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Aula Magna marca início da pós-graduação no Inpa com tema sobre Bem-Viver e conhecimentos em medicinas indígenas

Evento destacou a valorização dos conhecimentos da medicina indígena e a intercientificidade no contexto das políticas públicas - Foto: Jully Beak
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) realizou, nesta quinta-feira (13), no Auditório da Ciência, localizado no Bosque da Ciência, a Aula Magna dos programas de pós-graduação, marcando o início do calendário acadêmico de 2025. Neste ano, a aula foi ministrada pelo assessor técnico em medicinas indígenas André Baniwa.
A mesa de abertura contou com a presença do Coordenador de Capacitação Edinaldo Nelson, a Diretora Substituta Sônia Sena Alfaia e o Coordenador do Laboratório de Modelagem dos Sistemas Climáticos Terrestres (UEA) e docente do Programa de Pós-Graduação em Clima e Ambiente (PPG-CLIAMB) Francis Wagner Silva Correia.
Sonia Alfaia, no ato representando o diretor do Inpa, professor Henrique Pereira, deu as boas-vindas aos novos alunos e enfatiza a importância de diálogos como esses para o avanço da ciência interligada aos saberes ancestrais.
“O Inpa tem trabalhado incansavelmente para fortalecer o diálogo entre o instituto e a sociedade, com todos os setores, em especial com as comunidades indígenas e com a população nacional da Amazônia. Como resultado, estamos abrindo mais um espaço de diálogo entre os saberes científicos e tradicionais para atender a demanda dos estudantes de pós-graduação do Inpa”, diz a Diretora substituta do Inpa, Sônia Alfaia.
Com o tema “Bem-Viver: Desafios indígenas, da intercientificidade e das políticas públicas no contexto das mudanças climáticas e futuro da humanidade”, a palestra reforçou a necessidade de valorização dos conhecimentos da medicina indígena, destacando sua importância para a cultura, a saúde e a sustentabilidade.
O palestrante André F. Baniwa é professor, escritor, político e ativista indígena, originário da aldeia Tucumã-Rupitã, no rio Içana, município de São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilômetros de Manaus). Ao longo de sua palestra, compartilhou vivências pessoais e experiências culturais dos povos indígenas, enfatizando desafios relacionados às políticas públicas, mudanças climáticas e desigualdade racial, que afetam diretamente a preservação e valorização das medicinas indígenas.
“Eu defendo que precisamos valorizar as medicinas indígenas no Brasil. Temos que identificar, dar visibilidade e especificidade clara a esse tipo de conhecimento, que é próprio dos povos indígenas. O Bem-Viver traz muitas conexões de conhecimento, ciência, diálogo e cultura, permitindo a construção de um novo modo de vida da sociedade em harmonia com os povos indígenas”, destacou André Baniwa.
A Aula Magna proporcionou um espaço para compartilhar conversas e reflexões, reforçando a necessidade de reinventar a relação entre sociedade e povos indígenas. O evento reuniu pesquisadores, alunos e representantes institucionais, promovendo um debate sobre os desafios contemporâneos e soluções integrativas para a valorização dos saberes tradicionais.
Saiba mais
O Inpa possui, atualmente, 554 estudantes matriculados em nove programas próprios de pós-graduação. Destes, 318 são estudantes de mestrado, 236 de doutorado e a entrada de 4 novos estudantes indígenas nos programas de Gestão de Áreas Protegidas (MPGAP), Botânica e Ecologia. São 109 novos estudantes de mestrado e 14 de doutorado entrando para a turma de 2025.
O evento se consolidou como um momento de aprendizado e reflexão sobre o papel dos conhecimentos indígenas na construção de um futuro mais sustentável e inclusivo.