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Seminários da Amazônia 2025 destaca o papel das PANC na segurança alimentar e na valorização da biodiversidade
Fotos: Carol Sackser
A segunda edição dos Seminários da Amazônia 2025, promovida pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), trouxe um debate essencial sobre as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC). O evento contou com a participação do renomado pesquisador e botânico Valdely Kinupp, responsável por nomear e popularizar o termo “PANC”. Pesquisadores e estudantes de pós-graduação estiveram presentes para discutir como essas espécies podem fortalecer a autonomia e soberania alimentar no Brasil e no mundo.
Com a palestra “O potencial das PANC para autonomia e soberania alimentar no Brasil e no mundo”, Kinupp destacou como essas plantas, muitas vezes negligenciadas, podem se tornar alternativas sustentáveis para a segurança alimentar. O professor ressaltou, ainda, a riqueza nutricional das PANC e sua capacidade de diversificar a dieta da população, promovendo um sistema alimentar mais independente da indústria convencional. Segundo o pesquisador, incentivar a produção e o consumo dessas espécies nativas é um passo fundamental para a valorização da biodiversidade e para o combate à fome.
Valdely, egresso do Inpa, compartilhou com entusiasmo sua satisfação ao retornar à instituição. “Voltar ao Inpa foi uma honra e um pouco nostálgico, pois me sinto parte dessa história. Agora, tenho a oportunidade de agregar meu conhecimento sobre as PANC ajudando quem estuda a diversificação alimentar da região a buscar alternativas saudáveis e sustentáveis, longe dos alimentos ultraprocessados.” comentou o pesquisador.
Durante o evento, Kinupp também abordou a necessidade de políticas públicas que fomentem o cultivo e o aproveitamento das PANC, e enfatizou que essas plantas, muitas vezes tratadas como ervas daninhas, possuem alto potencial nutritivo e podem reduzir a dependência de culturas tradicionais que exigem maior uso de recursos naturais. “As PANC são uma ferramenta poderosa para fortalecer a segurança alimentar, especialmente em regiões onde a vulnerabilidade social é mais acentuada”, afirmou o pesquisador.
Além das discussões acadêmicas, os participantes tiveram a oportunidade de experimentar, na prática, o potencial gastronômico das PANC. O evento contou com uma degustação especial, onde foram apresentadas receitas elaboradas com ingredientes nativos. O momento proporcionou uma verdadeira viagem sensorial, destacando a versatilidade dessas plantas na culinária e reforçando a importância de sua inserção no cotidiano alimentar da população.
Próxima edição
Os Seminários da Amazônia desempenham um papel fundamental na disseminação do conhecimento, aproximando pesquisadores, estudantes e a sociedade. Por meio dessas discussões, é possível ampliar a conscientização, além de incentivar políticas públicas e práticas de questões que envolvem a região amazônica. A troca de informações e experiências promovida pelo evento contribui diretamente para a valorização da região e para a construção de um futuro mais resiliente e biodiverso.
As palestras são realizadas quinzenalmente, de forma presencial e com entrada gratuita, promovendo o diálogo científico sobre temas ambientais e sociais na Amazônia. A próxima edição acontecerá dia 27 de março, com a Dra. Fabíola Xochilt Valdez Domingos Moreira, que ministrará a palestra "Ecotoxicologia Aquática na Amazônia: cenário atual e perspectivas", abordando a poluição aquática como uma ameaça invisível. A discussão incluirá os principais poluentes detectados nos ambientes aquáticos amazônicos e seus impactos tanto na fauna aquática quanto na saúde humana.

