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Rainha Mary da Dinamarca visita o Inpa em passagem pelo Brasil
Foto: Débora Vale/ Ascom Inpa
Em visita ao Brasil para fortalecer colaborações nas áreas da biodiversidade, mudança climática e combate à violência de gênero, a Rainha da Dinamarca conheceu nesta quinta-feira (03) o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI), em Manaus (AM). Com 70 anos de trajetória científica, o Inpa é referência nos estudos da biodiversidade amazônica e no entendimento sobre o funcionamento da maior floresta tropical contínua do mundo.
O diretor do Inpa, o professor Henrique Pereira, recebeu a Rainha que estava acompanhada da Embaixadora da Dinamarca no Brasil, Eva Bisgaard Pedersen. Na visita, a Rainha Mary demonstrou preocupação com os impactos dos eventos climáticos extremos, como a seca severa que a Amazônia enfrenta, sobre a biodiversidade e as populações locais.
“O Inpa tem um papel proeminente no desenvolvimento das bases científicas para o enfrentamento da crise climática. A Rainha nos interrogou sobre vários aspectos, especialmente aos ligados à conservação das espécies e também como o Inpa desenvolve seus projetos de pesquisa em colaboração e para benefício das populações locais”, frisa Henrique Pereira.
Além de uma rápida apresentação do diretor sobre a atuação do Inpa, no prédio da Direção, a visita da Rainha contemplou ver de perto duas importantes iniciativas: o projeto Peixe-boi da Amazônia, voltado ao conhecimento e à conservação da espécie ameaçada de extinção, e o Bosque da Ciência, espaço de visitação pública dedicado à educação ambiental e popularização da ciência. O parque de quase 13 hectares é um refúgio para vida silvestre em plena área urbana de Manaus e recebe cerca de 120 mil visitantes por ano.
Nos tanques dos peixes-bois, a Rainha conheceu filhotes resgatados e cuidados pelo Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Inpa (LMA/Inpa) em parceria com Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa). Com o auxílio do tratador Daniel Bezerra, a Rainha Mary amamentou um filhote da espécie ameaçada de extinção principalmente pela caça ilegal para consumo da carne e emalhe acidental em redes de pesca. O veterinário Anselmo D’Affonseca explicou à majestade sobre o trabalho de resgate, reabilitação e reintrodução do peixe-boi nos rios da Amazônia e sobre a formulação do leite utilizado na amamentação dos filhotes, desenvolvida pelo Inpa e baseada na composição do leite da fêmea da espécie.
Depois a Rainha se dirigiu até a Casa da Ciência, no Bosque, museu onde conheceu a exposição Tramas da Ciência e pode ver riquezas da biodiversidade amazônica, interações ecológicas entre os organismos e os ambientes, além de grandes projetos do Inpa na área de mudança climática e plantio florestal, como ATTO (Observatório da Torre Alta na Amazônia), AmazonFACE e Nanorads.
No espaço, a Rainha se encantou com a imensa folha seca emoldurada, a Coccoloba gigantifolia, insetos, o gavião-real segurando uma preguiça, couro de cobra, a diversidade de peixes, vacina do sapo, entre tantos itens deslumbrantes que compõem o acervo. Na Casa da Ciência, o tour da Rainha também foi guiado pelo Chefe de Gabinete, Jorge Porto, o chefe de serviços do Bosque da Ciência, Jorge Lobato, e o monitor do Programa Ciência na Escola (PCE) Rodrigo Souza.
Cativante, a Rainha quebrou o protocolo e não se recusou a tirar uma selfie com uma jovem admiradora que estava no Bosque. “Vi a Rainha saindo da Casa da Ciência, eu pedi para fazermos uma foto e ela me autorizou. Foi um momento sensacional”, comemora a estudante de Letras da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Sabrina Lira.
Casada com o príncipe Frederico X, Mary se tornou rainha após a abdicação da Rainha Margarida II e seu filho assumiu o trono. Ela é uma patronesse do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) da Organização das Nações Unidas (ONU).