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Aula Magna dos Programas de Pós-Graduação do Inpa aborda saberes indígenas e mudanças climáticas

Banner: Carol Sackser - Ascom Inpa
Na próxima quinta-feira (13), o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) realiza, no Auditório da Ciência, às 9h, a aula magna dos programas de Pós-Graduação. Neste ano o convidado será o assessor técnico em Medicinas Indígenas da Secretaria da Saúde Indígena do Ministério da Saúde (Sesai/MS), André Baniwa. Atualmente, o Inpa conta com 554 alunos de pós-graduação, sendo 318 dos cursos de mestrado e 236 de doutorado.
O diretor do Inpa, Henrique Pereira, enfatiza a importância de debater esses assuntos dentro do Inpa e ressalta que muitas respostas para mitigar as mudanças climáticas podem estar nos saberes das culturas indígenas da Amazônia.
“Para o enfrentamento da mudança do clima e das demais crises ambientais, é quase certo que muitas das respostas que buscamos, como academia, estão à nossa disposição, embora ainda invisibilizadas, nas culturas originais da região. Homens e mulheres indígenas, com suas ancestralidades, desenvolveram e continuam a desenvolver o conhecimento para lidar com os ciclos da natureza, com os recursos naturais, cultivar os solos, e assim por diante, gerando e guardando muitas dos conhecimentos cruciais para o enfrentamento dessas crises ambientais”, frisa.
Com o tema “Bem Viver: desafios indígenas, da intercientificidade e das políticas públicas no contexto das mudanças climáticas e futuro da humanidade”, o Baniwa vai falar sobre a importância das ciências indígenas para mitigar as mudanças climáticas através dos saberes e tecnologias ancestrais.
“É época de valorizar as ciências indígenas, conhecimentos, tecnologias ancestrais, pois o mundo está preocupado e em busca de soluções para frear a temperatura da terra e não se sabe como. E os saberes dos povos e comunidades tradicionais podem ajudar a pensar e formular o novo modo de vida por meio do bem viver que possuem em suas vivências”, destaca André.
Na oportunidade, o Baniwa vai discutir sobre os desafios indígenas centrais com relação às mudanças climáticas, como o capitalismo destrutivo na Amazônia e as perspectivas para a COP30, que segundo o indígena, fogem do que deveria ser a meta principal.
“A COP 30 deve, não apenas criar oportunidades de negócios na mesma perspectiva de hoje, mas criar medidas capazes de frear desmatamento, queimadas e a temperatura da terra. Essas deveriam ser as metas principais”, pontua.
Programas de Pós-Graduação
O Inpa oferece, atualmente, nove programas de Pós-Graduação, sendo o mais antigo o Programa de Pós-Graduação em Botânica (PPG-BOT), criado em 1973, e o PPG em Ecologia com nota 7 (nível internacional) do Amazonas, segundo avaliação da Capes.
Além desses PPGs, o Instituto conta com os Programas de Pós-Graduação em Ciências de Florestas Tropicais (PPG-CFT), Ciências Biológicas (PPG-Entomologia), Ciências Biológicas - Biologia de Água Doce e Pesca Interior (PPG-Badpi), Genética, Conservação e Biologia Evolutiva (PPG-GCBEv), Agricultura no Trópico Úmido (PPG-ATU), Mestrado Profissional em Gestão de Áreas Protegidas (MPGAP) e o de Clima e Ambiente (PPG-Cliamb) em parceria com Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
O Inpa também tem três programas em associação: o de Aquicultura (PPG-Aquicultura) em parceria com a Universidade Nilton Lins, o de Zoologia (PPG-Zoo) com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e o com a rede BIONORTE (Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia) constituído por uma Associação de mais de 40 Instituições de Ensino e Pesquisa da Amazônia Legal.