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Inpa, Mamirauá e Museu Goeldi lançam coletânea com 100 experiências de Tecnologia Social na Amazônia
O lançamento foi realizado na 76ª Reunião Anual da SBPC. Banner: Pedro Felipe - Ascom Inpa
Uma coletânea com 100 experiências de Tecnologia Social (TS) da Amazônia foi lançada nesta quinta-feira (11) na 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Belém (PA). A iniciativa é fruto de programa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que contou com o trabalho em cooperação das três instituições vinculadas na Amazônia do Ministério: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) e o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). A coletânea completa pode ser adquirida gratuitamente através do link clicando aqui!
Durante o lançamento da obra, o diretor do Inpa, professor Henrique Pereira, falou sobre a importância do material para mostrar que a ciência está se aproximando da sociedade e evidenciando ainda mais o estudo dessas tecnologias. “Esse lançamento é um marco histórico, pois torna completa esse conceito e definição de tecnologia social para a Amazônia. Voltando para Manaus, nós queremos sentar e promover um diálogo com autores e co-autores da obra, pois eu entendo que a tecnologia social é um dos conhecimentos para os projetos de extensão do Inpa. O Inpa também aprende com esse processo porque a tecnologia social é um percurso da sociedade para a sociedade", comenta.Na oportunidade, Pereira agradeceu à coordenadora de Tecnologia Social do Inpa, Denise Gutierrez, por animar os pesquisadores para que a coletânea se concretizasse. Também chamou atenção para a necessidade de manter viva essa troca de conhecimentos, pois as comunidades têm os saberes populares que podem ser extintos também. “Assim como as espécies podem ser extintas, as tecnologias também, porque estão ligadas ao saber fazer local, aos modos tradicionais de vida e eles também estão sob ameaça”, destaca. “Portanto, esse livro é um marco, porque deixa um legado para as gerações futuras. Caso esse conhecimento tenha risco de desaparecer, hoje tem um registro e isso cria um valor muito concreto para essa obra”, frisa.
A Coletânea Experiências de Tecnologia Social na Amazônia surgiu como resultado do mapeamento realizado na região, como parte do Programa Tecnologias Sociais Sustentáveis para Amazônia – Agenda 2030 (MCTI), uma ação conjunta do Inpa, Mamirauá e Emílio Goeldi. Partindo disso, as instituições desenvolveram três projetos, que contribuíram para a construção de uma cooperação entre os institutos e a sociedade em prol da tecnologia social na região.
O trabalho mapeou experiências de TS autodeclaradas em sete grandes áreas de atuação: Agricultura Familiar, Piscicultura e Extrativismo; Conservação Ambiental e Manejo de Recursos Naturais; Educação, Cultura e Inclusão Digital; Geração de Renda e Inclusão Socioprodutiva; Materiais Sustentáveis para Construção e Geração de Energia; Saúde e Saneamento e, a última, Tecnologia de alimentos.
A obra foi organizada por Benedita Barros, Cássia Yamanaka, Dávila Corrêa, Denise Gutierrez, Diana Cruz, Estefani Fujita, Felipe Addor e Regina Oliveira.
Projetos
Os três projetos foram o Projeto Rede Amazônica de Tecnologia Social, coordenado pela pesquisadora Denise Gutierrez, do Inpa; Projeto Tecnologias Sociais Sustentáveis na Amazônia Central: Manejo de recursos naturais e desenvolvimento regional do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), coordenado por Dávila Corrêa, do Mamirauá; e o Projeto Tecnologias Sociais Sustentáveis Para a Amazônia - Agenda 2030, coordenado por Regina Oliveira da Silva, do MPEG .A coordenadora do projeto Rede Amazônica de Tecnologias Sociais do Inpa, Denise Gutierrez, que capitaneou a formalização da pesquisa e coleta de dados, diz que o trabalho é importante por ser uma referência e dar visibilidade às tecnologias da Amazônia. “Estamos no Norte, uma das regiões que têm os piores indicadores de desenvolvimento social, de qualidade de vida, de condições de saúde e educação. Então, entendemos que é uma contribuição muito importante para a área do conhecimento e também para os gestores que trabalham com políticas públicas, que formulam legislações que irão promover inclusão social, em várias áreas que precisamos”, frisa.
Segundo Regina Oliveira, o projeto proporcionou um olhar ampliado de Tecnologia Social (TS) dentro do Museu Goeldi, o que no passado não era muito relevante e através do projeto foi criado o Observatório de Tecnologia Social do Museu Goeldi (https://ts.museu-goeldi.br/), que apresenta as TS desenvolvidas pelo Museu e um espaço para que a sociedade apresente sua TS. “Então a relevância de pensar, fazer, executar e reaplicar tecnologia gera a transformação social para o bem-viver para o bem-estar, para melhoria da qualidade de vida das populações mais vulneráveis, tanto rural como urbana”, ressalta.
Apresentar tecnologia social a quem não conhece é um dos focos da coletânea, um diálogo que quebra barreiras do saber social, é o que defende Dávila Corrêa, do Mamirauá. “Eu convido a olhar para a trajetória e não para ‘um produto final’, a ver como foi esse processo de desenvolver cada tecnologia social, de como as interações humanas acontecem em torno do processo”, pontua. “E isso é o fruto dessa reunião que envolve as três unidades do MCTI presentes na Amazônia”, completa .A obra foi construída a partir de um projeto de pesquisa, devidamente submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) pela pesquisadora Denise Gutierrez.
Saiba mais
Para saber mais sobre as experiências de tecnologia social do Inpa, acesse o canal no YouTube/INPAdaAmazonia, onde encontrará cerca de 60 lives e vídeos, como Óleo de buriti, Criação de matrinxã em igarapé e Manejo do bananal - capacitando agricultores em práticas agroecológicas e agricultura orgânica.
O Projeto Rede Amazônica de Tecnologia Social também produziu uma série de obras em formato digital. As cartilhas e guias estão disponíveis gratuitamente para download no Repositório Digital, entre os quais Receitas para alimentação escolar com PANC: plantas alimentícias não convencionais, Tecnologia social para habitação: casa popular sustentável e Técnicas de processamento de frutas amazônicas para produção de farinha.