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Programa Ciência na Escola do Bosque da Ciência promove atividades educativas e interativas durante a SNCT
Fantoches confeccionados pelo PCE sendo usados pelos visitantes. Foto: Mariana Tuesta- PCE / Inpa.
Uma maquete dinâmica que ilustra como as mudanças climáticas afetam a vida dos ribeirinhos e atividades práticas e lúdicas que simulam o ambiente natural de animais que vivem em árvores e ensinam sobre a importância da preservação das florestas, foram alguns dos atrativos presentes no estande do Programa Ciência na Escola (PCE), do Bosque da Ciência, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI).
Segundo o coordenador do PCE, o biólogo e educador Roberto Bianco, a participação do projeto na SNCT tem um papel importante que é o da extensão da pesquisa científica para a comunidade escolar, tanto crianças e adolescentes, quanto os jovens do nível superior. “O PCE, a partir das pesquisas do Inpa, promove a produção de livros, de recursos didáticos, atrações no Bosque, visando traduzir o conhecimento de uma pesquisa científica, que exige um nível muito elevado de leitura, por meio de metodologias didáticas”, frisa.
Aprendendo sobre mudanças climáticas
A maquete interativa “Efeito das Mudanças Climáticas nas Comunidades Ribeirinhas”, desenvolvida com base em pesquisas do Grupo de Pesquisa em Ecologia, Monitoramento e Uso Sustentável de Áreas Úmidas (Mauá) do Inpa, representa as alterações da paisagem que as comunidades ribeirinhas vivem diante das estações seca e chuvosa, características da Amazônia, que vem sofrendo grande influência das mudanças no clima.
Composta por uma cobertura de TNT que simula o rio, com uma estrutura de arame que permite a representação das variações de nível da água, a maquete mostra os diferentes níveis do rio, quando o tecido cobre a maior parte da maquete representa a estação chuvosa, à medida que o tecido é desnivelado, representa a estação seca com os barrancos visíveis, agricultura e criação de animais.
Com a maquete é possível discutir os impactos ambientais e sociais dos efeitos das mudanças climáticas. Com as cheias extremas há necessidade de deslocamento das moradias ou muitas vezes as mesmas são destruídas, as lavouras e criação de animais também são afetadas, trazendo prejuízos à vida dessa população ribeirinha. Já a seca extrema traz a escassez hídrica, também dificultando a produção agrícola, assim como a pesca e a navegabilidade dos rios, para uma população que tem as embarcações como principal meio de transporte.Para o estudante Victor Daniel da Escola Estadual José Cláudio de Souza, a visita ao estande do PCE na SNCT foi um momento de muito aprendizado e conscientização ambiental “Aprendi que no projeto do PCE a preservação do meio ambiente, além de ser sublime é muito importante para educar. A gente tem que aprender a preservar a nossa floresta, que é considerada a maior do mundo”, pontua.
Aprendendo com diversão
“Caminhando entre galhos, o equilíbrio dos animais nas árvores” foi uma atividade inovadora do PCE, pois une diversão, equilíbrio e educação ambiental. Trata-se da prática do slackline, esporte que utiliza uma fita de nylon esticada entre dois pontos fixos em que o praticante anda e faz manobras, como ferramenta para ensinar as crianças sobre a vida animal.
Antes de subirem na fita, as crianças recebem orientações visuais de um mural explicativo que destaca os comportamentos dos animais no ambiente natural, associando essas informações às técnicas de slackline.
Segundo o monitor do PCE e Engenheiro Agrônomo Leonardo Glória, pode-se notar a semelhança ao praticar o esporte com os animais arborícolas, “Quando a gente observa as pessoas praticando o slackline, é preciso muita atenção e habilidades semelhantes às dos animais que vivem nas árvores”, comenta.
Na atividade, as crianças são convidadas a imitarem alguns animais, como os macacos que levantam os braços para se equilibrar nos galhos ou as pererecas citadas como exemplo para fixação dos pés na corda, pois com suas ventosas nas pontas dos dedos fixam facilmente em superfícies verticais. Já o bicho-preguiça é a inspiração para o ritmo da caminhada sobre a fita: devagar e com cuidado, assim como o icônico animal.
Reutilizar para educar
A escultura da tucandeira chamou bastante atenção do público visitante da SNCT. Ela é feita com madeira coletada no próprio bosque e com materiais reutilizados de descarte de outros setores, como um pedestal para microfone utilizado como base da escultura. A arte é utilizada como recurso didático para trabalhar o papel das formigas como decompositoras e recicladoras da natureza e ainda o uso cultural e espiritual dessa espécie nos rituais da etnia Sateré Mawé.
Outros recursos foram expostos, como os fantoches e cenários utilizados para teatro infantil e contação de histórias, como a adaptação da Lenda do Curupira para tratar da Proteção das Florestas. O jogo interativo da coleta seletiva, feito de papelão reutilizado, onde fica “escondida” a informação sobre as cores que representam o tipo de material a ser descartado, e as crianças são aguçadas a buscar os materiais e depositar nos locais corretos, só depois as informações das cores são reveladas.
Sobre o PCE
O Programa Ciência na Escola do Bosque da Ciência tem como missão principal viabilizar que esse importante espaço de visitação também seja um laboratório para fortalecer a educação básica em ciências na Amazônia. Para isso, uma das estratégias utilizadas pela equipe do PCE com frequência é a confecção de recursos didáticos com materiais reaproveitados ou de baixo custo, que ajudam no processo de ensino-aprendizagem, estimulando o aluno e aproximando-o dos conteúdos apresentados.