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Ciclo de Palestra da Pós-graduação em Agricultura no Trópico Úmido discute Conservação da Agrobiodiversidade na Amazônia
Nesta sexta-feira (27), a Conservação da Agrobiodiversidade da Amazônia será debatida no 3° Ciclo de Palestras do Programa de Pós-graduação em Agricultura no Trópico Úmido do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI). A Agrobiodiversidade é a parte agrícola da biodiversidade, que é resultado do relacionamento, de milhares de anos, do ser humano com a natureza, por meio da prática de domesticação de plantas e da agricultura. Para se inscrever, clique aqui.
O evento será realizado em formato virtual, com transmissão a partir das 14h, pelo google meet. Os palestrantes serão a pesquisadora francesa do Instituto de Pesquisas para o Desenvolvimento (IRD/ França), Laure Emperaire, e o pesquisador do Inpa, Charles Clement, que falarão sobre a “Agrobiodiversidade amazônica e suas conectividades” e “Domesticação e agrobiodiversidade – 10.000 anos de domesticação de plantas na Amazônia”, respectivamente.
“Emperaire abordará a diversidade das narrativas sobre a agrobiodiversidade, principalmente a partir da região do Rio Negro, propondo uma reflexão sobre suas crescentes interfaces com um modelo globalizado de manejo e uso da agrobiodiversidade”, contou a coordenadora do Ciclo de Palestras, a pesquisadora do Inpa Sônia Alfaia. “O Clement analisará a domesticação das plantas pelas populações indígenas da Amazônia, como a mandioca, cacau, pupunha, guaraná, pimenta murupi, mapati, cuia e biriba, com base em uma variedade de diferentes tipos de informações”, completou a pesquisadora e professora do PPG-ATU.
O 3º. Ciclo de Palestra do PPG-ATU também integra as atividades da disciplina “Agricultura Familiar e Conservação da Biodiversidade”, ministrada por um colegiado, formado por pesquisadores e professores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do próprio Inpa.
“Vamos mostrar aos estudantes como se desenvolveu e se desenvolve o uso da biodiversidade na agricultura, pois foi por meio de práticas de manejo, cultivos e seleção de espécies desenvolvidas pelos agricultores ao longo de 10 a 12 mil anos, que hoje se tem essa enorme diversidade de plantas cultivadas que conhecemos”, contou Alfaia, que é coordenadora da disciplina.
A pesquisadora, destaca, que essa agrobiodiversidade, no entanto, está ameaçada. “Não só pela substituição das variedades locais e tradicionais, que se caracterizam por sua ampla variabilidade genética, pelas variedades modernas de alto rendimento e estreita base genética (transgênicos e híbridos), mas também pelo desmatamento, mudanças climáticas, uso de práticas agrícolas insustentáveis, entre outras causas”, ressaltou.
Palestrante: Laure Emperaire
Título: A agrobiodiversidade amazônica e suas novas conectividades
Resumo - Produzir e conservar uma diversidade biológica essencial para a existência da humanidade, a das plantas cultivadas, está longe de mobilizar apenas a perspectiva funcional e produtiva dominante. A existência das plantas cultivadas, mantidas, selecionadas, adaptadas, cuidadas pelos povos tradicionais, depende de uma rede densa de outros significados e valores, afetos, normas, memórias, saberes, afinidades. Os vínculos, sempre em recomposição, entre sociedades e o universo vegetal das roças amazônicas. Abordaremos a diversidade das narrativas em torno da agrobiodiversidade principalmente a partir do Rio Negro, propondo uma reflexão sobre suas crescentes interfaces com um modelo globalizado de manejo e uso da agrobiodiversidade.
Palestrante: Charles Clement
Título: Domesticação e agrobiodiversidade – 10.000 anos de domesticação de plantas na Amazônia.
Resumo: A construção cultural de nichos é como os humanos se adaptam aos ambientes em que vivemos. Dois aspectos essenciais disso são a domesticação da paisagem e a domesticação de populações de plantas e animais. A domesticação é um processo no qual os comportamentos humanos interagem com as populações de plantas, resultando em mudanças na variabilidade das plantas, especialmente na variabilidade morfológica, química e ecológica. Os humanos chegaram à Amazônia antes de 25.000 anos atrás e imediatamente começaram a domesticar as paisagens. No início do Holoceno, a evidência da domesticação de plantas aparece no registro arqueológico. Esta palestra analisará a domesticação de mandioca, cacau, pupunha, guaraná, pimenta murupi, mapati, cuia e biriba com base em uma variedade de diferentes tipos de informações.
Link de Inscrição
https://docs.google.com/forms/d/17Eo36yb77-vTL7RiP_TYlcyEVLn2SKUgUgUw7xIZEq0/edit