conhecimento sobre a região e o Inpa é necessário. "Conhecer o Inpa é essencial para atuarmos [na qualidade de diplomatas]. É fundamental entender a realidade brasileira e o bioma amazônico, que está em foco nas negociações internacionais atualmente, principalmente pelo olhar da ciência, e ter argumentos científicos para representar bem o Brasil é essencial", enfatiza a diplomata.
O coordenador-geral de Ensino da Instituição, ministro Paulo Cypriano, destaca que a visita agrega à formação dos estudantes o conhecimento da realidade de uma importante e estratégica região para as relações internacionais do Brasil e promove uma imersão de parte da comitiva que veio pela primeira vez à Amazônia.
“O Inpa é uma das instituições brasileiras de referência em biologia tropical e estudos da floresta, então conhecê-lo é fundamental. Para a diplomacia ser efetiva tem que estar ancorada na nossa realidade brasileira e em diálogo com a nossa sociedade. A Amazônia Legal ocupa praticamente 60% do nosso território e nós não podemos desconhecê-la”, afirma Cypriano.
Segundo o ministro, muitas das atuações de uma diplomata necessitam de conhecimento mais aprofundado sobre o meio ambiente, já que as questões relativas à mudança climática estão à frente de muitos tratados e relações internacionais. “Meio ambiente, a Amazônia em particular, articula várias frentes de atuação da nossa diplomacia, e é impossível atuar nelas sem conhecer a realidade ‘in loco’, as instituições de pesquisas, instituições que promovem o desenvolvimento sustentável, a pesquisa de base, a pesquisa aplicada e também a realidade da vida cabocla e os conhecimentos tradicionais indígenas. Eu acho que eles sairão daqui com uma nova visão sobre os desafios e as oportunidades de desenvolvimento sustentável na Amazônia”, conta o ministro.