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8º Seminário das Águas da Amazônia discute sobre a crise hídrica na região
O seminário é uma realização entre o Inpa e o Instituto Soka - Fotos: Victor Mamede
Mudanças climáticas, saneamento básico e políticas públicas sobre o uso das águas foram alguns dos temas abordados durante o 8º Seminário Águas da Amazônia realizado nesta quinta-feira (9) no Instituto Soka. O evento é uma parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e o Soka. Participaram do evento com palestras os pesquisadores do Inpa, membros do Soka, Águas de Manaus e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
Durante a abertura, a coordenadora de tecnologias sociais do Inpa, Denise Gutierrez, foi quem deu início ao evento. Gutierrez ressaltou a importância da parceria entre o Inpa e o Soka no debate sobre as águas da Amazônia. “É importante debater esse assunto, ainda mais na situação de extrema seca que estamos vivendo. E o Inpa com o Soka tem muitas convergências em assuntos como esses [águas da Amazônia], assuntos como educação ambiental, preservação e no entendimento que somos depositários de riquezas [conhecimentos] naturais e importantes advindas da floresta amazônica. Nós do Inpa abraçamos a ciência, entendemos que conhecer a floresta é da maior importância”, frisa.
O pesquisador do Inpa Jochen Schöngart, explicou sobre os rios voadores, ciclos hidrológicos da Amazônia e pontuou questões ligadas à seca extrema, queimadas e fumaça que cobriu o Amazonas no último mês. Schöngart alertou sobre a necessidade do monitoramento desses impactos e de ações imediatas em nível nacional e apoio internacional para mitigar esses impactos.
“A seca extrema deste ano [2023] é resultado de vários mecanismos convergentes que causam esse fenômeno. O El Niño e, simultaneamente, o aquecimento do Atlântico Tropical Norte que provoca secas meteorológicas que abrangem quase toda a bacia amazônica resultando nos menores níveis da água registrados em muitas regiões. A situação é agravada pelo desmatamento e incêndios em larga escala que impactam o ciclo hidrológico em escala regional”, frisa
O pesquisador destacou sobre a dificuldade em se criar soluções para esses problemas, principalmente quando afetam comunidades. “O aumento de secas e cheias extremas nos últimos anos são grandes desafios para as políticas públicas e para a sociedade, uma vez que causam problemas como a exposição de populações vulneráveis, riscos para a segurança alimentar, impactos no comércio, aumento de mortalidade de espécies de árvores e organismos aquáticos em áreas alagáveis. Isso explica o que temos visto nos jornais, o isolamento das comunidades, que precisam andar muito para encontrar água potável e comida, a morte em massa dos animais no lago de Tefé que chegou a uma temperatura de 39° graus e outros fenômenos. Água é vida, mas quando temos em excesso ou em falta, temos problemas”, pontua.
Ainda foram abordados outros assuntos relevantes às águas, com dados alarmantes sobre a falta de saneamento básico nas escolas de comunidades do interior do Amazonas, o Patrimônio Cultural a exemplo das gravuras encontradas recentemente durante a seca e um panorama da qualidade das águas na capital, uma reflexão sobre a bacia hidrográfica do Educandos, São Raimundo e Tarumã-açu
Para assistir o seminário completo acesse o canal do YouTube do Instituto Soka Amazônia.