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Inpa e Shell celebram os dois anos de parceria para o projeto Nanorad’s
Integrantes do projeto Nanorad's. Foto: Débora vale.
O diretor do Inpa, o professor Henrique Pereira, recebeu a visita de dirigentes da Shell, empresa que financia o projeto de pesquisa de recuperação de áreas degradadas na Amazônia, o Nanorad’s. No encontro foram apresentados resultados parciais desta parceria entre o Inpa, instituição científica com 70 anos de relevantes serviços para a Região Amazônica, com a companhia de petróleo e gás, Shell Brasil.
O Nanorad’s investiga o efeito da nanopartícula de carbono (arbolina) no crescimento da castanheira-da-Amazônia (Bertholletia excelsa) em três diferentes sistemas de plantios: puro de castanheira, misto (castanheira e ingá - uma espécie fixadora de nitrogênio) e Sistema Agroflorestal - SAF (castanheira, ingá, banana e cacau). A arbolina é um biofertilizante capaz de potencializar a tolerância das plantas a diferentes tipos de estresse e de aumentar a assimilação de carbono, contribuindo para as plantas desenvolverem todo seu o potencial genético e produtivo em larga escala. No projeto NanoRad´s, a castanheira, que é reconhecidamente uma árvore com elevado potencial para estocar carbono é o alvo central do projeto, embora todas as demais espécies acima mencionadas também sejam estudadas. Além do monitoramento ecofisiológico das árvores nas dez parcelas espalhadas por todos os Estados da Amazônia Legal, as medidas de crescimento são realizadas por sensores fixados nas árvores e conectados com um banco de dados controlado por inteligência artificial. Neste contexto o projeto NanoRad´s recebeu duas indicações importantes para premiações, sendo vencedor do prêmio do "Inspire Award 2024" (voto popular) organizado pela DUTCHAM (Câmara de Comércio Holando-Brasileira) e finalista do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica na Categoria IV - Projetos na área de "Meio Ambiente e Redução de Impactos Ambientais".Os resultados do Nanorad’s são considerados promissores, atuando na busca por soluções baseadas na natureza e no rigor da ciência para estimular cadeias produtivas a partir da recuperação de áreas degradadas, resultando em mais segurança para o mercado de crédito de carbono que vierem destas áreas. “Ficou claro que, na avaliação dos dirigentes da empresa Shell, este é um projeto muito bem sucedido. O Inpa manifestou interesse em manter essa parceria, quiçá ampliá-la, seja trazendo mais instituições científicas para o arranjo, mais startups”, destacou o diretor do Inpa.
O Nanorad’s é um projeto de PD&I liderado pelo Inpa e coordenado pelo pesquisador José Francisco de Carvalho Gonçalves, em parceria com as startups Kriltech e Treevia, além de executar um acordo de cooperação técnica com dez instituições (IES e de pesquisa) da Região Norte do Brasil e a Universidade Federal de Viçosa (UFV), entre elas o Instituto Federal de Educação do Amazonas (Ifam), além de outras organizações que formam uma robusta rede de instituições de ensino, pesquisa e inovação com mais de cem pesquisadores envolvidos.
Essa reunião do INPA com a empresa Shell Brasil acontece em um momento importante para o NanoRad´s (dois anos de funcionamento do projeto), no qual toda rede de pesquisa recebe o reconhecimento das instituições parceiras de que aprendemos muito nesta grande jornada e que estamos no caminho certo. Agora, nos entendemos muito mais preparados para mudarmos de patamar, assumindo um esforço científico ainda maior e parcerias mais ampliadas em prol da Amazônia. O sentimento é que sempre inspirados pela natureza e evoluindo com a ciência, nós estaremos aptos a embarcamos em uma trajetória emocionante para um futuro mais promissor, momento que tem sido antecipado com nossos resultados para as áreas degradadas e que está se descortinado diante de nossos olhos a cada dia, a partir de um esforço coletivo gigantesco, compromisso institucional e com imprescindível sustentação da ciência para dar tração às soluções baseadas na natureza, disse Gonçalves.Os experimentos são realizados em dez plots de 1 hectare cada instalados nos nove estados da Amazônia Legal. No Amazonas, há dois, um fica no Ifam Zona Leste e outro Ifam - Humaitá. O processo é monitorado de forma contínua por sensores acoplados nas mudas de castanheiras, tecnologia da startup Treevia, que fornecem diariamente dados de crescimento das plantas para os laboratórios associados ao Laboratório de Fisiologia e Bioquímica Vegetal do Inpa.
Participaram do encontro por parte da Shell o gerente geral de Tecnologia, Olivier Wambersie, o gerente de Baixo Carbono e Transição Energética, Alexandre Breda, e o coordenador de Projetos de Soluções Baseadas na Natureza, Andre Cavalcante, além do CEO da startup Kriltech Marcelo Rodrigues e do CEO da Treevia Esthevan Gasparoto. Todos em comitiva visitaram a área experimental do projeto NanoRad´s no Ifam e também o Bosque da Ciência, onde o projeto possui um painel expositivo permanente na Casa da Ciência do INPA.